Capítulo 6 - ''Não seriamos um do outro''

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Lucerys Velaryon Targaryen.

Eu deveria manter- me um Velaryon, apesar da tradição ser que o ômega assumiria o sobrenome de seu alfa. Aemond não era meu alfa, mesmo que essa parte já o tenha aceitado como tal, eu não o aceitava.

Apenas aparências.


— Você já fugiu de mim o suficiente — disse Jacaerys sentando se perto de mim e eu suspirei e concordei consigo, o encarando depois de dias o evitando. Evitando essa conversa constrangedora. — Por que aceitou essa loucura?


E eu não sabia o que responder.


— Não sei, não acho que seja ruim — eu disse sem prestar muita atenção e focando na decoração vermelha com detalhes azuis. Havia sombras de ondas na decoração, algo Velaryon. — A decoração do grande salão está melhor do que na parte da cerimônia.


E Jacaerys aceitou aquilo como um "Não quero falar sobre isso", porém manteve-se ao meu lado, bebericando de seu vinho.


— Mamãe disse que Aemond cuidou dos preparativos do salão junto com sua a mãe, a rainha — disse Jacaerys e eu o encarei ingênuo, depois observei ao redor e notei como o vermelho e o azul estavam mais nítidos que qualquer outra cor. — Provável que tenha sido obrigado, porém realmente ficou bom.


Continuei conversando banalidades com meu irmão, ignorando como daqui algumas horas terei que enfrentar Aemond, mesmo que aparentemente minha mãe tenha cuidado disso apropriadamente. Uma vez e outra, lordes ricos vinham e me convidavam para dançar, eu dispensava sem pestanejar e agradecia as atenções.


Pura falsidade.


Aemond também teve que vir para meu lado, ignorando eu e Jacaerys que continuamos conversando, sem ligar para si.


— Baela quer que visite Pedra do Dragão assim que puder — disse Jacaerys e eu concordei, com pesar. — Arrax é rápido e não é uma viagem longa, certamente poderá nos visitar sempre.


Eu teria que morar aqui na fortaleza vermelha, no reino, juntamente com meu marido e seus parentes verdes enojados.


— Claro que sim, não esqueça de me convidar para o casamento — eu disse sorrindo, feliz que Jacaerys parecia tão tranquilo.— Você tem sorte de ter Baela, não me faça querer arrebentar sua cara.

— Eu sei que sim... — disse Jacaerys de uma forma boba, claramente apaixonado e eu ri. — Qualquer coisa sabe que estou perto o suficiente para vir rápido.


Eu apenas concordei sorrindo, sentindo meu coração leve ao abraçar-lo de lado. Finalmente me sentia bem como a tempos não me sentia, mesmo que fosse temporário, saber que meus familiares estavam ali para mim, isso aquecia o meu coração, tantos cuidados comigo realmente me emocionava. 

Mesmo que eu quisesse ter o coração de pedra.


— Devemos dançar uma dança — disse Aemond após Jacaerys ir atrás de Baela, me deixando sozinho com meu marido. Eu o encarei de lado e o observei. — Apenas para manter as aparências.

A Besta Marinha - LUCEMONDOnde histórias criam vida. Descubra agora