William P.O.V
A minha semana claramente não podia deixar de estar correndo nos conformes como todo o resto da minha vida, mas vocês sabem né? A felicidade do pobre dura pouco.
— Como assim? - Perguntei visivelmente irritado.
— É o que eu estou dizendo e mais, você é o meu terapeuta, você devia estar do meu lado. - Falou como se aquilo não fosse realmente nada.
— Niya, você jogou a namorada do seu ex contra as escadas e ela quebrou uma costela, sem falar que o pai dela é polícia e isso que você fez é violência, punível por lei.
— Não sei de que lado você está senhor James. - Falou cruzando os braços.
— Do lado da razão?
— A minha mãe está pagando você para você ficar do meu lado. - Eu ergui uma sobrancelha.
— Eu sou o seu psiquiatra e não o seu advogado e fique sabendo que se o pai da sua amiga descobrir que foi você que fez isso você vai precisar de um. - Ela olhou chocada para mim.
— Ela não é minha amiga, é a atual do meu ex. - Eu massageei as têmporas suspirando.
— Tudo bem, porque você está perseguindo a atual do seu ex exatamente?
— Eu não estou perseguindo a atual do meu ex.
— Ah não? - Ergui uma sobrancelha para ela. — É que parece que você está bem obcecada. - Ela sorriu de nervoso.
— Ela? Óbvio que não. O meu problema é e sempre foi com ele, se você soubesse senhor, se você soubesse de tudo que eles me fizeram... ele sempre disse as palavras mais bonitas, mandava os textos mais lindos, fazia as coisas mais fofas, e do nada...eu nada eu obviamente já não era ninguém. - Falou. — E ela, ela só está arcando com as consequências dos atos do namoradinho dela.- Eu toquei o meu nariz com a ponta do dedo.
— Ele? Segundo todas as nossas sessões você disse já está bem a respeito disso e já superou, bem como na conversa normalmente com ele. - Falei pensativo baixando o meu olhar severo para ela. — Você esteve mentindo para mim desde o começo da conversa. - Não foi uma pergunta.
Ela deu de ombros.
— Eu sei que é errado, e eu jurei que enão faria, para você e para minha mãe, mas isso estava sendo lento demais...demorado demais, e se eu não mentisse o senhor nunca daria aquela declaração afirmando que eu já estava bem e podia ir para a escola novamente, e eu precisava vê-lo, vê-los na verdade, a ela e ele, as duas pessoas que obviamente não tem consideração alguma. - Eu ergui a sobrancelha.
— Ah, então esse foi o motivo. - Falei aquiescendo. — Quer dizer que se eu dizer pra direção da sua escola que você não está bem, todas as nossas sessões depois dessa você vai voltar a mentir pra mim porque não consegue conter a obsessão que tem pelo seu ex? - Ela olhou pra mim processando toda a informação piscando várias vezes e logo aquiesceu.
— Sim. - Falou calmamente e eu de seguida pousei a ficha clínica dela que estava na minha mão, me levantei da cadeira e andei até a minha escrivaninha sem dizer nada, discando o número.
— O que o senhor está fazendo?
— Ligando para a polícia. - Ela se levantou rapidamente.
— O que? Pra quê? Porquê? - Eu tirei o telefone do gancho e o coloquei na orelha.
— A sua mãe não me paga tanto assim para eu dar abrigo a uma criminosa. - Falei sem realmente muita emoção.
— O senhor...o senhor vai contar a eles o que eu fiz?

VOCÊ ESTÁ LENDO
O Professor Endiabrado
Roman d'amourWilliam James ou simplesmente Will é um homem charmoso e com um perfil admirável que faz da vida o que quer. Com um trabalho e o cotidiano estável ele aproveita a vida da maneira mais prazerosa possível, vivendo dos desejos da carne, e satisfazendo...