Lucerys Velaryon
Aemond e eu não conversamos mais e eu sabia que, em partes, era minha culpa e entendia sua raiva, mesmo não entendendo a minha própria. Eu andava apenas trancado no quarto, até que chegou aquela dor, insuportável e angustiante.
Eu estava sozinho, longe da minha casa, longe dos meus familiares e longe de qualquer conforto.
Não havia ninguém que pudesse me trazer alguma felicidade.
— Aemond... — gemi me contorcendo contra a cama, o calor já havia tomado conta de mim e já não estava tão sã quanto deveria estar.— AEMOND!!
Não aguento mais viver....
Não queria mais viver assim...E eu chorei, chorei porque tudo estava insuportável, chorei por me tocar e me sentir sujo, ainda mais quando Aemond invadia meus pensamentos, me fazendo gemer contra a cama, abafado e com as lágrimas escorrendo de meu rosto.
Chorei ao querer que ele, logo ele, que tanto me desprezava, estivesse ali, me acolhendo. Por que eu me sentia tão sensível, sozinho e completamente desolado.
Eu nunca seria amado....
Fiquei quase uma semana inteira sem atender a porta, sem me alimentar, sem nada. Após o cio, vagas lembranças de eu me tocando me veio a mente e eu me odiei por isso.
Odiei que Aemond dominasse meus pensamentos tão lascivos, estes que me consumiam dia após dia.
— Lucerys? — ouvi a voz dele me chamando, através da porta trancada e suspirei, me encolhendo na cama. — Vamos, abre isso.
E eu tive que me levantar, me arrastando, totalmente descabelado e sem vontade, abrindo a porta apenas um pouco, observando que ele segurava uma bandeja.
— O que foi? - perguntei o encarando, totalmente indiferente, mesmo que no fundo eu me sentisse envergonhado. — Sua mãe mandou trazer-me?
Claro que a ironia estava mais do que presente em meu tom. Ele adentrou o quarto, sem minha permissão e ignorando meus protestos inúteis. Abriu as cortinas que cobriam a vista da sacada, fazendo meus olhos arder por conta da iluminação.
— Pode entrar — falei com total ironia, indo me sentar na cama, com os pés cruzados enquanto avistava Aemond deixar a bandeja sob a mesa na sacada. — Se era só isso, pode sair.
Eu estava envergonhado o suficiente perante a clara bagunça em meu quarto, em mim. Não precisava dele me encarando sem expressão alguma. Preferiria que ele ficasse com graça ou ironias.
— Lucerys — ele me chamou e eu tive que o encarar, sentindo meus olhos coçar com a vontade de chorar. Ele suspirou e parecia estar sendo difícil respirar para ele. — Lucerys... Você está péssimo... Não sai, não come, está com um ar adoentado...
Não era o que ele queria falar, eu sentia, mesmo que a expressão dele estivesse neutra enquanto falava, me observando atentamente, eu podia sentir seu olhar queimando sob mim.
— Eu sei.... — eu disse, sem saber o que dizer mais, ainda o encarando, suspirei. — Me desculpa por explodir com você naquele outro dia, me desculpa pelo olho e me desculpa também por ser um incômodo para você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Besta Marinha - LUCEMOND
FanfictionA tempestade era inevitável na casa Targaryen, sobretudo por conta da linhagem de sucessão, isso era um fato, uma disputa, um início de uma guerra feita por adultos que envolveram seus filhos nessa bagunça. Aemond era uma criança excluída, afinal nã...