Capítulo 5

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-Você sabe, não sabe?

Sua mão está sobre a minha fazendo leves carinhos. Olho as pessoas a nossa volta, estamos sentados na mesa mais escondida, mas ainda assim não posso evitar não olhar para todos os lados.

-Sim eu sei, mas não posso deixar ele, você sabe do que ele é capaz.

Suspiro.

-Porra! Acabei de fala que te amo, deixa aquele merda e vamo comigo.

Puxo minha mão da dele

-Me sacrifiquei por você, você estava envolvido com aquelas merdas, era para você estar na cadeia agora.

-Sofia..

-Não! Se bem me lembro, você me pediu que aceitasse, que ficasse com ele, por você, pra te salvar.

-Mas agora não precisa ... Já to livre, e aquilo era tudo mentira eu nunca...

-Claro! Agora que você está solto e a única ameaça é contra mim, você diz que não precisa mais.

-Ele não vai fazer nada com sua família.

-Você não sabe nada sobre o que ele é capaz.

-Tá gostando dele né? Eu sabia, toda aquela cena gritando que tá sofrendo, foi só ver todo o dinheiro dele que mudou de ideia né? Cê não presta Sofia, Sua vagabunda ...

Dou um tapa em seu rosto.

-Nunca mais me manda mensagem.

Pego minha bolsa e saio de lá correndo, volto para aquela maldita casa, entro pelos portões da frente, a essa hora ele já sabe que eu saí mesmo.

Passo pela sala e pulo de susto quando o vejo ali, ele está sentando na poltrona, a parte de cima do terno esta jogada no sofá a camisa social com as mangas dobradas mostrando algumas tatuagens em seus braços, um copo de whisky em uma mão já a outra passa pelo cabelo freneticamente, ele parece muito, muito bravo.

Não demorou para me olhar, um frio passou por minha espinha, Seus olhos âmbar, são lindos, mesmo em horas como essa, contrastando com seu cabelo e barba preta.

-Onde esteve?

-Eu ...eu.. fui dar uma volta.

-Aonde você foi?

George se levantou e começou a vim em minha direção.

-Eu não sou sua prisioneira sabia? Eu ...

-Onde... Você... Foi?

Fala pausadamente, enquanto anda até mim. Fico calada, quando estamos frente a frente ele coloca a bebida numa mesinha de canto, leva a mão a minha nuca me puxando pra si devagar.

-Não vou perguntar outra vez.

Rosnou.

-Fui numa lanchonete.

Minha voz saiu quase como sussurro.

-Com quem? Olha pra mim.

Puxou meus cabelos me obrigando a olha-lo.

-Rodrigo.

Sussurrei. Ele chegou perto do meu pescoço e respirou ali.

-Deixou ele te tocar?

Podia sentir a raiva em sua voz.

-Não.

Ele me soltou, pegou a bebida e o terno e foi em direção a saida.

-Vai sair?

-Trabalhar baby.

-Mas... Mas.. como sabe que não menti? Como sabe...

Paro de falar quando vejo o segurança que costuma ficar na saída dos funcionários chegando. George sorri e entendo tudo, ele não estava lá de propósito, ele estava me vigiando, pra saber onde iria.

-Estou sempre um passo a sua frente.

E sai.

O céus, o que há comigo? Esse homem é um estupido, ele é um filho da puta estupido!

Eu comi na lanchonete com Rodrigo, mas eu estou com tanta vontade de comer algum doce. Caminho até a cozinha, me deparando com uma mulher, loira, alta, e bonita, muito bonita.

-Olá senhora Gusmão.

Não consigo evitar a cara de insatisfação.

-Deve ser as mãos que fizeram a maravilhosa lasanha do outro dia.

-É... foi eu sim. O que deseja?

Ergo minhas sobrancelhas, que mulher ríspida.

-Algo doce.

-Tem bolo na geladeira senhora.

Guarda alguns pratos e sai da cozinha. Eu em... o que há com essa mulher.

Abro a geladeira, e minha boca enche de água. Um bolo de chocolate, cheio de recheio.

Corto uma fatia bem grossa e pego muita cobertura.

-Humm, que bolo maravilhoso.

Nossa, divino como mais três pedaços, e subo. Acho que vou tirar um cochilo.

Deito, essa cama é tão boa. Olho em meu celular 11:30, nossa da pra mim dormir um tempo bom.

-Sofia? Acorda.

Abro os olhos devagar.

-O que foi?

-Você está bem?

Droga não posso nem dormir?

-George larga do meu pé.

-As empregadas disseram que dormiu o dia todo.

-O que? Não.

Pego meu celular.

-Misericórdia, oito e meia da noite?

-Que horas você deitou?

-Acho que era umas onze.

Ele me olha esquisito.

-Levanta, vamos jantar.

Quando ele diz janta, minha barriga ronca. Estou com uma fome que não cabe em mim.

-Pode ir, já já eu desço.

Ele sai e entro no closet, paro em frente ao espelho.

-É acho que ganhei uns kilos.

Tiro minha roupa e analiso cuidadosamente.

-Pelo menos uns três kilos.

Riu comigo mesma. Visto um shorts jeans e uma blusa de manga básica, calço uma rasteirinha e desço.

-Hummm o cheiro está divino.

-Senta.

Apontou a cadeira do outro lado da mesa. Logo começaram a nos servir.

-Qual o nome desse prato?

Pergunto a George que olha para a loira alta ao lado que revira os olhos e fala.

-Penne ao curry com azeite de trufas brancas, senhora Gusmão.

Pera será que só eu senti o sarcasmos no senhora Gusmão?

George faz um aceno e todos se retiraram, ficando apenas nos dois.

-Amara é um pouco temperamental, não ligue para isso.

-Sei.

Esses dois, tem alguma coisa que eu não sei. Mas a comida, essa sim está divina.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora