Capítulo 2

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Alexandra= Você ainda tem muito a ensinar ao meu filho, querida. – acariciou a bochecha dela. – Vejo vocês amanhã.

Dulce= Ale...

Alexandra= Selena entenderá. – chamou o elevador. – Não se preocupe.

Dulce= Mande? – perdeu-se por completo em tal conversa.

Alexandra= A decisão do Christopher. – disse, e a nora a olhou ainda mais confusa.

Dulce= Decisão? – perguntou claramente. – Não sei do que está...

Alexandra= A decisão de ir embora. – então a morena assentiu. – E de deixar a Camila longe dela.

Dulce desviou o olhar e tentou encontrar algum ponto fixo que a fizesse não revelar o quão desconfortável ficava com aquele assunto, mas a sogra já havia notado cada sentimento da morena antes mesmo que estes fossem revelados.

Alexandra= Vocês não pretendem escolher a Selena como madrinha. – disse, e viu a nora arregalar os olhos. – Não se preocupe, meu bem. Eu também não escolhi as minhas irmãs para batizarem os meus filhos. Nenhum dos três.

Dulce= Eu fui muito incisiva quanto a escolha de madrinha para o Gustavo, e disse ao Christopher que apoiaria e aceitaria quem ele quisesse para a Camila. – soltou um leve suspiro. – Portanto, não sei a decisão dele ainda, mas não importa qual seja, eu o apoiarei e estarei de acordo.

Alexandra= Selena também o entenderá, meu bem. Nós temos que aprender que filhos podem voar... – sorriu de lado. – Irmãos devem aprender a mesma lição.

Dulce= Ale, eu... eu sinto muito pela reação do Christopher. – deu um passo para frente. – As coisas têm sido muito intensas nos últimos tempos, mas eu vou conversar com ele e...

Alexandra= Ele acha que não sou capaz de apoiá-lo. – cortou-a. – E talvez eu não fosse, realmente.

Dulce= Ale... – negou com a cabeça.

Alexandra= Eu achava que, de alguma maneira, poderia ter o Christopher sempre perto de mim. E isso foi verdade durante um considerável tempo. – deu de ombros. – E talvez por isso eu tenha me acostumado tanto. Mas quando vocês se casaram e ele ficou doente... – deu um leve sorriso. – Quando ele pediu que eu me afastasse porque preferia ter você por perto, ali eu entendi que o meu filho havia crescido. – fez um leve carinho no ombro dela. – Cresceu e encontrou uma excelente companheira para passar o resto da vida. – a morena lhe segurou a mão. – Quando você se acidentou, eu vi o meu filho completamente quebrado, e não havia nada que eu pudesse fazer, porque ele não me queria. Ele só precisava de você. E a vida dele se transformou quando você se recuperou, Dulce. – acariciou-lhe a mão. – E agora, naquela sala, ele se impôs como nunca havia feito. Ele lutou pela família dele, e o fez com unhas e dentes.

Dulce= Eu sei que...

Alexandra= Não o fez da melhor maneira, eu também acho. – disse, e viu a nora sorrir de leve ao concordar. – Ele ainda precisa aprender a defender a família sem magoar o restante dela, mas ele está no caminho. Onde quer que estejam, sei que vocês serão capazes de criar felicidade.

Dulce não tentou mais falar, sabia que nada do que dissesse seria o suficiente para agradecer todo o apoio e o carinho da sogra.

Então adiantou-se e abraçou a senhora, ignorando o elevador que recém chegara ao andar. Apertou carinhosamente a mulher em seus braços e lhe deu um demorado beijo na bochecha, como se fosse capaz de dizer tantas coisas em um único abraço. A força de um contato como aquele era imensamente maior que qualquer palavra dita.

Dulce= Te amo, Ale. – sussurrou. – Digo pouco, mas sempre sinto demais. Eu amo você.

Alexandra= Ora, meu amor... – subiu as mãos pelas costas dela, num delicado carinho enquanto a abraçava. – Eu também te amo, querida. A família toda tem sorte por ter você por perto.

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora