Capítulo 24

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Não consegue decifrar a minha, não consegue decifrar a minha
Não, ele não consegue decifrar a minha cara de blefe

Shiza

Tudo bem eu tinha me encrencado, mas essa encrenca me deu dois meses de tempo com o professor, e tudo bem que o Ataíde e aquela insuportável da Emma estarão lá, isso não vai me impossibilitar de nada.

Tudo que eu precisava fazer era só me concentrar no professor. Eu até nem entendi o porquê de ele ter estado tão hesitante, será que ele não me queria lá? Será que estaria indo lá alguém importante que ele queria que eu não conhecesse? Caso o problema fosse esse, ele não precisava se preocupar mais, visto que eu vou!

— Não, você não vai. - O meu pai falou logo após eu propor me deixando realmente passada.

— Como assim? - Perguntei.

— Minha filha, você está se ouvindo? - Ele perguntou. — Está ouvindo o que você está dizendo.

— Mas é claro que eu estou, porque eu não estaria?

— Querida...- Ele se virou para mim. — Eu não sei o que se passou com você ontem, mas você não deve estar batendo bem da cabeça não é?

— Papai não seja assim, eu estou pedindo para você, porque você não está concordando?

Ele parou o que estava fazendo e olhou para mim se apoiando na estante do escritório visto que ele estava arrumando alguns livros.

— Filha, você está me pedindo uma coisa impossível, tudo bem que ela é seu professor, mas eu nem sequer eu conheço e não me importa se você está saindo com o irmão dele, você simplesmente não vai passar dois meses distante de casa para ficar com eles dois ou não sei mais quem.

— Mas são férias!

— Eu não estou dizendo que não são férias, e você pode aproveitar da maneira que quiser...- Ele parou e tocou o queixo com uma expressão meio pensativa e distante. — Me corrija se estiver enganado filha, mas no momento nessa época você viaja com a sua mãe não é?

— Eu já falei com ela. - Falei fingindo demência. — E ela concordou. - Ele me olhou cético.

— A sua mãe concordou em passar férias com um monte desconhecido?

—Não são desconhecidos pai, o meu professor estará lá.

— Um professor que eu não conheço.

— Ele também é o terapeuta do Roy.

— Isso não muda a situação, querida.

— Mas deveria, ele é uma pessoa confiável. - Ele suspirou.

— Ele pode ser a pessoa mais confiável do mundo. - Falou. — E eu sou muito grato a ele e ao que ele está fazendo com o Roy, eu estou vendo as mudanças, todos estávamos vendo, mas isso não é suficiente para eu deixar você ir com ele, ou com o irmão dele com quem você está saindo e mais...esse menino deveria ter vergonha por estar convidando você para viajar com ele sendo que ele nem me conhece. - Falou. — Isso só mostra o quão ele não é merecedor de você, e eu sinceramente aconselho você a não deixar esse menino vir aqui, eu não sei do que eu sou capaz de...

Trimm...Trimm...

O meu pai foi interrompido por um toque na campainha e ele suspirou.

— Isso só pode ser um sinal, não é? - Perguntou enquanto eu fazia uma expressão de cachorro molhado apoiada na porta do escritório, já que ela estava entreaberta..

— Papai...

— Boa tarde...- Eu ouvi a voz do Ataíde e rapidamente me virei para lá vendo ele que felizmente para mim, não estava sozinho.

O Professor EndiabradoOnde histórias criam vida. Descubra agora