capítulo 22

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Os dias passam rápidos aqui, é uma cidade pequena mas a algumas horas dele, e isso, me mantém em paz. Tenho pago uma mulher que cuida de Victor e de brinde ensina muitas coisas, o diploma de pedagogia ajuda demais. É claro que, o que ela me cobra, está um pouco fora do orçamento, mas, bastou apenas Victor comentar, e lá estava George acertando tudo, pagando tudo.

Meu celular apita pela terceira vez seguida, termino de prender meu cabelo e olho no espelho, o uniforme do mercado local não é lá essas coisas, mas preciso trabalhar e as jóias podem não durar tanto quanto quero.

Já saindo do apartamento olho as mensagens.

"Estou perdendo a paciência, volta e eu prometo esquecer esse surto, se eu for te buscar é pior."

Não consigo evitar de sentir um frio, em pensar no que ele pode fazer comigo.

"Sei dessa ideia do mercado, não faça, não estou com paciência mais."

"Sofia não me teste, não sabe do que sou capaz, estou te deixando esfriar a cabeça, mas não significa que pode extrapolar."

Victor deve ter contado para ele, não acho que esteja me vigiando, do contrário, já teria vindo me arrastar pelos cabelos, como o homem das cavernas que é.

Mas, é claro, não posso evitar a desconfiança, e se por acaso ele soubesse onde estou?

Paro no corredor ... Vou embora! Não posso arriscar, volto em direção a porta abrindo com desespero, tenho que ir, agora!

- Sofia?

Olho para o homem com os cabelos encaracolados molhados , sua pele bronzeada, e apenas uma bermuda.

- Como vai Daniel? Estou com um pouco de presa, depois nos falamos.

Corro para dentro, mal fechando a porta, pego uma mala colocando as poucas roupas que comprei dentro, só jogo apavorada, ele não pode me encontrar... Ele não pode ... Não pode me encontrar.

-Ei.

Uma mão pega no meu ombro e o grito e inevitável, viro bruscamente vendo Daniel.

- Me desculpe... Eu só... Olha não posso conversar agora.

- Ei se acalma, eu posso te ajudar.

- Como ?

Coloco as mãos na cintura desafiando.

- Você sabe como.

Sua mão tira os cabelos do meu rosto.

- O que está fazen...

- Calma, você vai gostar.

- Não! Me solta!

Empurro com força, ele parece... Furioso.

- Eu não te ajudei o bastante? O que é? Quer dinheiro? Te dou, estamos falando de quanto?

Quando vi, minha mão já tinha estralado em seu rosto. Porque só atraio problemas?

- Qual o seu problema garota?

- Qual é o seu? Só porque consertou algumas coisas pra mim, vem exigindo sexo? Vá se fuder!

- Vadia maluca.

Caio no chão com o forte tapa que ele me da no rosto. Levo a mão ao lugar que provavelmente vai ficar marcado, ele sai do quarto e bate a porta. Choro pelo que pareceu horas, quando enfim tomo coragem para levantar ouço meu celular tocar, ignoro, ele para, e começa novamente, inferno! Quem quer que fosse parece que não vai desistir.

" O que foi?"

" O que foi? Sofia já te avisei, não me testa caralho! Você vai voltar hoje, por bem ou mal, ta ouvindo?"

Começo a chorar, como a grande idiota que sou.

" Me deixa em paz! Só me deixa... por favor, não aguento mais.

" O que aconteceu?"

" E você se importa? "

" Não vou perguntar de novo!"

Desligo o celular, não estou com paciência, só quero viver em paz. Corro para o banheiro quando sinto um bolo se formar na minha garganta, vomito muito, o que há comigo?

Fico ali sentada encostada na privada, sempre que parece que acabou vomito mais um pouco.

Quando dou por mim, pego no sono ali mesmo, escorada no sanitário, poderia ser mais humilhante?

- Cacete! Sofia?

Sinto meu corpo ser levantado, e sou deitada na cama, abro os olhos atordoada, o que? Não, ele não!

- Me larga, como me achou?

Me encolho no canto da cama.

- Eu é quem faço as perguntas aqui. Porque estava dormindo na privada? Seu rosto está todo machucado, o que foi isso?

- Não foi nada.

Me levanto indo ao espelho e me assusto com o que vejo, o lado esquerdo do meu rosto esta todo vermelho, tem um corte no meu lábio inferior, algumas partes estão com uma coloração esverdeada.

- Ei? O que está fazendo?

George está atrás de mim analisando meu braço direito.

- Vou perguntar só uma vez. Quem.. machucou... Você!

Fala pausadamente, me assustando.

- Foi...foi... O vizinho, ele entro e... Eu ... Ele queria que eu...

- Porra!!

Ele joga meu abajur na parede, pulo com o susto.

- Por favor, vai embora.

- Ele vai se arrepender, ninguém tem o direito de encostar em você.

- Eu não tive culpa.

- Eu sei, vem cá.

Ele me puxa para um abraço, quente e reconfortante.

-O carro está lá em baixo, vai na frente já já eu desço.

Olho para ele um pouco incerta.

- Eu não sei se...

- Sihhh docinho, só vai.

Me viro como uma cadela obediente, saio do apartamento entro no elevador rumo ao carro. Deus ajude que ele não faça besteira.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora