A chamada telefônica logo converteu-se em chamada de vídeo, e a reunião estendeu-se até o horário do almoço, ganhando também a presença do diretor dos estúdios em Washington.
Quando encerrou a chamada, o relógio já marcava mais de uma hora da tarde. A morena deitou a cabeça para trás e fechou os olhos, respirando profundamente para tentar descansar; sobrevivera à sua pior manhã desde a chegada à CNN.
Liam= Toc-toc, posso entrar? – brincou, já abrindo a porta da sala.
Dulce= Sim. – abriu os olhos, mas não moveu-se. – Estou morta.
Liam= Soube que enfrentou Nova Iorque e Washington sozinha. – aproximou-se da mesa dela. – E que sobreviveu!
Dulce= Mais de três horas nisso. – arfou. – Simplesmente insuportável! Já disse o quanto odeio reuniões?
Liam= Já. E eu concordo. – apoiou as mãos na mesa dela. – Te mandei umas noventa mensagens pedindo para almoçarmos, topa?
Dulce= Eu não vi, perdão. – sorriu sem graça. – Mas sim, quero almoçar. – pegou o celular. – Eu preciso com... – viu a mensagem da cunhada.
Liam= Dulce? – tentou olhá-la nos olhos. – O que houve?
Dulce= Merda. – tentou digitar no celular, mas as mãos tremiam. – Eu... meu marido... meu... ah, não...
Liam= Hey, hey, hey! – abaixou o rosto para poder mirá-la. – Olhe para mim, respire fundo.
Dulce= Ele... piorou e... – os olhos marejaram. – É que... ai, meu Deus do céu, ai... eu não...
Liam= Com licença. – estendeu a mão para ela. – Posso? – apontou o celular. – Por favor.
Dulce= Sim. – entregou o aparelho para ele enquanto o peito subia e descia.
Liam= Aqui diz que há uma hora ele havia piorado e sido levado para repetir os exames. – leu a mensagem com calma.
Dulce= E Maite disse que me avisaria e não... não apareceu mais. – levantou-se. – Eu preciso... é que eu não posso...
Liam= Dulce, olhe para mim. – ela o encarou. – Respire fundo.
Dulce= Não posso, Liam!
Liam= Dulce. – calmo. – Respire fundo. – ela negou com a cabeça. – Respire fundo, vamos lá... – puxou o ar. – Vamos?
Dulce= Eu não posso! – a lágrima escorreu e ele apenas respirou fundo, incentivando-a a fazer o mesmo. – Ok. – respirou fundo, deixando outra lágrima escapar.
Liam= Muito bem, mais uma vez. – respirou profundamente. – Solte devagar. – e assim soltou o ar enquanto ela o imitava. – Mais uma vez. – e então a morena seguiu o ritmo dele. – Ok... perfeito. Agora, com calma, ligue para a essa moça... – mirou o nome no telefone. – Maite. E pergunte como está o seu marido.
Dulce= Sim. – pegou novamente o aparelho.
Liam= Você prefere que eu saia ou quer que eu te espere?
Dulce= Fique. – pediu, levando o telefone ao ouvido. – Por favor.
Liam= Certo. – disse baixo e sentou-se de frente para ela.
Dulce= Mai? – o coração voltou a acelerar ao ouvir a voz da cunhada. – Mai, como ele está? – fechou os olhos e negou com a cabeça. – Mas... mas o que o médico...? Tá... tá, entendi... – fungou. – Me liga assim que ele voltar para o quarto. Mas por vídeo, eu quero vê-lo. Por favor! – secou inutilmente os olhos. – Me mande mensagem o tempo todo! Tá bom, tá bom... sim, claro, vai lá. Obrigada.
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A Sósia - Volume III
RomanceDulce cresceu, aprendeu e amadureceu durante os quatro anos no México. Chegou ao país solteira, com o objetivo de entrar na acalmada emissora, Televisa. Terminou ganhando muito mais do que apenas um emprego, ela encontrou o amor de sua vida, casou...