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Seria uma grande mentira dizer que não estou nervosa pela noite de hoje!
É o lançamento da nova coleção de luxo da Tia Mia, mãe do Peter, e tudo em mim quis negar o convite inicialmente. Não sou exatamente a rainha das festas chiques, e parece que sempre esqueço como devo andar no meio da alta sociedade.
Mia's.
Esse é o nome da marca usada mundialmente e acreditem ou não, a dona da marca é a minha amiga e mãe do meu melhor amigo.
Por isso, decidi me render e usar um vestido elegante com saltos altos, embora eu tenha uma relação desastrosa com saltos e os ache incompatíveis comigo.
Enquanto me arrumo para a festa, examino cuidadosamente o lindo vestido que Mia escolheu especialmente para mim para esta noite.
Não consigo conter o sorriso ao me sentir um pouco estranha. Cada detalhe do vestido, desde o tecido até o corte, parece feito sob medida para realçar minhas curvas.
Esse vestido deve ter custado um rim, mas ele é divino.
Pondero sobre os preços exorbitantes das bolsas da Mia's, que parecem custar o meu outro rim, não posso deixar de sorrir ao lembrar que, por sorte, minha tia Mia também me presenteou com uma bolsa da sua famosa marca.
Eu agradeço a Deus todos os dias por ter um melhor amigo rico.
— Cacete — escuto a peste caçula entrando em meu quarto e me observando boquiaberto — Quem é você e o que você fez com a minha irmã?
Reviro os olhos, pois é óbvio que ele já sabe a resposta para essa pergunta. Não é comum me verem tão bem arrumada sempre; para terem uma ideia, a última vez que me arrumei assim foi no meu aniversário de quinze anos.
Eu gosto de me sentir confortável, com calça jeans e o meu All Star, não quero guerra com ninguém.
— Você não tem nada melhor para fazer? — pergunto passando o meu gloss de sempre nos lábios — Seu pestinha.
Não exagerei na maquiagem, optando por uma sombra clara, rímel e gloss, pois acredito que isso já é mais do que suficiente para realçar o meu rosto.
— Estou entediado — ele sentou na minha cama e balançou os pés incontáveis vezes.
— E resolveu vir me atazanar?
— Não tinha nada melhor para fazer — deu os ombros.
— O que você quer? — perguntei, encarando-o com desconfiança — Fale e saia do meu quarto.
— Posso ir com você? — seus olhos brilharam, mas a expressão desanimada tomou conta quando neguei o seu pedido.
— Nem pensar — respondi, fazendo careta para ele, que prontamente mostrou a língua em resposta.
