Capítulo 32 - ''Suma''

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Lucerys.

Estava irritado, muito na verdade, me sentia ferver ao ver aquela emboscada inútil. Com a minha chegada na Baía da Água Negra, as tropas dos verdes se puseram a nos atacar, talvez achassem que queríamos invadir, o que não era o caso.
Estava num confronto de navios e sinceramente queria berrar e explodir, sentindo meu corpo e sangue ferver com a audácia desses vermes verdes.

Mergulhei com Arrax no mar, desviando de flechas inúteis. Treinei Arrax para se adaptar bem, não era ruim usar dessa estratégia vez e outra, só não abusar da sorte e tudo bem, só que obviamente eu o fazia e muito.

Foda-se.

Em cima de Arrax, subi do oceano azul e voei rapidamente para o céu, o dragão se pôs a destruir mais dos barcos próximos, enquanto nossos homens tentavam combater a batalha pelo mar, nos auxiliando.

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— Príncipe Lucerys, trago notícias de Pedra do Dragão — disse um guarda se aproximando, o encarei sem expressão. — Aqui tens, é da Rainha.

Peguei a carta e destruí o selo intacto, começando a ler ansiosamente. Por sorte, eram boas notícias, aparentemente Jace teve sucesso em sua invasão e as casas aliadas estavam nos ajudando no cerco. Logo, a capital estaria cercada de todos os lados, principalmente quando as casas que se aliaram à causa Verde caírem.

Eu tomaria conta da baía da água negra até estarem pronto para marcharem e invadirem a capital. Não deveria agir com imprudência e comunicar possíveis problemas.

Deveria manter o bloqueio de maneira eficaz, sem complicações e ações imprudentes.
Recuar se fosse necessário.

Revirei os olhos.

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Resmunguei de dor ao ser acertado pela porra de uma flecha, ficando irritado imediatamente. Não sei qual era a porra do problema desses incompetentes que achavam que eu estava ali para invadir a porra do negócio, se eu quisesse mesmo não seria barcos e meros soldados inúteis que me pararia.

Arrax queimava sem dó os barcos que insistiam em prosseguir adiante, desviando das flechas agilmente. Ele era rápido, ele sentia minha raiva e isso dava combustível para ele queimar mais. Havia gritos e as flechas cortavam o ar, ambos os lados estavam um caos.

Até ele aparecer e fazer o lado dele recuar.

Aemond havia chegado com Vhagar, não atacou ninguém e recuou. Nos encaramos pelo céu e eu me mantive sério, fazendo uma careta de dor com o ardor do corte em meu ombro.

Podia ser pior, foi de raspão.

Recuamos e bufei ao ser interrompido no meu momento de paz, quando um guarda chegou correndo desesperadamente.

— Meu senhor, Príncipe Aemond, deseja uma reunião com você — disse o guarda tremendo, parecia apavorado e eu revirei os olhos. — Devo deixá-lo vir?

— Sim — respondi dando de ombro, ainda permanecendo sentado e sem blusa, com o machucado à mostra. — Se ele fizer gracinha, atiro uma flecha no outro olho dele.

O guarda me olhou abismado e saiu às pressas, não demorou para eu ouvir Vhagar se aproximar sob o navio, mesmo que estivesse dentro do escritório, logo teve passos pesados e uma movimentação no navio, murmúrios por todo lado e eu sabia que era a presença do alfa, de longe podia sentir o cheiro característico dele se aproximando mais e mais.

A porta foi aberta, Aemond estava sendo escoltado até mim, não havia espada em sua cintura e presumo que ele deveria ter entregado aos oficiais do navio. Não fazia muito sentido, pois não? Ele podia simplesmente nos queimar com a besta dele.
Os guardas se retiraram com um aceno de mão da minha parte e a porta foi fechada, nos deixando a sós. Ignorei seu olhar e me recusei a retribuí-lo, voltando o que estava fazendo antes de ser interrompido; limpar meu machucado.

A Besta Marinha - LUCEMONDOnde histórias criam vida. Descubra agora