Capítulo 22

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Ai, meu Deus, olhe esse rosto!
Você parece com o meu próximo erro

Shiza

E não é que ele parece mesmo?

Eu ainda nem tinha terminado de cometer um erro que já queria cometer outro. Eu estava me colocando em um buraco que eu provavelmente não saberia como sair?

Era a questão do momento.

Não sabia realmente se me meter com aqueles dois irmãos era uma boa ideia ou não, mas independente de tudo, eu sabia qual era o meu objetivo e quem eu realmente queria, não acreditava minimamente que algo ou alguém pudesse me distrair.

Infelizmente para mim, as grandes primeiras férias estavam mais próximas do que eu realmente gostaria. Não estava me imaginando ficando tanto tempo longe do William. Tudo bem que ainda teriam sessões de terapia com o Roy, mas se for para eu ficar sempre de fora, sem mostrar os meus dotes de bela atriz, eu dispensava.

O Roy não pode simplesmente ficar com a melhor.

Agora, vocês devem estar se perguntando. Do que diabos ela está falando? Bom, é claro que não é fácil para vocês entenderem, mas eu podia afirmar talvez, que eu estava com um pouquinho de ciúmes do meu irmão.

Só Deus sabe o que eles tanto conversam naquele consultório, vocês poderão não acreditar mas já tinha se passado uma semana, uma semana inteira que o Roy estava assistindo as aulas, uma semana inteira que o Roy estava indo fazer check up depois de ter feito uma limpeza no estômago, uma semana inteira que o meu pai não estava gritando com ele todas as manhãs, bom, em parte isso é mentira, ele ainda continua gritando, afinal o Roy não vai deixar de ser o Roy só porque está deixando de consumir drogas, mas claramente o meu pai agora o reconhecia mais como pessoa.

Vocês não imaginam como ele é grato a mim por ter encontrado um bom consultório e ter feito o Roy aceitar esse tratamento, me elogiando bastante pela minha preocupação com o meu irmão. Mal sabendo ele que era suposto tudo estar a meu favor, e não ao do Roy.

Desde o começo, eu nunca em momento algum menti a respeito de como eu me senti sobre esse assunto do Roy, é realmente admirável a força de vontade dele, outras pessoas levariam semanas, meses, e até mesmo anos, estariam morrendo com a abstinência, é verdade que ele sofre, eu consigo ouvir as vezes quando eu passo pelo quarto dele ou de madrugada, ouço ele procurando coisas nos armários, houve até uma dia que eu saí do quarto e o peguei procurando não sei o que, mal me viu, ele levantou rapidamente e se recompôs me mostrando um sorriso amplo. Era admirável, ele estava com dor, eu não imaginava como era, mas devia ser doloroso, e mesmo assim, ele sorriu para mim, eu sorri de volta e voltei para o quarto.

Mais uma vez, o Roy está vivendo isso porque ele assim o escolheu, você não pode tomar certas decisões e achar que não vai ter que lidar com elas depois, nem que você tentar tirar sua própria vida, a vida não é realmente justa, mas eu acredito que todas as merdas que fazemos aqui, a gente paga aqui mesmo.

E era exatamente por isso, que eu preciso fazer, desfazer e viver com as consequências dos meus atos.

Embora eu realmente não ache, que me envolver com o professor William pode me trazer péssimas consequências, talvez para ele né. Mas é aquela coisa, o amor supera tudo.

Estava com ele, no caso, o Roy no carro, a gente estava indo para a universidade quando o meu celular chamou.

Eu olhei para a tela e atendi de seguida.

— Mãe...

— Shiza, minha filha querida. - Falou com aquele sotaque britânico que eu não admirava tanto. — Como você está?

O Professor EndiabradoOnde histórias criam vida. Descubra agora