Aemond
O que dizer sobre esses três meses que se passaram desde meu retorno? Bem, vamos começar por ter me mudado para Dritfmark, mesmo que ainda não tenha tido uma conversa franca com Henry, às coisas entre nós pareciam bem e Lucerys também se sentia bem sobre tudo, então foi uma mudança quase esperada e nem um pouco difícil de acontecer. Foi fácil me adaptar na ilha e mesmo que Lucerys tivesse me dito que não precisava ir assim, tão apressadamente para o seu lado, que teríamos todo o tempo do mundo, me pareceu impossível esperar por mais algum tempo.
Francamente, eu esperei por dois anos que pareceram dez anos longe, eventualmente o queria perto de mim todos os dias, a cada segundo e hora, até o fim de meus dias nessa Terra e além deste universo.
Henry não fez perguntas e continuou me tratando com total carinho, me pedindo ajuda para treinar, ler e até mesmo pedindo que eu participasse da leitura rotineira antes de dormir, pedindo que eu contasse qualquer história. Me sentia tranquilo em relação ao meu relacionamento com Lucerys, que agora era publicamente meu noivo diante todos, mesmo que nossa separação não tivesse sido concluída. Segundo Rhaenyra, pareceu bem provável que com o tempo tudo seria acertado entre nós, então nos registros da corte ainda éramos casados. O que não me impediu de preparar uma pequena cerimonia para celebrar nosso casamento, que ocorreria daqui algumas horas.
Três meses para estarmos realizando aquilo, sendo que queria casar com o ômega no dia seguinte que pedi. Aliás, o pedido formal foi feito numa festa aberta para a nobreza, afim de prestigiar seja lá o que. Uma semana após o meu retorno e meu pedido inusitado, me ajoelhei na frente de todos e pedi a mão do meu amor, que ficou totalmente envergonhado e aceitou.
Depois do meu cio, fui para Dritfmark por definitivo.
— Papai está bastante nervoso — confidenciou Henry ao adentrar os meus aposentos, onde já estava preparado com minha vestimenta. Iríamos no casar na ilha, uma celebração íntima e tudo que importava era ter Lucerys e Henry ao meu lado. — Você também?
Henry era uma criança adorável e sendo sincero não tive que fazer esforço algum para ama-lo, ele havia me conquistado facilmente e me avistei completamente encantado, mimando o menino até ser repreendido pelo meu ômega, que também o mimava. No fim, éramos dois babões mimando Henry.
— Vou casar com seu pai, claro que estou nervoso. — falei divertido e Henry riu. Ele parecia crescer cada dia mais, o que era uma lastima ao meu ver. — Ele é o amor da minha vida, meu ômega...
Notei que Henry parecia inquieto de repente, o que me fez encara-lo atentamente. O pequeno vestia uma roupa azul, o que deixava ele adorável e sua cara refletia algum tremor, como ser houvesse dúvidas e inseguras no pequeno. Esperei que ele falasse e ele notou isso, não quis pressiona-lo, ainda que gostasse de saber o que tanto o deixava assim, inquieto e inseguro.
— Vocês vão se casar e... Vão continuar comigo? Eu não sou um bebê e vocês vão querer bebês...— Henry tentava dizer calmamente, afinal se ele se agitasse as palavras saíam erradas e emboladas. — Filhos de vocês.
Notei que o garotinho parecia bem incerto em dizer tais coisas, talvez ele temesse estar certo em suas suposições. Ele era uma criança, mesmo que tentasse se portar como mais do que era, era visível seu temor e medo em seus olhos, como se não quisesse ir embora e obviamente ele não iria.
Nunca iria.— Luke e eu vamos nos casar e provavelmente teremos filhos no futuro. — comecei por dizer, sorrindo. Henry parecia quase prestes a chorar e logo me adiantei ao abraçá-lo. — Você pode ter vários irmãos e ainda sim continuará sendo nosso primeiro filho. Você é o filho de Lucerys e espero que um dia você me aceite como seu pai também. Nunca será deixado de lado, pois amamos muito você. Ser família não é sobre ser do mesmo sangue e sim sobre amar e confiar.
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A Besta Marinha - LUCEMOND
Fiksi PenggemarA tempestade era inevitável na casa Targaryen, sobretudo por conta da linhagem de sucessão, isso era um fato, uma disputa, um início de uma guerra feita por adultos que envolveram seus filhos nessa bagunça. Aemond era uma criança excluída, afinal nã...