15. Uma pista para a verdade II

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-E-eu não sei se posso te dizer... - disse gaguejando.

-Eu não quero que se machuque, eu estou aqui para protege-lá. - murmurou ele e seus olhos tristes.

-Eu nao preciso de proteçao. - argumentou- eu me virei muito bem desde o dia que sai daqui. Eu sou pirata faz favor! - respondeu ela revirando os olhos.

-Por isso mesmo, mar e terra são completamente diferentes, principalmente porque você é muito jovem e atraente pode ser violentada rapidamente. - argumentou aquilo mas logo se arrependeu.

-Eu não sou uma novinha de 16 anos Jake! Eu tenho 18 anos, quase 19 e eu sei muito bem me virar desde meus 14 anos. Não foi a toa que eu quebrei quase 37 narizes neste mesma idade por velhos tarados, homens machistas e principalmente adolescentes atrevidos! - rosnou ela.

-Esta bem, mas isso não é nada comparado a Kalamanta. - argumentou ele calmo- eu sei que você gosta da liberdade e tudo mais mas, Ruby... Não é uma boa ideia. - disse ele calmo e pegando sua mão e acariciou as costas dela.

-Você me entenderia se fosse viúvo, me entenderia se soubesse o que esta acontecendo e tudo mais. - respondeu ela.

-Entao me conte. - repetiu ele.

Desta vez Ruby não pensou, nao omitiu, não quis nem saber o que ele acharia depois. Ela começou do começo, onde tudo ocorreu. Com aquela famosa frase "Há dois anos..." ela contou tudo, do beijo, como morreu assasinado, mas ocultou Titã. Pois ela sabia, que se contasse ele nunca mais deixaria ela chegar perto da água, e a água era a sua mãe e melhor amiga por mais que houveram desgraças.

-E foi isso. - terminou ela.

Jake pensou, viu como era perigoso mas tambem nao resistiu, porém a preocupaçao tambem falava junto com o coração.

-Ruby, eu te amo. Mas eu quero vê-lá segura, você e o bebê, não complique por favor. - pediu ele se levantando e acariciando o rosto dela que vira bruscamente para o lado oposto.

-Eu agradeço a preocupação, mas há coisas que não foram resolvidas. Eu realmente preciso ir. - a última frase a fizerá olhar para ele- Eu preciso. - emendou pegando a mão de Jake do rosto dela- Por favor, não me impeça. Pois sendo com você ou não, eu irei. - reforçou.

Jake pensou por um breve instante.

-Prometa que vai se cuidar, Kalamanta é perigosa demais. - murmurou ele cansado- vá pegar suas coisas. - emendou fazendo ela abrindo um sorriso sastifeito.

-Obrigada. - agradeceu e lhe deu um beijinho no rosto- Ah, e eu achei fofo você se confessando, mas eu já sabia. - brincou ela causando risos nos dois.

-Ande logo. - reforçou ele rindo.

-Já vou. - afirmou ela.

Ruby pegará uma mala desgatada de mao, botando algumas roupas necessárias, mantos e as cartas que foram o motivo disso. Desta vez ela resolveria tudo de uma vez, chega de jogos destino. Ela botou tudo certinho na sua mala, botou o chapéu e olhou uma última vez aquele quarto, quando ela voltasse nada mais seria a mesma coisa. Talvez, o que a pertubava poderia por fim deixa-lá em paz. Ela suspirou e voltou a sala, com um sorriso largo em sua face e a mala de mão, além da mao livre na barriga como se a segurasse naquele lindo vestido florido rosa e seu casaco vermelho velho.

Ele se encantou mais uma vez, pela ruiva de olhos escuros.

* * *

Jake não mentiu quando disse que Kalamanta era perigosa, nem quando disserá o tanto de frio que faz por lá nessas épocas, mas Ruby não se importou. E lá estava ela, com seu casaco de lã, luvas, gorros e botas quentes. De vez em quando mexia as mãos para espantar o frio, Jake ao seu lado apenas à observava e prestava atenção na carroça mas sem precisão, pois o cavalo era bem treinado e esperto, porém, ele não queria arriscar.

Mas isso não quis dizer que ele não a observou e admirou o jeito delicado e doce da mesma, Ruby era pálida e ficou tão fofa com o nariz e as bochechas um pouco rosadas junto com o borro azul esverdeado antigo dele. Ela ficará uma graça, nisso ele tinha à total razão. Então de repente a expressao fofa e suave dela sumiu para uma preocupada, em seguida acariciando a barriga deixando Jake preocupado.

-Está tudo bem? - perguntou ele.

-Está. - disse ela tentando manter a voz firme mais estava falhando um pouco- Eu estou bem, só estou cansada. - retrucou ela- Essa coisinha não dá sussego. - reclamou ela fechando os olhos um pouco como se tivesse se concentrando em alguma coisa.

-Tem certeza? - murmurou ele preocupado- Eu posso parar se quiser, vai demorar um pouco mais para chegarmos mas... - e foi cortado pela ruiva.

-Eu estou bem. - afirmou ela com um leve tom de irritação- Não precisamos parar, não agora. - retrucou ela e logo virou para o lado vendo as árvores aparecerem tão sem graça e iguais passarem por eles rapidamente.

Jake não sabia o que disser, mas aquilo estava pertubando-o. Ela raramente falava das coisas que à afetavam ou afetaram alguma vez, sempre que tentava ultrapassar uma barreira ela o impedia, como se tivesse medo dele. Ele não sabia o que fazer ou dizer, Ruby era difícil sim, mas ele não desistia, ele não queria desistir.

-Qualquer coisa é só me chamar. - murmurou ele focando na estrada e sem olhar para ela além da voz sair seca e insensível.

Ruby queria chorar, mas não ali. Não na frente dele, ela não queria que ele sabia o que tanto atormentava, o que tanto a ferirá e a explusara de seu lar, sua mãe. O jeito que ele falou isso à ela, a frieza, aquilo a deixou sem jeito. Ela queria amar ele, é claro! Mas, querendo ou não, Mike tomou todo o seu coração, tomou sua consciência e morreu tudo o que havia nela. O sorriso inocente não passava de uma encenação. O jeito delicado não passava de uma farsa, ela queria ama-ló, mas não daquele jeito, não daquela forma.

Aparece que as vezes até o próprio coração nós machuca e nos destrói, o que é diabos amar?

A Capitã e o pirata [Volume 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora