Capítulo 38

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Preciso sair do meu quarto, sumir de tudo que me lembra ele

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Preciso sair do meu quarto, sumir de tudo que me lembra ele. Mas como? Peter está em cada canto da minha mente, grudado em cada pedaço de mim. É como se ele estivesse cravado na minha pele, quase impossível de arrancar. Já fazem três dias que estou trancada aqui. O tempo se arrasta, e o silêncio me consome. Cada sombra, cada suspiro, o seu cheiro impregnado, tudo me lembra dele.

Não queria ver ninguém, nem ouvir ninguém. Eu só queria esquecer, mas minha cabeça insiste em trazer o rosto dele de volta.

Como eu odeio amá-lo tanto. É uma dor que parece não ter fim.

Ele parecia tão machucado, seus dedos estavam avermelhados e arranhados como se ele tivesse socado algo com muita força...não! Balancei a cabeça em negação, eu me recuso a pensar nele.

Eu sempre soube que amar o Peter desse jeito acabaria me machucando. Sabia que, uma hora ou outra, isso ia doer. Mas eu não quis ouvir, não quis acreditar que esse amor podia virar essa bagunça.

Amei ele com uma intensidade que me consumiu. Amei o Peter mais do que a mim mesma, como se ele fosse tudo o que eu tinha, como se ele fosse parte de quem eu sou. E agora estou aqui, vazia.

Tina veio me ver. Ela se sentou ao meu lado e ficou comigo sem dizer nada, só me abraçando enquanto eu chorava em silêncio. Passamos a noite assim, assistindo Harry Potter, e cada cena me fazia lembrar de todas as vezes em que Peter assistiu comigo, mesmo sem gostar, só pra me ver feliz.

Estou pensando nele de novo.

Eu odeio oque ele fez comigo.

Odeio oque ele fez com o meu coração.

Odeio que ele tenha me feito amá-lo como uma louca.

Ed me ligou.

Lucca também.

Mas eu não quis atender ninguém.

Peter veio até minha casa todos os dias, como se ainda restasse alguma coisa que ele pudesse fazer. Eu escutava a voz dele conversando com o Oliver lá fora e, pela primeira vez, meu irmão caçula ficou do meu lado. Pedindo para Peter me dar espaço, insistindo para que ele me deixasse respirar. Mas Peter não ouvia. Não desistia. Cada visita, cada palavra, era como se ele se recusasse a aceitar que isso acabou.

Que não existia mais nós dois. 

Sempre que olhava pela janela e via o carro dele estacionado na rua, uma dor enorme me invadia, me dando vontade de chorar de novo e de novo. E o carro ficava ali. Às vezes, mesmo de madrugada, ainda estava lá.

Não importava a hora, Peter estava lá.

Ele bateu na porta do meu quarto tantas vezes que já perdi a conta. Chamou meu nome, tentou falar, implorou, chorou de um lado e eu do outro lado.

Ele queria ouvir minha voz, uma resposta, qualquer sinal. Mas quando as palavras se esgotaram, ele ficou só... em silêncio, sentado do lado de fora do meu quarto. E mesmo sem vê-lo, eu sentia sua presença ali.

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