Capítulo 19 - Podíamos tentar

2.3K 273 19
                                    

Aemond

Segui minha mãe em silêncio, me relembrando dos momentos que tive minutos atrás, o clima do ambiente, o cheiro, o lábio de Lucerys que estava tão próximo a mim.

Eu prometi a mim mesmo não cair em tentação.

Eu nem deveria ter tentando uma amizade, era inevitável que não fosse chegar a este ponto.

Alicent já percebeu meu encanto, que ela e Otto continuassem a achar que era isso.

—  Lorde mão — saudei assim que entrei em seus aposentos sendo seguido por minha mãe, Alicent. Avistei que Aegon estava desmaiado em uma cadeira, cheirando a álcool de longe. — O que você gostaria de mim?

— Nosso plano terá que ser o mais lento possível, até eles se mudarem — disse Otto suspirando, enquanto me encarava de cima a baixo. — Não podemos correr o risco de Viserys morrer antes da hora, você terá que se responsabilizar por isso.

— Certo, como desejarem — eu concordei, com a minha típica expressão fria. — Mais alguma coisa?

— Eu e sua mãe achamos que esse casamento vai servir para algo, afinal — disse Otto e eu arquei as sobrancelhas, não gostando do rumo do assunto.
— Rhaenyra é uma tola que nunca iria contra os próprios filhos. Faça Lucerys reconsiderar sua opinião de quem deverá se sentar no trono. Além disso, o marque e o engravide, assim fará Rhaenyra reconsiderar sobre um possível confronto.

— Não acho que eu consiga fazer isso, mesmo que nós estejamos próximos, é apenas atração momentânea — eu disse seriamente, enquanto encarava Otto atentamente. — Não há como eu simplesmente engravida -lo e marca-lo.

— É bem simples meu filho — disse Alicent dando de ombro, fazendo eu a encarar sem a compreender. — Ele é todo defeituoso, apenas o estímulo para entrar num cio sem sentido e o marque.

Ou seja, estupra-lo.

Mantive minha expressão normal, apenas assentindo e logo fui dispensado. Assim que virei o corredor, eu acabei por socar a parede em minha frente, rangendo os dentes de raiva.

O poder cega as pessoas.

**

Lucerys

Eu não estava delirando certo? Aemond estava muito mais retraído e nem me encarava diretamente, era como se ele fosse o Aemond frio e distante de sempre, não o Aemond que eu conheci nesse tempo e criei uma amizade. Algo parecia muito estranho aquela noite, onde após se juntarmos com a minha família para jantarmos, fomos para o quarto e ele simplesmente ficou quieto esse tempo todo.

— Aemond sobre o que ia acontecer antes... — eu comecei por dizer, notando como ele parecia andar de um lado para o outro em busca de algum livro nas estantes e não me encarava, mesmo eu falando consigo. Bufei, já irritado. — Aemond.... AEMOND!

Acabei por gritar, irritado demais por ser ignorado, por ser deixado de lado tão visivelmente e tão de repente. Ele me encarou sem nenhuma expressão e suspirou, desviando o olhar de mim novamente.

— Eu acho que não podemos ser amigos.... — Aemond começou por dizer, porém conforme ele falava aqueles absurdos, eu me aproximava irritadiço de si. —  Lucerys, não... Não torne isso mais difíceis.

Eu estava em sua frente, tão perto de si que o toquei com cuidado, eu nem tinha percebido que estava tremendo. Eu não poderia o perder novamente, não depois dele causar um mar de confusão em mim, ele era minha ruína.

A Besta Marinha - LUCEMONDOnde histórias criam vida. Descubra agora