Capítulo 23

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William

— Atchim.!

— Nossa, vira a sua cara para lá, que eu não quero pegar o seu vírus. - O Erick falou me olhando com nojo.

— Que vírus?

— Vai saber...

— É só um espirro. - Falei limpando o nariz.

Mas foi tão forte que parecia até que alguém está dizendo algo sobre mim ou fazendo algo errado que me envolvesse.

— Do que você estava falando mesmo? - Perguntei e ele sorriu daquele jeito malicioso.

— Sobre a nossa viagem, se esqueceu?

— Você sabe que eu não posso viajar, Erick? - Falei e ele fez uma cara feia.

— Qual é cara, fazem seis meses que a gente planejou essa viagem e você quer simplesmente cancelar?

— Não foi " a gente", você planejou tudo isso sozinho e está me avisando logo agora? Erick você sabe que eu trabalho.

— E eu não? - Perguntou indignado.

— Sabe, por vezes eu acho que não. - Falei fingindo demência.

— Sai dessa cara, todos ser humano no mundo precisa de ferias, e se voce sumir por um tempinho a sua clínica não ser engolida por um terremoto ou um tsunami.

— Como você está sendo positivo, Erick.

— Pense comigo. - Ele apoiou os cotovelos na mesa e adotou uma postura séria, como se a gente estivesse planejando assaltar um banco. — O seu irmão e a sua prima não tem problema algum de vir, o hotel da Vera é enorme e ela estará nos recebido lá a custo zero.

— Não me diga que tudo isso é por interesse, Erick, ela está apaixonada por você.

— Claro que não, eu tenho dinheiro suficiente para comprar aquele hotel e você sabe. - Falou ofendido. — O que eu estou tentando fazer é convencer você com os meus dotes de persuasão. - Falou e eu fiz uma careta. — Voltando ao assunto, será na época em que os alunos estão de férias...

— Mas eu preciso...

— Não, não, você pode muito bem levar as coisas e notas para lançar lá, isso não é justificativa. E a sua querida clínica, ou consultório, ou o que quer que seja, você pode muito bem tirar férias Will.

Ele não estava errado, em momento algum, e era verdade sim, só que o grande e real problema, era que eu não queria ficar tão longe assim daquela cidade, outras coisas bem importantes me prendiam lá, e esse tempo que os alunos ficariam de férias, me daria muito tempo para eu dar atenção para essa coisa importante.

— Ah...mas ainda assim...

— Ah não Will...eu prometi para a Vera que você iria, que desculpa eu vou contar para ela? E mais...- Em algum momento na explanação do Erick eu me perdi, não porque ele estava sendo chato, mas ele realmente estava, mas sim porque algo por trás do ombro dele chamou a minha atenção.

Ah, não...

Vendo o meu interesse para o lado distante de onde ele estava, ele se virou e também viu.

— Aquele não é o Ataíde? - Ele perguntou.., eu não estava minimamente espantada por estar vendo o Ataíde passeado por aqueles lados, na verdade, eu nem estar espantado por estar vendo ele justamente com ela, principalmente por ela ter me avisado, mas aquilo era bem irritante, eu estava ficando mais passado do que eu imaginei. — E aquela...- Ele hesitou. — Nossa. - Ele se virou para mim. — Aquela garota é bem linda, você a conhece? - Ele perguntou e eu não consegui esconder, não consegue esconder a expressão no rosto e bom, ele é o Erick, meu amigo a mais de sete anos, não tinha como ele não notar. — Não acredito. - Falou com uma expressão de choque. — Aquela é a sua aluna? A mulher...a mulher que você estava falando? Aquela que você gosta? - Ele olhou novamente para lá. — E ela está andando com o Ataíde? Por favor não me diga que ele gosta dela. - Ele fez novamente aquela expressão burra. — E ela sabe? Mas mesmo assim está andando com ele?

O Professor EndiabradoOnde histórias criam vida. Descubra agora