capitulo 28

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É fato que me recordei de muitas coisas, mas ha alguns brancos na minha cabeça que me deixam agoniada.

Resolvo me levantar e tomar um banho já que faz um tempo que fiz isso pela última vez.

George deu uma saída para ver Victor e agradeço aos céus por esse momento só.

Tiro a roupa do hospital e entro debaixo da água quente. Fecho os olhos e relaxo o meu corpo, isso é muito bom.

Ouço uma sirene talvez  ambulância. Olho para cima na direção da janela e vejo  luzes coloridas refletidas nela. Olho para o chão e estou com um vestido lindo, é preto, cobre tudo mas é muito justo.

Estou em casa, não a de George, mas em casa com meus pais. Passo pela sala e vejo meu reflexo.

Ceus devo ter quinze anos no máximo dezesseis.

-Pronta?

Me viro vendo George lindo e jovem.

- É claro docinho.

Sai sem que eu queira, isso não parece estar  acontecendo agora, é uma lembrança.

Vejo quando ele enruga a testa em desgosto com o apelido, mas não diz nada, não dessa vez.

Caminho com ele até o carro.

Estamos a caminho da balada que insisti meses para ele me trazer.

-Se lembre princesa, se comporte e nada de conversar com homem nenhum, entendido.

-Sim. Eu entendi.

-Ótimo.

Me lembro de ter a certeza nesse dia que se discordasse em qualquer mínima coisa, eu não conheceria aquela boate.

-Chegamos. Se lembra do que conversamos ontem né?

Não faço ideia do que ele está falando, mas naquele momento eu parecia bem antenada no assunto.

- Qual seu problema docinho, está com medo?

Seus olhos brilham.

- Só não quero problemas com sua mãe e outra, uma garota de 15 anos não deveria ir a uma boate.

Faço beicinho.

- Ah! Por favor, afinal com você ao meu lado o que pode acontecer?

Um pouco de manipulação e charme e ele cede, como sempre.

- Tá só um pouco.

Pulo em seu colo sendo recebida por um abraço caloroso.

- Obrigada!

- Tudo por você princesa.

Descemos do carro, enquanto George entrega as chaves dos carro para um homem que acredito ser o manobrista, tento descobrir como entrar sem pegar toda essa fila.

-Vem princesa, eu sou vip.

Estou dentro e é incrível! Tudo é lindo, as luzes piscam em várias cores me deixando um pouco tonta.

- Ei gostosa.

Sinto um aperto na minha bunda, olho para trás.
Um homem na casa dos 30, alto e careca está me analisando dos pés a cabeça.

- Some, meu namorado só foi buscar um drink.

Mostro o anel de compromisso no dedo, na esperança de que isso o afaste.

- Deixando você sozinha? Tá querendo virar boi.

Reviro os olhos, um babaca completo.

- O que está acontecendo?

George me abraça por trás.

-Nada docinho só...

- Só estava falando pra essa vadia, que deve ficar linda em cima do meu pau!

Oh não, meu coração começa a palpitar.

- O que você disse?

A essa altura, ele já está indo para cima e não há nada que eu possa fazer quando sinto meu braço direito começar a formigar. Não posso ter uma crise agora.

- Além de corno é surdo!

Foi rápido, o homem ficou desacordado no chão enquanto George me arrastava pra fora dali, me puxando pelo braço.

- Qual o seu problema porra?

Grita quando saímos pelos fundos num corredor estreito.

- Qual o seu? Não fiz nada!

- Tava dando mole pra quele filha da puta.

- O que?

Meus olhos ardem.

- Não consegue se comportar? Qual o seu maldito problema?

Aperto a mão em cima do coração que começa a doer muito.

- Agora? Com toda certeza meu dedo podre para namorado!

O empurro e corro para longe dali, longe dele até que encontro um banco, minha visão está embaçada e eu só quero chorar.

Pulo de susto, meu coração parece que vai sair pela boca.

Percebo duas mãos em meus ombros, meu peito sobe e desce rapidamente então me dou conta da água caindo nas minhas costas, o chão gelado abaixo dos meus pés e George me olhando intensamente.

-O que aconteceu?

Pisco repetidamente.

- Mais uma memória.

Rapidamente ele me cobre com uma toalha.

-Nao parece ter sido uma boa.

"Nunca é" pensei.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora