Aemond.
— Aemond, você voltou.
Foi a primeira coisa que Lucerys disse em minha direção, parecendo realmente surpreso e num misto de sentimentos. Ele se jogou contra mim e me abraçou forte e foi inevitável não retribuir o abraço, o apertando ainda mais contra mim, respirando fundo aquele cheiro tão gostoso que apenas ele tinha. Entretanto assim como ele me abraçou, ele se afastou, parecendo bem envergonhada e desesperado.
— Desculpa por isso... Eu.. — Lucerys se desculpou, envergonhado e corado. Fofo. Lucerys desviou o olhar de mim ainda envergonhado e encarou a criança. — Não saia correndo assim mocinho, tem muita gente por aqui, você pode se perder.
— Sou mocinho... Não criança — resmungou o garotinho com um bico nos lábios, isso me fez sorrir. Parecia ver um sonho sendo realizado. — ele é?
Lucerys intercalou seu olhar entre mim e o menininho, parecia que ele queria falar algo e ainda sim se manteve em silêncio. Eu não o forcei, por mais curioso que estivesse para saber se ele havia se casado e quem era o pai do garoto. Henry parecia jovem e ainda sim se portava bem, mas podia-se encontrar alguns erros em palavras mais complexas ditas pelo mocinho.
— Ele é seu tio — Lucerys respondeu a criança e depois me encarou ainda em choque, parecia irreal estar ali em sua frente. — Você... Você está bem, isso é bom... Todos estavam com saudades de você.
— Também estava com saudades — falei e sorri ao vê-lo tão perdido em minha frente. Também me sentia perdido, queria abraçar, beijar e ficar com ele eternamente. — Acho que é melhor ir cumprimentar a Rainha....
Lucerys concordou, pegou a criança no colo e caminhamos lado a lado em meio a uma conversa superficial. Aparentemente, Baela teve um bebê e ele estava completando dois anos hoje, então haveria uma festa em comemoração e por isso havia tanta movimentação.
Ele não falou dele ou da criança e eu interpretei isso como se não fosse da minha conta, até porque não era.Não éramos mais casados e eu nunca lhe dei minha marca. Isso era um alívio e um arrependimento ao mesmo tempo. Sabia que deveria ter tentado mais, porém se tivesse feito tal coisa não seria o mesmo que forçá-lo a ficar comigo, forçá-lo a me escolher?
Eu o amo e queria vê-lo ser feliz com uma família. Ele tinha isso, não comigo e mesmo assim era a realização de um sonho doce para mim.
Sempre sonhava com ele, às vezes sonhos quentes, mas na maioria das vezes era vê-lo com um sorriso radiante nos lábios com um bebê nos braços.
E eu sempre o vendo ao longe... Talvez tivesse tido uma visão das coisas nesses dois anos de sonhos similares.Esses dois anos foi como uma corrida incessante, me fazendo correr e correr, sem rumo. Não de Lucerys, não da Capital e sim do desespero, da dor imensa e principalmente de mim mesmo. Acho que nós mesmos somos os maiores causadores das dores em nossos corações e corpos. Incapazes de viver e pensar positivo, de se achar merecedor de cada conquista, sorriso e migalha de felicidade.
Éramos a nossa própria destruição.
Nossas escolhas geram consequências. Nossos erros e acertos, o caminho que escolhemos trilhar, a maneira que agimos conosco e com os outros, nossos pensamentos e anseios. Tudo isso molda a nossa forma e a pessoa que nos tornamos.
Há quem seja feliz e também há infelizes e tudo bem. No fim foram nossas maneiras de conduzir a vida que nos levaram para tal estado. Por isso deveríamos viver como queremos, ser como queremos, lutar por quem queremos.
Mesmo que haja perda e a história não dure, contando que não haja arrependimento, então tudo valeu a pena. Nada é realmente insignificante para não valer a pena.
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A Besta Marinha - LUCEMOND
Fiksi PenggemarA tempestade era inevitável na casa Targaryen, sobretudo por conta da linhagem de sucessão, isso era um fato, uma disputa, um início de uma guerra feita por adultos que envolveram seus filhos nessa bagunça. Aemond era uma criança excluída, afinal nã...