Prólogo

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11 anos

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11 anos

Ajustei meus óculos de grau no rosto, com os olhos vidrados no papel branco em cima da mesa. Resmungo um palavrão baixinho , em pura frustração, pois parece que tiraram toda a minha criatividade para desenhar.

Desenhar era a minha maior paixão, as aulas de artes eram as minha preferidas no colégio, no entanto, artes não era só fazer desenhos aleatórios e para o azar da minha professora, eu só queria desenhar. 

Qualquer coisa que fosse, um animal , um objeto, geralmente eu desenho coisas que surgem na minha cabeça do nada , mas hoje isso não parece funcionar, eu não estou conseguindo focar o suficiente.

E isso é horrível para mim , porque eu sempre me cobrei demais , em tudo. 

Tenho a irritante mania de querer me superar mais e mais, dia após dia.
Os meus desenhos são perfeitos, mas posso melhorar um pouco mais , sou boa em exatas também.

Números junto com letras para muitos pode parecer assustador, para mim é divertido e fácil, eu adorava essa combinação.

Por mais que desenhos e exatas não tenham nada haver, eu gosto do desafio e me esforço para ser brilhante em tudo que faço.

Posso parecer grosseira dizendo assim, mas é porque eu tenho TDAH e minha mente simplesmente não descansa.

Fui diagnósticada com TDAH com quatro anos de idade e também com um QI acima da média.

Processo informações, contextos, dados e detalhes com muito mais facilidade. Nada de ficar minutos tentando decifrar o que está sendo cobrado na prova.

Eu consigo resolver atividades do terceiro grau sem problemas.

Quando gosto de fazer algo eu me empenho com tanto vigor, sendo assim, não consigo desligar a minha cabeça.

Passeio os olhos pela biblioteca buscando por alguma inspiração. Procuro por algo bonito e interessante, talvez eu consiga desenhar se ver alguma coisa atrativa que prenda a minha atenção.

— Porra — ouço alguém xingando no silêncio encantador da biblioteca.

Rapidamente levo os meus olhos até ele.

É um garoto, um garoto que eu nunca o vi antes, pelo menos não aqui na biblioteca.

Ele não parece ser nenhum nerd, assim como eu.

Tento sondá-lo discretamente.

Seu jeito é diferente. Se parece com os garotos descolados e populares que insistem em fazer bullying comigo.

Seus cabelos são em um castanho com tons mais claros nas pontas , os olhos acho que são verde escuro , não consigo ver direito pela breve distância.

Forço um pouco mais à vista, decorando os seus traços na minha mente.

Ele daria um lindo desenho na parede do meu quarto.

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