Capítulo 8

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William P.O.V

Será que havia cometido algum erro ao dizer que ele era bonita?

Bom, não tinha como ela interpretar mal aquelas palavras. Era realmente bonita, não tinha uma beleza forçada ou artificial, era simples, fofa e genuína. Já tinha notado faz um tempo. Mas era mais fácil para mim agir como se eu não tivesse noção daquilo.

Garotas bonitas depois se tornam um problema para homens como eu.

Ela não transpareceu muita coisa quando eu falei aquilo, o que me deixou curioso. Não era normal eu...repito, eu, elogiar uma mulher e ela não responder de alguma forma, seja sorrindo de canto, corando, agradecendo, morrendo de amores por mim.

Nunca aconteceu algo parecido, e era...surreal.

Ela, pelo contrário, desviou o olhar do meu para a janela, olhando as ruas.

Será que ela interpretou mal oque eu disse? Talvez ela pense que eu o professor dela, que estava com ela a sós no carro, levando ela para casa, a altas horas da noite, talvez ela pensasse que eu estou me insinuando para ela, e essa era de longe a minha intenção. Ela é bonita e atraente e tals mas não ao ponto de eu colocar o meu trabalho em risco, não mais.

- Mm...senhorita Cass eu...

- Obrigada pelo que disse. - Ela falou virando o olhar para mim me deixando surpreso com o sorriso fofo que preencheu o rosto dela.

Eu nunca a vi sorrindo daquele jeito e nossa.

- De...nada. - Hesitei um pouco me distraindo até com a rota, e passando sem querer a entrada da casa dela, o que só notei quando já estávamos muito distante dela .

- O senhor passou a minha rua...- Ela falou rapidamente depois de olhar a rua durante um tempo, provavelmente se perguntando o porquê de ainda não termos chegado. E também, eu estava andando em alta velocidade.

- Droga...- Xinguei já colocando a mudança pra fazer um retorno.

- Se não me engano...- A Shiza começou me fazendo hesitar um pouco no que eu queria fazer. - O senhor disse a senhorita Darleen que seria mais fácil deixar ela primeiro porque o senhor e eu tecnicamente vizinhos.

A forma como ela dizia a palavra " senhor" era...desconcertante.

- Sim, eu moro...- Olhei para frente vendo até já a placa indicando a minha rua. - Naquele condomínio no fim três ruas depois da sua, bom, nesse momento são apenas duas porque eu andei em alta velocidade.

Ela pareceu pensativa.

- Não sei o senhor se lembra mas eu queria aqueles artigos que o senhor disse que tinha em casa...- Naquele exato momento eu me lembrei e porra...estava totalmente esquecido, a semana não foi fácil e os problemas parecem ser movidos por um fio invisível.

- Eu me esqueci por completo. - Falei.

- Sim eu notei. - Ele me interrompeu calmamente. - Bom, eu achei que como já estamos provavelmente na sua casa, e eu ultimamente tenho sentido muita curiosidade sobre esses artigos, talvez o senhor...

- Quer ir comigo até a minha casa para que eu te entregue? - Perguntei para ela, pois ela parecia estar acanhada demais para perguntar. Ela olhou para mim de maneira vidrada durante e tempo e eu notei que ela...tinha uns olhos muito...bonitos.

- Sim mas...- Ela desviou o olhar. - Bom, depende do senhor, eu posso esperar até amanhã se prometer que não se esquecerá mais.- Aquilo me deixou pensativo.

Eu não estaria ultrapassando uma linha que não deveria ser quebrada ao levá-la para minha casa? E mais, aquela hora?

Eu olhei as horas e sim...eram apenas nove da noite, mas às nove da noite não era " apenas" para uma aluna estar na casa do seu professor. Mas por outro lado, eu sabia perfeitamente que não levaria os artigos, coisa eu de livre e espontânea vontade me ofereci em fazer, eu sequer sabia onde eles estavam. Me lembrava perfeitamente que mandei a Mayra organizar de um jeito que eu dificilmente desarrumada sem um bom motivo. E ela estava curiosa para ver e aprender.

O Professor EndiabradoOnde histórias criam vida. Descubra agora