Capítulo 10

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No banheiro dele ainda, eu fiquei procurando por alguma coisa que pudesse me dar mais pistas sobre a sua vida,

Como eu encontraria?

Eu não sabia, não tinha nem ideia, mas estava procurando por qualquer coisa.

Olhei…olhei…procurei e nada, tudo que eu via era só loção para o cabelo, shampoo, cremes de barbear, literalmente tudo que você encontra em um banheiro masculino,

—  Shiza…está tudo bem aí dentro? - Ouvi ele perguntar do outro lado.

—  Sim senhor, não se preocupe, eu já estou saindo. - Gritei de volta o tranquilizando e suspirei encostando na porta fechada.

Se eu fosse um homem, onde eu guardaria informações sobre a minha vida? Provavelmente não em um banheiro…pensei e me ocorreu, aquela caixa que ele achou, parecia importante demais, será que tinha alguma coisa lá?

Bom, eu teria que deixar para matar a curiosidade num outro dia.

Me aproximei do lavabo e me olhei no espelho, por pura curiosidade puxei o espelho para o lado e ele se moveu deixando evidente algumas poucas prateleiras que tinham por trás ...lá não achei nada de realmente diferente cremes e mais cremes…

até eu achar uma pequena pastinha, era uma coisa realmente minúscula que provavelmente servia para colocar moedas.

Abri rapidamente a pasta e realmente, tinham moedas nela, mas além delas um cartão de vista de um…

— Clínica Metanoia? - Falei para mim mesma lendo o cartão. —  “ Venha mudar o seu pensamento a respeito de tudo, aqui saberá como enxergar a vida de uma outra perspectiva”

Estranho ...ele é psicólogo não? Será que aquela postura de rico esnobado era só para enganar as pessoas ao seu redor e ele mesmo também precisava ser tratado? Curioso.

Bom, se ele também vai a um psicólogo talvez eu devesse procurar esse consultório e tentar conseguir algum tipo de informação.

Saí do banheiro como se nada tivesse acontecido e ele sorriu quando o encontrei na sala.

—  Será que eu já posso levar você para a sua casa? - Perguntou cuidadosamente.

—  Sim senhor, já estou me sentindo muito bem. - Falei sorrindo para ele e andei até a minha bolsa, sem mais nada a dizer um ao outro, ele abriu a porta da sua casa, me dando passagem e eu me despedi silenciosamente daquela casa que eu tinha a certeza que mais cedo do que realmente se esperam eu estaria lá novamente.

Pelo caminho, a gente foi totalmente silencioso, sem ninguém dizer nada a ninguém e sinceramente, não achei aquilo errado, era certo, muito certo, eu ficava quente só de partilhar o mesmo espaço que ele e se ele me perguntasse alguma coisa a minha voz me denunciaria.

Quando a gente chegou, ele olhou para a minha casa e aquiesceu.

—  Finalmente entregue. - Falou e eu sorri sem mostrar os dentes, peguei a minha bolsa e estava para sair do carro quando ele tocou o meu braço.

Deus…quente…muito quente

— Eu lamento imenso pelo que aconteceu, você foi lá com tantas boas intenções e muita boa vontade de encontrar os arquivos e acabou saindo de lá sem eles e com dores.

Sim, dores…muitas dores.

— O senhor não precisa se preocupar, está tudo bem, e eu tenho a certeza que as dores são superficiais, daqui a pouquinho elas passam.

— Ainda assim. - Incisiu. — Me desculpe pelo ocorrido. - Eu aquiesci mais uma vez e saí do carro.

Tudo ok, a noite não terminou como eu gostaria. E ok, eu não estou dolorida como eu gostaria, na verdade nem estou dolorida, mas ele não sabe disso e não precisa saber de nada.

O Professor EndiabradoOnde histórias criam vida. Descubra agora