Capítulo 17- Sentimentos confusos

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— Fique tranquilo — disse Aemond sorrindo e eu sorri, ainda que meio confuso com tudo isso, eu não queria discutir mais sobre isso, pareceu ser a mesma situação dele. — Que tal irmos voar e depois roubar sobremesa da cozinha?

Eu amava esses momentos onde parecia que sempre estivemos juntos, como amigos.

AGORA


Lucerys

Quando eu acordei, já me encontrava sozinho e com um bilhete, após uma noite intensa de aventuras sob o céu, era impossível eu ter acordado cedo e portando quando despertei já estava um pouco tarde para o desjejum, logo seria posto o almoço. No bilhete, Aemond esclarecia que tivera que sair para o calabouço, pois seus sintomas do cio chegaram um pouco antes do que esperava, isso me alertou rapidamente e eu me senti na cama afoito.

Ele teria buscado alguém? Teria alguém com ele?

No bilhete também pedia que eu não fosse até si, talvez ele apenas não quisesse que eu soubesse, não sei, eu apenas me sentia estranho e fiquei quase o dia todo assim, sem conseguir me alimentar direito, ainda mais sob o olhar indiscreto de Alicent e de Otto, que deveriam saber da condição de Aemond.

Todos estavam aos sussurros pelo castelo e eu sabia que era por minha causa, por eu ser o esposo do príncipe e me recusar a ficar junto a si em seu momento delicado.

Ao anoitecer, depois de um dia longo, entediante e completamente estranho, eu não aguentei mais e fui em direção as celas, segurando apenas uma vela e por segurança trouxe uma faca que estava presa em minha cintura. Logo que eu encontrei a entrada, vi um cavalheiro em guarda e estremeci.

É só passar, sim, só passar de forma tranquila.

— Príncipe Lucerys — disse o guarda fazendo uma reverência e eu assenti, ainda estremecendo e tentando não deixar o meu medo aparente. — Sinto muitíssimo, mais tenho ordens do príncipe Aemond de não deixar ninguém perturba-lo.

— Imagino que sim — eu falei, ainda receoso e talvez o guarda tenha notado meu nervosismo, eu bufei, irritado. — Eu sou o esposo do príncipe, só deixe-me passar de uma vez.

O guarda pareceu indeciso e por fim, acatou minha ordem mesmo que receoso, então ele destrancou e me passou uma chave.

— Se o senhor precisar de ajudar, apenas grite que eu logo chamo mais guardas — o guarda disse, parecendo ser alguém decente e eu sorri, parando de estremecer. — Cuide-se meu príncipe.


Eu adentei e desci os poucos degraus do local, havia algumas celas, porém todas vazias, apenas uma estava com alguém e esse era o Aemond que estava sendo pouco iluminado com uma tocha que era fixa na parede do local, mesmo com a iluminação precária, pude notar algumas cordas soltas que aparentemente foi usada para o conter.

Ofeguei surpreso e me aproximei de si, ele parecia ter adormecido enquanto estava deitado numa espécie de cama muito pouco confortável pelo visto.

O cheiro forte dele estava instalado a cada canto do lugar, me fazendo ficar quente quase que instantaneamente, como se todo aquele sentimento estranho ao decorrer do dia tivesse sumido.

Eu fiquei preocupado com o seu desconforto e portanto tirei o casaco grosso que eu vestia, era uma noite fria e ele aparentava estar encolhido naquele lugar escuro, frio e desconfortável.


— Lucerys, não abra — disse Aemond entre rosnado, sua voz estava rouca e ele se mantinha de costas e deitado. Eu me mantive próximo a cela, confuso com o tratamento que ele tinha. Não era apenas deixá-lo trancado num quarto? — Não estou com frio.

A Besta Marinha - LUCEMONDOnde histórias criam vida. Descubra agora