Epílogo

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11/07/2020
@DulceMariaTV

Sempre achei que me casaria com a televisão

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Sempre achei que me casaria com a televisão. Falo sério.

Era dessas que acordava pensando em TV, que dormia pensando em TV e fazia longos e firmes planos pensando em TV.

Achava que a vida era tipo fórmula mágica: estude, trabalhe e serás feliz.

Nunca pensei que fosse como realmente é. Acho que por isso eu fugia tanto.

Eis que um dia eu me canso do marasmo, bate aqueles cinco minutos e resolvo mudar tudo para ser melhor... em TV, claro.

Largo a vida conhecida, largo o país que era minha casa, e vou parar num canto completamente novo, vizinha desse cara aí da foto, o mexicano mais romântico do qual você já ouvirá falar.

Propus mostrar tudo o que o Brasil tem a oferecer, mas ele me driblou. Começou com isso de amigos, ofereceu uma lasanha aqui, uma pizza lá, uma viagem cá... de repente, eu estava imersa num jeito completamente novo (e ainda desconfortável) de ver a vida.

Eu nunca imaginei que tivesse tanto a aprender contigo!

Você, com o seu jeito paciente e persistente de agir, me ensinou tantas coisas pelo meio do caminho! Me ensinou a usar as palavras certas, a ter mais paciência, me abriu os olhos para a vida, me disse que sorrisos são gratuitos e que essa é uma regra a ser aplicada diariamente, me fez gostar um pouco menos de números ímpares e mudou tudo em mim; você me ensinou a viver.

E fez tudo isso tão rápido, que não tive tempo de levantar barreiras para impedir essa onda de amor e felicidade que você trouxe para o meu mundo.

Quando dei por mim, já estava rendida. Me desarmei, me entreguei, passei a dividir cookies no Subway e fiquei boba por você. Continuo tão boba por você.

E no instante em que aprendi o que era amor, eu quis me casar. Sim, para o meu próprio desespero, eu quis muito me casar.

Com você, claro. Sempre e apenas com você.

Eu sei, era você que cultivava o sonho e todos os pormenores de um casamento, mas o que posso fazer se o seu amor é do tipo que salva e apaixona? Comecei a sonhar junto, comecei a sonhar no instante em que percebi que tudo isso envolveria ficar com você para sempre.

Christopher, há seis anos eu já morria de vontade de ser sua.

Nos casamos e, do nosso jeitinho complicado e apaixonado pela profissão que nos uniu, criamos a nossa própria programação. No final, tínhamos de tudo e nos mais variados formatos de programa: uma série de amizade e risadas, algumas trapalhadas, pequenos breaks de desentendimentos, esquetes de bom humor, às vezes erramos a mão no ciúme, reprisamos momentos de paixão, gravamos mais entendimento, calma e aprendizado, e confesso que abusamos... ah, como nós abusamos do amor!

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora