Capítulo 3

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Dulce= Eu pensei que você escolheria a Maite. – confessou.

Christopher= A Mai? – franziu o cenho.

Dulce= Honestamente, sim. – sussurrou. – Por... tudo. Pela aproximação que vi entre vocês nos últimos tempos.

Christopher= É que a Mai... – desviou o olhar. – Não...

Dulce= Então tudo bem. – disse de imediato. – Tudo bem, não tem que fazer nada, eu só disse que daria mais uma opção.

Christopher= Tá bom. – deitou-se ao lado dela e encarou o teto por alguns segundos.

Dulce= Amor? – suspirou. – Olhe, não fique...

Christopher= É que a Mai... – encarava o teto. – Eu nunca pensei que fôssemos nos dar tão bem.

Dulce pensou em falar, mas entendeu que talvez aquela fosse a chance que o marido tinha de colocar para fora os próprios pensamentos, então recuou na opinião.

Dulce= Uhum... – e para não pressioná-lo ainda mais, também encarou o teto.

Christopher= Maite e eu passamos a vida toda em guerra. Eu queria A, ela queria B, se eu tinha uma opinião, ela pensava em algo completamente oposto. – não tirou os olhos do teto. – Nunca coincidimos em nada, acho que sempre fomos diferentes.

Dulce= Sei. – disse quase inaudível.

Christopher= E depois do acidente da Sel, nós tentamos uma aproximação, tentamos fazer com que funcionasse, mas não era... – bufou. – Não era genuíno. Então entendi que ela sempre seria a minha irmã, mas nós nunca teríamos essa ligação intensa que eu tenho com a Sel. – a morena deitou fechou os olhos. – Aí você apareceu. E contigo tudo foi tão... natural. Ficou claro, pra mim, que quando uma conexão existe, ela é formada de maneira imediata e é isso.

Dulce= Não tente buscar explicações para você e eu. – sorriu de olhos fechados. – É impossível encontrar.

Christopher= Hoje eu sei disso. – sorriu bobo. – Quando conheci o Christian e vi o quanto vocês se davam bem, e depois o quanto ele se entendeu de primeira com a Mai, acho que eu quis sentir isso também. Se todo mundo se dava bem com ela, talvez o problema não fosse ela... fosse eu.

Dulce= Hm. – abriu os olhos e girou levemente o rosto para ele, que seguia encarando o teto.

Christopher= O esforço veio aos poucos. Fico tentando pensar o momento em que as coisas mudaram para ela e para mim, mas não encontro. – um riso perdido. – Acho que foi uma caminhada constante, um caminho que construímos acertando e errando.

Dulce= Não poderia concordar mais. – atreveu-se a deitar de lado para olhá-lo.

Christopher= E quando as coisas estremeceram com você, eu não sei, mas... – ele ficou em silêncio e a morena levou a mão até seu rosto. – Senti diferente tudo o que ela me disse e os poucos dias que ficou comigo. Não sei.

Dulce= Você deu chance para a sua irmã ser sua... irmã. – ele deitou-se de frente para ela. – Foi só isso que aconteceu.

Christopher= Me senti bem. Achei semelhanças em situações e pensamentos que eu nunca... eu nunca pensei que teria com a Mai. – encarou-a. – E cheguei a pensar que, nesse momento, ela é quem mais pensa e age como eu. E embora eu não tenha gostado de nada do que ela fez com o Nico, eu gosto de como ela decidiu criar o Richie agora.

Dulce= Nico foi o primeiro. – riu baixo. – Deles e da família toda. É normal que os erros tenham acontecido com ele, nós também erramos com o Gustavo muito mais do que vamos errar com a Camila.

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora