Dulce voltou com a amiga para a sala, reuniu-se com os amigos e esforçou-se para manter-se sorridente e leve durante as horas que seguiram.
Às vezes seu olhar perdia-se no marido e ela tentava encontrar o momento em que haviam se perdido um do outro.
Talvez tudo fosse fruto da intensa mudança que a relação atravessava, deveria admitir que já não eram mais os mesmos. Como haviam passado de "não vamos ter filhos nunca" para "agora temos dois"? Ela cedera, mas... por que cedera?
Chacoalhou levemente a cabeça, não poderia se arrepender de tal decisão, era feliz e completa com os filhos, Gustavo e Camila encheram sua vida de verdadeiro sentido. Então por que se afastara do marido? Por agora sentia tanta vergonha dele? Por que não era mais capaz de olhar para si mesma e sentir-se bonita e desejável?
Mirou Paulo e deu um murcho sorriso, o comentário do amigo não saia de sua cabeça desde então: "ela é da pá virada pra isso".
E Dulce reconhecia que sim, ela sempre fora ativa, cheia de fogo... ora, ela aprontara com Christopher em cada canto de cada emissora por onde passaram juntos!
Não conseguia entender a razão de ter mudado tanto, não conseguia compreender por que agora só queria deitar-se na cama e dormir ou por que sentia vergonha até mesmo para trocar de roupa na frente dele?
Em que momento deixara de vê-lo como marido? Quando foi que se tornaram apenas amigos? E pior do que isso, amigos que sequer tinham segundas intenções.
Bem... ela não tinha. Admitia que Christopher se esforçava, mas ela seguia ali, sem conseguir reagir, sem ter qualquer desejo de maliciar qualquer que fosse o gesto com ele.
Estava frustrada. Estava imensamente frustrada com tudo.
Os amigos e familiares permaneceram com o casal até pouco mais de dez horas da noite. Gustavo dormira ainda no colo da madrinha, e não parecia dar sinais de que acordaria antes do amanhecer.
Restara apenas Camila acordada, mas Dulce esperava que a menina dormisse rapidamente, para que ela pudesse conversar com o marido.
Christopher= Hey... – encostou-se na porta do quarto da filha. – Como ela está?
Dulce= Ainda de olhos abertos. – amamentava a menina, sentada na cadeira ao lado do berço. – Abertos demais para o meu gosto.
Christopher= Guga está dormindo, Baleia deitou no pé da cama dele, e Rosetta está entretida com a cortina. – aproximou-se. – Lavei o resto de louça que estava faltando.
Dulce= Obrigada por organizar tudo. – mirou-o e sorriu. – Você é ótimo.
Christopher= Ora, você se casou com o melhor. – apoiou as mãos nos braço da cadeira e a encarou. – Dul...
Dulce= Te echo de menos (sinto sua falta) – não tirou os olhos dos dele. – Neta. (de verdade)
Christopher= Você faz falta o tempo todo. – disse baixo. – Vamos resolver isso, ok?
Dulce= Ok. – assentiu. – Me espera para dormir? Não quero deitar sem conversarmos.
Christopher= Eu espero. – beijou o rosto da filha. – Trate de dormir rapidinho, ouviu, princesa? Papai precisa da mamãe também.
Dulce= Christopher... – deu um leve sorriso.
Christopher= Te amo. – roubou um selinho demorado dela. – Sou louco por você, saiba disso.
Dulce= Amo você. – encarou-o. – Não te troco por nada.
Christopher= Te espero na cama. – deu mais dois selinhos nela. – Vou agarrar o seu travesseiro enquanto isso! – piscou.
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A Sósia - Volume III
RomantizmDulce cresceu, aprendeu e amadureceu durante os quatro anos no México. Chegou ao país solteira, com o objetivo de entrar na acalmada emissora, Televisa. Terminou ganhando muito mais do que apenas um emprego, ela encontrou o amor de sua vida, casou...