37. Aliados II

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Ruby entra primeiro naquela casa, Haruki vem logo atrás olhando tudo. Ruby não faz escândalo mas também não faz silêncio, logo avistam Morgana tossindo na qual Ruby corre e faz ela desafogar cuspindo uma bola que antes em sua garganta aparecia em suas veias algo roxo. Morgana logo acorda voltando a respirar ofegante fazendo Ruby ignorar o objeto a sua mão e focar na mesma.

-Tudo bem? -pergunta ela.

-Me tire daqui. - responde aparecendo que já estava acordada a um tempo.

-Velha maldita. - resmunga Ruby e da a bola a Haruki, em seguida Ruby pega a garota em estilo noiva e saiem de lá sem falar nada com ninguém.

Até porque não havia ninguém.

-Faz quanto tempo? - perguntou Morgana com uma voz que pedia socorro de dor.

-Quase três meses. - murmura a mesma.

-Ela não é quem você deve confiar. - fala ela tossindo as palavras.

-Eu sei, por isso fique quieta. Eu vou cuidar de você agora. - responde Ruby e a garota deixa sua cabeça descansar no ombro da outra enquanto carrega sem dificuldade nenhuma.

-Quem é ela? - pergunta Haruki por fim quase chegando na casa deles.

-Morgana, nossa aliada. - responde abrindo a porta e Haruki fecha em seguida.

-Ele está bem, comeu e bebeu água o suficiente. A cor no rosto está voltando aos poucos, apareceu um cara aqui que diz se chamar Jake e tentou entrar de qualquer maneira o expulsamos. - fala o que ficou responsável por ali.

-Ótimo, Samantha voltou? - pergunta ela depositando a garota na cadeira confortável da sala aconchegando a mesma.

-Sim senhora, ela está no jardim com a criança. - responde ele.

Ruby olha para o outro garoto, que ela o prefere chamar por encrenca.

-E este encrenqueiro, deu trabalho? - perguntou ao rapaz que dormia que nem a bela adormecida.

-Nem tanto, ajudou até de bom tamanho. -relata.

-Obrigada, da próxima vez que Jake vier mande-o me esperar aqui. Ele é de confiança. - responde Ruby fazendo o garoto assentir e ela vai para a porta dos fundos onde se depara com Samantha falando e explicando coisas ao pequeno William que tentava tocar nas folhas e ela não deixava por medo.

-Está é a dona Ondete, seu pai amava muito essa planta. - fala ela apontando uma flor florescendo no muro fazendo Ruby esperar e sorrir.

Samantha falava muito de Mike Morgan para William, com carinho e amor. Ensinava coisas ou tentava que provavelmente Mike a ensinará, era tudo tão sutil que Ruby se perguntava por que ele não havia levado a irmã consigo, por que abandonará as duas de uma maneira tão indefesa. Logo ela se desfaz dos pensamentos ao escutar Samantha a chamando.

-Bem vinda mamãe. - responde Samantha trazendo William a Ruby.

-Obrigada Samantha. - diz com apreciação- Quem tava com saudade tá mamãe?? - pergunta ela erguendo um pouco para o alto o pequeninho que abria um sorriso estridente e tentava falar.

-Acho que ele vai falar muito rápido de tanta esperteza. - responde Samantha brincando com o pezinho de William.

-Não duvido nada, mais quero que minha fofurinha continue sendo uma fofurinha. - fala Ruby e as leva para dentro trancando a porta em seguida.

Samantha logo percebe Morgana que sai correndo ao seu encontro, se agacha a irmã que está confortável na poltrona verde-musgo. Sua pele está branca, seus olhos meio vagos e sua verdadeira forma está presente. A jovem Morgana, na verdade não era uma velha ou possuía uma idade mais avançada. Era apenas uma garota de aparência jovial, com seus 23 anos. Envelhecia tentando acompanhar o ritmo humano para não causar escândalo. Mais as bruxas mais poderosas sobrevivem por anos, geralmente as bruxas medianas sobrevivem até 90 anos à 100, mas as mais boas e experientes, além de poderosas poderiam viver até o dobro do comum.

-Estou bem Samantha. - fala a mais velha acariciando os cabelos da mais nova com delicadeza e fraqueza.

Ruby logo manda Haruki com sua linguagem antiga em que só olhar os olhos já entendiam o recado, e foi isso que ela fez. Haruki pega um prato e despeja sopa feita para Morgana, chegando perto da mesma onde Samantha olha com curiosidade a Ruby perguntando sem falar nada se era para aceitar. A mesma só acente um sim e Samantha aceita a tigela com a colher logo tratando da irmã. A ruiva logo vai ao seu quarto ninando o exausto chorão William, que dorme com alegria no seu berço onde Jake comprou e montou quando estava ausente em coma.
A mesma sai assim que o bebê dorme, dá uns dólares para Haruki e o manda comprar dois colchões. Ele faz o que ela pede mandando o encrenca com Haruki, o rapaz já não resistia mais. Ruby apenas ordena ao Elvin carregar Natah até seu quarto e despeja-lo no lado esquerdo da cama, ela cuida do mesmo enquanto espera o colchão. Manda Elvin acompanha-la e Samantha tomar conta dos outros: Natah, Morgana e William. Enquanto a mesma entra no quarto de Samantha e abre uma porta que dá a entrada da masmorra no sub-solo. Entra com Elvin atrás com uma lamparina, assim que entram e descem as escadas. A tocha ilumina suas sombras e passos que dão um ar de sombrio naquele lugar silencioso, logo eles param no térreo daquele lugar e Ruby acende a "luz" da mesinha na qual revela o sujeito prisioneiro principal.

-Onde estou? - pergunta ele assustado.

-No inferno. - responde ela arrastando uma cadeira perto da mesa do sujeito preso, encarando-o até o fundo da sua alma.

-Onde está David? - pergunta procurando o rapaz, provavelmente o garoto que veio junto com ele.

-Escuta aqui, não vou responder suas perguntas sem mais ou menos quero minhas resposta para ontem! - ordena ela e ele se encolhe aceitando.

-Nao aceito nada sem negócios. - fala convencido, Ruby da um sorriso maníaco que Elvin e o prisioneiro temem na base.

-Então vamos fazer o seguinte, me conta tudo o que você sabe e seja fiel a mim... Ou morra aqui mesmo sem mais nem menos. - propõe ela o rapaz engole em seco.

-Eu conto tudo, mais me diga o que aconteceu com David. É só isso que peço. - fala educado fazendo Ruby aceitar.

-Foi preso com o que restou da sua tripulação, uns três homens que deixei se livrar da morte. Agora estão pagando o caos que fizeram no bar, já que não são minha tripulação de verdade eu não banco ninguém. - responde ela friamente, a mãe amorosa já se foi tornando a capitã fria que era.

-O que pretende saber? - pergunta ele.

-Tudo, até seu nome. - responde.

-E se eu não quiser? - pergunta.

-Vai mesmo me desafiar? - retruca ela e ele treme na base.

-Não senhora.

-Ótimo, é bom você começar a desembuchar temos pouco tempo. - ordena ela.

A Capitã e o pirata [Volume 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora