Capítulo 41- ''O esperei...''

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Opa! 

Galera esse capítulo será focado no Lucerys nesses dois anos que se passaram, vai ter alguns paralelos e cortes. Enfim, espero que gostem, fiquei muito na dúvida se deveria colocar ou não dessa forma.


Lucerys*

Demorou menos de uma semana para cair a ficha de que Aemond tinha ido embora e que a culpa era minha por estar cego de ódio e dor. O fiz pensar que o odiava quando na verdade isso era impossível.
Não havia informações sobre seu paradeiro ou planos, então eu tentei fingir. Fingi casualidade, fingi que não o esperava ansiosamente e que não chorava aos prantos. Tentei ocultar meus sentimentos, fazendo meus deveres com agilidade e vivi.

Ou pensei estar vivendo.

Quando completou dois meses de sua ida, pensei que ele não voltaria mais e realmente achei sensato. Eu o magoei demais, o feri e despejei toda minha dor em cima dele, mesmo que ele não merecesse.

Eu o amava tanto e tentar o odiar me matou.

Quando voltei para capital para alguma festividade fútil da nobreza, acabei por sair para cidade escondido e disfarçado, tentando respirar adequadamente. O ar da capital era tão sufocante e tão barulhento, o que me fazia sentir falta de Dritfmark e a tranquilidade da ilha e o mar. Quando percebi estava no Porto cheio e suspirei, observando ao redor com dor. Foi ali que terminou para mim, naquele lugar que lutei tanto para defender e que ninguém sabia o que eu tinha perdido.

Um filho. Perdi um filho nesse local, tentando defender algo que era por direito de minha mãe, que foi tomado dela por mero machismo e ideais ultrapassados.
Estávamos em uma nova geração e ainda havia aqueles que não estavam contente com as mudanças.

Minha mãe se mostrou uma pessoa digna de governar e todos pareciam celebrar sua imagem e seu reinado.

Quanto sangue não foi derramado por isso?
Quanto não perdemos por isso?
Quanto eu destruí por causa disso?

Aemond se foi, o bebê que perdi se foi. Vivia constantemente vigiado por minha mãe e meu irmão, que temiam que eu entrasse por completo no abismo.

O abismo da solidão e da dor.

— Como ousa me roubar?! Pirralho! — ouvi vozes e sons altos, que me tiraram do meus pensamentos e me fez ir em direção daquele pequeno tumulto no cais. Poucas pessoas se importavam em prestar atenção na cena a frente, o que era normal para eles. — Vou cortar suas mãos imundas!

Era um comerciante barrigudo e nojento, cheirava a alfa e a esgoto ou talvez esse fosse seu cheiro real. Ele estava pisoteando uma criança fraca e repleta de trampos que mal cobria a pele pálida e que deixava visível os ossos de sua pequena estrutura.
Era uma criança pequena, que estava com fome e sendo prontamente maltratada e ignorada por todos, ainda sim, ele não chorava ou nada do tipo.

Ele apenas aceitava aquilo e isso me fez interromper mais dos golpes do comerciante. Empurrei o alfa e isso sim chamou a atenção das pessoas.

Um ômega se intrometer não está nada bem, porém deixar um alfa matar uma criança, sim? Bando de hipócritas.

— Quem você acha que é pra se meter, seu ômega? — gritou o comerciante quase vindo para cima de mim, porém o interrompi sacando minha espada. — Hã, um ômega com espada? Acha que é muito com isso? Vou te fazer entender a diferença entre nós, seu...

Sorri e retirei o capuz, depois a capa que escondia minha roupa azul, que tinha prontamente o símbolo Velaryon costurado nas costas e a insígnia Targaryen no peito. Todo mundo parou de caminhar e a atenção caiu sob mim e a pequena briga. Sorri ainda mais quando o alfa percebeu e começou a suar frio em minha frente, vendo minha espada apontada para si de forma zombeira

A Besta Marinha - LUCEMONDOnde histórias criam vida. Descubra agora