Capítulo 74

375 46 328
                                    

Marco= Não quero que dirija a novela. – abriu um pequeno sorriso. – Eu quero que você a escreva.

Christopher= O que? – arregalou os olhos.

Marco= Sendo mais específico, eu quero que adapte o seu livro para ser a nossa nova novela! – viu-o piscar seguidas vezes. – Sou completamente consciente do trabalho que um recém-nascido dá e de como você precisará apoiar a sua esposa neste momento, mas não acho que isso invalide a chance de você ser o nosso autor. E para ser bem sincero, não vejo ninguém melhor para adaptar a história que nasceu com você. – piscou ao final. – O que me diz, Uckermann? Aceita ser o autor da nossa próxima novela?

Enquanto Christopher esforçava-se para não cair para trás diante de tal proposta, Dulce usava toda a força para aguentar a dor que sentia.

Os pontapés da filha pareciam cada vez mais fortes e aconteciam num curto intervalo de tempo, o que não lhe dava mais do que alguns minutos de trégua.

Não quis almoçar, aproveitou que o marido estava fora e não a julgaria por tal atitude. Tentou arrumar a mala de Camila, mas as costas agora também começavam a doer. Por fim, entrou debaixo do chuveiro, sentou-se na cadeira e deixou a água quente escorrer pelo corpo, fechando os olhos a cada lágrima que lhe escapava.

Não queria reclamar, não queria soar tão mal agradecida com Deus, não se julgava sequer no direito de dizer que algo não a agradava, entretanto, a dor que sentia aumentava cada segundo mais.

Dulce= Não aguento mais, garota! – disse frustrada. – Me dá um tempo!

Fechou o chuveiro poucos minutos depois, puxou a toalha e enrolou-a no corpo. O barulho em seguida e a água escorrendo por sua perna, a fizeram fechar os olhos e agarrar-se no box: sabia o que acontecia, mas não queria acreditar.

Dulce= Diga que não. – olhou para baixo, vendo a água que escorria. – Diga que você não vai nascer agora... seu pai vai me matar!

A bolsa estourada lhe dizia que a filha chegaria em até 48 horas, seria impossível esperar chegar ao México, aliás, seria impossível que a deixassem entrar em um avião.

Enrolou-se novamente na toalha, saiu do box com cuidado e foi até o quarto, puxando o celular do carregador da tomada; o aparelho vibrou no mesmo instante.

Liam Baumann
Boa tarde, Espinosa...
Voltei e soube que a senhora não veio trabalhar... tá tudo bem?

Liam Baumann
Vim matar a saudade do Tim durante o meu almoço, mas quem disse que ele quer me dar bola?
Não solta o Guga! Se liga!

Liam Baumann enviou uma foto

A morena não pensou duas vezes, discou rapidamente para o amigo, esperando que ele lhe atendesse tão rápido quanto havia lhe mandado a foto das crianças brincando no parquinho.

Liam= Estou rindo, né, Espinosa? – brincou ao atender. – Achei que o Tim fosse sentir a minha falta, mas ele nem liga pra mim, acredita?

Dulce= Sim, claro, muito bacana, mas... – fechou os olhos e respirou fundo.

Liam= Como está por aí, Espinosa? – perguntou com bom humor. – Cynthia disse que você pediu para fazer home office hoje e...

Dulce= Liam, me escute um pouquinho, por favor. – interrompeu-o de maneira gentil.

Liam= O que houve? – franziu o cenho. – Que favor você precisa?

Dulce= Estou muito feliz que você tenha voltado, e espero logo ouvir todas as suas histórias, mas sim... hoje eu preciso de um favor pessoal. – arfou.

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora