Capítulo 10

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4 Anos depois.

- Vitor não corra, você vai acabar se machucando!

- Tabom mãe!

Sai correndo para o jardim, ele cresceu rápido, rápido demais pro meu gosto, George está viajando. Como sempre, para variar. Ele quase não para aqui, desde nossa última discussão, começou a ficar meses fora, só volta por Vitor.

- Paiiii! Você voltou!!

Ando em direção a sala de estar, a tempo de ver Vitor correr para os braços de George.

- Mais é claro e ainda te trouxe um presente.

Logo o segurança entra com um mini carro lindo, ele entra dentro e parece ter sido feito especialmente para ele. George o mima muito, cuida dele como um pai, aliás, para Vitor, ele é seu pai.

- Voltou George?

Digo entrando na sala. Ele me olha de relance, e desvia o olhar.

- Tenho negócios por aqui.

- Entendo.

- Como estão as coisas?

- Como sempre, Vitor só fala de você o dia todo.

Não quero cobrar, sei que não é filho dele, mas Vitor acha que é, e o ama como um.

- Vou ficar aqui por um tempo.

-Serio papai?

Vitor abraça as pernas dele.

-Mais é claro!

Pega ele no colo e enche de beijos.

- Vamos pa piscina papai?

- Vou sim, só vou trocar de roupa, tabom?

- Tabom!

Responde empolgado e sai correndo com o brinquedo novo.

- Me acompanha, preciso falar com você Sofia.

Sem esperar minha resposta, sobe para o quarto, respiro fundo algumas vezes, e o sigo.

Ele entra direto no banheiro, me sento na cama e espero que troque de roupa, aliso a barra do meu vestido verde claro, por um longo tempo, até que ele sai de lá.

Evito olhar em seus olhos, mantenho o foco na barra do vestido.

- Soube que andou saindo.

Olho em seus olhos pela primeira vez desde que entrei no quarto.

- As vezes.

- Não foi o que soube, fui muito bem informado a respeito.

- E o que soube?

- Que saiu, mais de uma vez com ele. Sabe Sofia eu posso perder minha paciência, te deixei em paz, te dei tudo. Cuido bem de você, do Vitor. Em troca só peço que seja uma esposa aparentemente boa na frente dos outros, isso é bom para minha imagem, uma família unida, próspera e feliz.

Suspiro, sei que ele queria que fossemos de verdade, tipo eu e ele, que eu o amasse, mas não posso, não consigo mais.

- George, não seja hipócrita! Você está mantendo uma mulher em Londres. Acha que não sei, dos presentes, o hotel caro, e o carro? Deu um carro a ela, e quer controlar com quem saio?

Seus olhos estavam eletrizados, estava furioso.

- Quero e vou! Não me interessa quantas mantenho em apartamentos, isso tudo foi escolha sua.

Ele já estava próximo, olhei sua boca, era como se eu já soubesse que gosto teria, queria sentir. Sua mão deslizou pela minha coxa, fechei meus olhos por alguns segundos.

- Eu retiro o que eu disse Sofia, se você ceder, desfaço de quem quiser.

Abri meus olhos lentamente, seus cabelos caiam em sua testa, e eu não sei porque, mas achei muito sexy.

- E me daria um carro também?

Perguntei com um sorriso nos lábios, achando graça da situação.

- Te daria uma concessionária inteira.

Sussurrou olhando minha boca, e aquela vontade de pular nele ficou maior.

-Assume, você me mantém isolada só para não ter opção.

-O que?

-Você está só esperando meus hormônios subirem para a cabeça.

-Confesso que não era bem a intenção, mas se for o caso aceito a culpa, quero te ver subindo pelas paredes, implorando por mim.

Sua boca deixa um beijo casto em meu ombro, que me arrepia dos pés a cabeça.

-Eu nunca vou fazer isso.

-É o que veremos amor.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora