14. Uma pista para a verdade I

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-Bom dia querida. - murmurou Mike em seu ouvido.

-É de madrugada Mike, vá dormir. - resmungou ela.

Então deu para ouvir à gargalhada dele em todo aquele cômodo, Ruby remexeu-se nas cobertas outras vez.

-Na-na-ni-na-não. - sinalizou ele retirando as cobertas da mesma- todo mundo tá acordado à esta hora, 5 da manhã né Ruby, faz favor você ainda tem que dar exemplo! - disse ele chamando sua atenção.

-Tá, tá, tá! Me traga um café pelo menos então. - resmungou ela se sentando na beirada da cama de casal.

-Aqui. - completou lhe entregando uma xícara de café preto.

Ela deu um gole e quase jogou fora o que havia na boca, se antes ela estava dormindo, era impossível o sono não ter evaporado depois dessa.

-Cof, cof. -tossiu ela- meu Deus Mike! Que coisa horrível é essa? Cadê o acuçar?! - resmungou ela novamente se levantando e botando seu jaleco marrom surrado de sempre e saiu do quarto com o mesmo logo atrás.

-É assim que se acorda. - retrucou ele sorrindo, aquela tática do café sempre funcionava.

-Me lembre do porquê que eu casei com você. - rosnou ela irritada como sempre.

-Oras, está é facil. - retrucou ele passando em sua frente e andando de trás para frente- Você me ama. - completou dando uma piscadela.

- Deixa de ser atrevido, eu continuo sendo sua superiora. - resmungou novamente ela.

-Tabom, não ta mais quem disse. - rendeu-se ele.

-Bom dia. - saudou Haruki.

-Bom dia é a ova! - berrou ela.

-Bom dia, ela está de mau-humor. - desculpou-se Mike.

-Oxe, o que você fez criatura?! - desesperou-se Haruki.

-Café, nada demais. - mentiu ele.

-Esse nada demais vai matar alguem daqui a pouco. - retrucou o outro e sumiu assim que Ruby gritou denovo com outra coisa.

-AAAH QUE MERDA! - xingou ela- Porquê ninguém viu isto?!?! - berrou ela- Agora vamos ter que fazer a volta. - reclamou ela.

-Calma ruivinha, -disse ele tentando brincar mas ela olhou para ele como se ia mata-ló - É só uma mudanças de planos, afinal só vai levar mais algumas horas. - acalmou ele.

-Acho bom ser só "algumas horas" e não "uns dias" - murmurou ela cruzando os braços nos seios.

-Sr.Stevens! - chamou uma garoto, o novato Loren- O pássaro correio tem coisa para você. - disse ele lhe entregando um envelope.

Mike pegou o envelope e quando foi olhar o rementente logo escondeu debaixo do braço e seu maxilar ficou tenso.

-O quê foi? - perguntou ela tentando ver o que era.

-Nada. - disse ele- Nada de importante. - emendou ele- Eu vou lá no depósito tudo bem? Tente não enforca-los, são apenas novatos. - disse ele tentando ver a garantia nos olhos da mesma de não enforcar um.

-Tá, mas volte logo ou não poderei prometer nada. -murmurou ela e ele despediu-se lhe dando um beijo na testa.

* * *

Ruby acordou desta vez, suada e com a respiração acelerada. A carta, tudo o que ela mais temia. Mike fingia que a carta não existia durante sua vida mas quando morreu, ficou a critério de Ruby à querer saber ou não do que se tratava. Ela temia ser uma carta da família dele, ou algo do tipo. Mike nunca contará muito sobre sua família, sempre que Ruby tentava saber mais ele mudava de assunto. Mas, até que aquilo não tinha tanta importância, até agora.

Ruby encontrará duas cartas, uma que era aquela que Mike ignorava e outra era que ele tinha feito... Para ela.... Ela engoliu em seco a própria saliva e encaminhou-se até a carta ignorada que estava na sua penteadeira, esperando para ser abrida. Ela andou ate lá, pegou a carta e se sentou na cadeira que tinha em frente a penteadeira. Respirou fundo novamente e passou os dedos sobre a pontinha do envelope, ainda sem coragem abriu.

" Kalamanta, 25 ***** de ******

Querido Morgan

Oi irmãozinho, tudo bem? Quanto tempo pirralho que você nem sequer pisou aqui novamente. Papai anda estressado por causa da perda recente de piratas etc. E principalmente de você, o melhor de nós. Para onde você foi? Que nome ou navio você deve estar enganando para ganhar o sustento? É estranho que já fazem quase 3 anos e você não voltou. Irmãozinho, irmãozinho, seja lá o que for, volte para casa e o mais rápido possível você sabe o quanto papai depende de você então, por favor.
Faça o bem, pelo menos para mim e Samantha, ela crescerá muito desde a última vez que a visse, ela também não para de perguntar por você, sempre a mesma pergunta: quando o mano volta? Você tem que ver como ela me pergunta isso, é serio Morgan. Não me ignore que nem às minhas últimas 18 cartas, nós precisamos de você. Não nos abandone, pelo menos não eu e Samatha, você sabe o quanto dependemos de você. Por favor. Eu te amo muito, nós te amamos muito. Volte logo.

Com amor Mey."

Ele tinha uma irmã, uma família que precisava dele. E ele... Ele nem sequer abriu ou leu o envelope. Ruby levantará da cadeira e olhará de pé em frente ao espelho com as mãos cruzadas assim da barriga.

-O que você fez Mike, por quê ela te chamou de Morgan? - falou sozinha para o espelho como se ele fosse responder- Por quê?! - exclamou ela com uma dor inexplicável.

Ela iria ir atrás de respostas, Kalamanta ficava ao norte do vilarejo, se localizava mais na mata mas para isso, ela precisaria de ajuda.

-Então, você pode me ajudar? - perguntou ela a Jake depois de algumas horas e explicar resumidamente sem muitos detalhes.

-O quê você vai fazer em Kalamanta? Eu posso ir sozinho e trazer o que você quiser, por quê queis ir? - perguntou ele desconfiado.

-Por favor! - pediu ela.

-Ruby eu não entendo! Faltam mais ou menos um mês e meio para o bebê nascer queis ir mesmo? Mesmo sabendo que a viagem até Kalamanta é longe e cansativa? Fora os barulhos e a povoação, não acho uma boa ideia Ruby... - disse ele preocupado mas também interropido com um dedo indicador nos lábios.

-Eu consigo, por favor. Isso é importante, prometo que não irá acontecer nada à mim e ao bebê. - jurou ela.

-Não tem como prometer uma coisas dessas Ruby. - murmurou ele se levantando, botando o paletó cinza e o chapéu.

-Por favor Jake. - implorou ela- Isso é importante demais, e eu nao posso deixar para depois da gravidez, precisa ser antes. - disse ela.

- Se é tão importante assim ao ponto de ficar desesperada e implorando para ir, por quê não me conta? - exclamou ele com frustração- vamos! Diga! - incentivou ele mas com desgosto.

- Por quê você está assim? - perguntou ela calma mas no fundo estava com medo.

-Só diga. - ordenou ele.

-Eu preciso ir a Kalamanta. - respondeu ela.

-Por quê? - repetiu a pergunta sem vontade.

Então ela gelou, será que contava?



A Capitã e o pirata [Volume 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora