Capítulo 27- Declínio

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Lucerys

Duas semanas passou desde que a minha família toda se foi para pedra do dragão e meus dias estavam ruins pra caralho, considerando que eu estava passando mal e que eu não tinha nada muito interessante para me animar, além de Aemond, livros e infernizar a vida da rainha Alicent nas reuniões do conselho, apenas essas coisas me mantinham sã nessa merda de castelo.
Entretanto, eu até preferi me manter isolado nos aposentos, principalmente com o início de alguma doença estranha que estava me acometendo.

Aemond não sabia disso e eu não queria incomodá-lo, ultimamente ele passava bastante tempo patrulhando, em vigia. Eu simplesmente não sabia o que era, mais algo estava errado com ele.

E por conta do tédio, decidi visitar regularmente meu avô acamado, às vezes ele nem percebia que eu estava ali, porém eu lia para ele alguma história emocionante.

Eu o amava muito, ele sempre tentou o seu melhor e eu entendia que nem sempre conseguimos fazer isso, seu amor por minha mãe era louvável, apesar de seus defeitos com os demais.
Ninguém era perfeito e eu não podia culpa-lo, não cabia a mim.

— Acho que vou ir visitar o vovô — resmunguei ao perceber que já estava anoitecendo, fazia dois dias que eu não o visitei, por conta de Aemond que estranhamente se tornou presente e agora estava novamente em serviço. — Ele podia pelo menos vir jantar comigo...

Caminhei pelos corredores silenciosos e evitando aqueles corredores que eu sabia que estaria movimentado, por isso eu tinha que dar uma extensa volta para enfim chegar nos aposentos do rei. O aposento dele normalmente estava sendo guardado por seu cavalheiro mais próximo, o que estranhamente não era o caso e a porta estava entreaberta, algo muito errado estava acontecendo.

Quando eu olhei pela fresta da porta, eu arregalei os olhos, meu avô estava com espuma na boca e olhos arregalados, imóvel. Era óbvio que não era uma simples morte qualquer.

— Ele finalmente morreu...— disse uma voz bem conhecida e eu gelei, era Alicent e Otto estava junto a ela no quarto, diante do meu avô morto. — Demorou anos, mais tudo saiu como era ordenado.

Mataram o rei, mataram Viserys, mataram meu avô?!

Eu me sentia em pânico, em uma profunda dor, Viserys havia morrido após anos estando naquele estado deplorável, sempre havia uma melhora para uma piora, porém ao escutar Alicent junto ao Otto, a ficha realmente caiu, como um trovão.

Não houve alvoronço com a morte de meu avô, tudo se mantinha em silencio no castelo e eu presumo que era isso que eles queriam, então eu corri, corri com todo o meu coração antes que soubessem que eu descobri, eu tinha que avisar a minha mãe e fugir o mais rápido possível com Aemond.

Entretanto, não demorei muito para bater de frente com Criston, que provavelmente estaria indo em direção aos aposentos de Viserys, ele estava morto e eu não sabia como respirar, era obvio que a ficha caiu que eu já sabia do falecimento, portando fui arrastado e me deixei ser arrastado, frágil, sem saber conter o choque que recaiu sobre mim.

Haviam envenenado Viserys, mataram o rei, mataram meu avô perante todos esses anos!

Rainha Alicent, encontrei-o — disse Criston adentrando no quarto do meu avô, que se encontrava falecido em seu leito, eu não consegui encarar Alicent, Otto ou seja lá quem mais, apenas encarei Viserys naquele estado — Como pode ver, ele já descobriu por si só.

E eu levantei o olhar, possesso de ódio e fui rapidamente contra Alicent e a agarrando, tudo foi tão rápido e eu já estava com as garras em seu pescoço, não enxergando nada além de ódio e vingança.

Me pergunto, o que aconteceria se eu lhe matasse agora — eu disse baixo, tão baixo que talvez só ela tenha escutado e o Otto e Criston se mantinham em alerta, Criston havia puxado sua espada e eu não estava nem ai, Alicent estava sendo segurada violentamente pelas minhas mãos e minhas garras afiadas se mantinha em seu pescoço, ela estava tremendo. — Me pergunto o que Viserys, meu avô, lhe fez além de confiar em você, confiar em você como rainha, te confiar suas convições...



A Besta Marinha - LUCEMONDOnde histórias criam vida. Descubra agora