... P.O.V
O dia estava ensolarado e a minha cabeça estava latejando um pouco.
Não tinha vontade alguma de ir à universidade mas como não era eu quem pagava, eu não podia me dar ao luxo de faltar sempre que me apetecia. Estava nos meus planos para quando eu chegasse tomar um banho e dormir até a hora de ir ao ginásio.
Eu não tinha nenhuma atividade para fazer naquela noite então seria bom ir ao ginásio sendo que já não aparecia lá faz alguns meses e ainda tinha o vale de inscrição que estava sendo descontado. Felizmente para mim não teria nenhuma criança para cuidar então eu podia tirar o resto do dia para mim, ia dormir até meu estômago reclamar.
Suspirando derrotada por uma manhã obviamente desperdiçada pois eu não via atrativo algum em ir a universidade todos os dias. Não era porque eu não gostava de estudar, não, pelo contrário, eu era uma boa aluna e reconhecida por isso, pelo menos só no meu curso, eu normalmente estudava com muita antecedência as matérias que ia ter, pois eu tenho o programa acadêmico, ou seja os temas e tópicos do ano todo, então, com o método que eu tinha, era estressante ir até lá para ouvir algo que você já sabe, ou alguém te explicando algo que você já sabe mas de maneira errada.
Outra coisa irritante sobre o dia de hoje, e provavelmente a semana toda, era o professor que lecionava naquela cadeira chave do meu curso. Ele era uma pessoa meio mesquinha e impertinente e principalmente mulherengo, sempre olhando com outros olhos para as alunas.
Felizmente para a instituição de renome que eu frequentava só foi preciso uma reunião com o conselho estudantil que já tomou medidas sobre o cara e ele perdeu o cargo. Foi uma coisa boa mas ao mesmo tempo má porque a gente ficou sem professor algum para uma disciplina tão importante. Bom, isso até hoje porque era suposto o novo professor chegar hoje.
E eu não estava com ânimo de ir exatamente por isso, porque hoje a gente teria uma aula chata sobre apresentação com um cara provavelmente chato e depois falaremos sobre uma coisa que eu já sabia e isso...me desconcertava um pouco.
Desci as escadas com lentidão e quando alcancei o piso o meu pai murmurou alguma coisa para a minha madrasta.
Sim, os meus pais eram separados e cada um tinha a sua família, a minha mãe decidiu viver fora do país então eu só a via quando estava de férias, a ela e ao seu seu marido rico que eu não podia chamar de pai. E na verdade foi o meu pai que saiu primeiro de casa, ele comprou uma casa bem perto da universidade para que eu não tivesse problemas.
Eu também não chamo a minha madrasta de mãe pois ela não o é. Ela não é má pra mim mas nunca em momento algum, poupou os esforços de me mostrar que eu era a sua enteada e o meu pai o seu marido, ela tinha mais obrigações com ele do que comigo.
Ela não se dava ao trabalho de mexer comigo porque eu nunca dei tempo, sendo sincera ela tinha coisas mais importantes com o qual deveria se preocupar como por exemplo o filho viciado dela.
— Minha filha, se você não se apressar você vai se atrasar mais uma vez. - O meu pai falou com um sorriso terno no rosto como se realmente se importasse comigo.
A separação deles foi por causa de uma traição de ambos os lados, os dois já não queriam absolutamente nada um com o outro então simplesmente buscaram fora o que não tinham dentro. Nós dificilmente conversávamos, sempre que ele sorria eu sorria de volta no mesmo tom, mas nunca foi genuíno. Nem mesmo quando eles eram casados se algum dos dois me dava alguma atenção, vivam demasiado presos nos seus mundos para se lembrarem da filha que tinham.
Desde sempre a minha vida sempre foi fingir. Eu era tão boa fazendo aquilo que já parecia uma qualidade, até mesmo com o filho da minha madrasta, eu fingia de todos os modos que me importava com ele, mas na verdade eu não me importaria nem se ele fosse preso por toda a droga ilegal que ele consegue. Ele era dois anos mais velho de mim mas agia como uma criança irresponsável e mimada. O cúmulo do ridículo.
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O Professor Endiabrado
RomanceWilliam James ou simplesmente Will é um homem charmoso e com um perfil admirável que faz da vida o que quer. Com um trabalho e o cotidiano estável ele aproveita a vida da maneira mais prazerosa possível, vivendo dos desejos da carne, e satisfazendo...