capítulo 17

42 2 0
                                    

É um lugar maravilhoso, isso ninguém pode negar. Não é tão grande como as propriedades de George, mas me trás a paz que lugar nenhum, por mais luxuoso que seja, consegue me trazer.

A casa dos meus pais é afastada da cidade, com uma sala grande três quartos cozinha e banheiro, aqui meu pai mantém 3 vacas leiteiras, algumas dúzias de galinhas, e porcos, mas esses ficam bem afastados. Mas a melhor parte são os cavalos, aqui temos dois, meus planos sempre foram ajudar eles a aumentarem isso aqui, e sabe lá Deus como vou fazer isso.

É a primeira vez que George vem aqui, meus pais iam nos visitar na mansão. E eu nunca tive vontade de traze-lo aqui, me parecia estranho, esse lugar não parece em nada com ele. Mas cá estamos nós. Eu, ele e Victor. Esse sim está animado! Minha mãe já o trouxe algumas vezes, ele sempre voltava cheio de histórias mirabolante.

-A filha que bom que chegou, achei que nem vinha mais.

Minha mãe me abraçou abrindo a cancela para o carro do meu "marido" passar.

- É que George quis vir, então acabamos demorando um pouco mais.

Vejo meu pai vem andando, com aquela roupa que usa sempre quando está "tratando dos animais".

- Oi pai! Estava com saudades.

Corro o abraçando.

- Eu também bolinha. E você netinho? Também estava com saudades do vovô?

Victor corre e pula em seu colo.

- Vamos pra dentro, fiz uns bolos e biscoitos, vem George, entra, vamos tomar café.

Ele passa por nós e começa a bater papo com meu pai, e eu fico só ouvindo, na mesa.

- Olha eu sempre tive vontade de investir em gado, só não encontrei alguém de confiança, que comprar eu compro, mais cuidar mesmo eu não faço ideia.

- Pois meu filho aqui a gente tem essas vaquinhas, mas se Deus quiser vou comprar mais umas esse ano.

- Patrick vamos fazer uma sociedade, eu compro o gado, e custeio os gastos, você cuida deles, já que mexe com isso mesmo, dá certo.

Meu pai parece surpreso, eu também na verdade.

- É pai parece boa ideia.

Concordo dando um sorriso a George.

- Não sei...

- Seria um ótimo negócio para mim, e como te falei só preciso de alguém de confiança.

George reafirma.

- Mas estamos falando de quantas cabeças de gado?

- Umas 100...

Meu pai arregalo os olhos, eu também achei exagero, mas...

- 100?

- Sei que é pouco pra iniciar mas...

- Não George 100 cabeças de gado e bastante pra começar estávamos pensando em umas 50.

- 50? Celine acha que dá pra começar com 50 mil cabeças de gado? Como mencionei não entendo bem sobre esse assunto, mas como disse, quero realmente investir...

- Calma aí George, você estava falando de 100 mil cabeças de gado?

Pergunto assustada.

- É porque?

Ele me encara com os olhos amendoados.

- Horas George, achamos que era 100 cabeças e já pensamos ser muito, agora você explicando que é 100 mil, eu tô até assustada.

Riu, e meu pai me acompanha.

- Realmente George, não sei se precisamos de tanto, não precisa fazer isso por nós...

- Não, Patrick como te disse, a um tempo quero entrar nesse ramo, diversificar o portfólio entende? Mas como mencionei não entendo absolutamente nada, e encontrar alguém de confiança pra estar cuidando e me mantendo informado do que precisa é difícil, então a minha proposta é essa, entro com o investimento, e você fica com a parte do trato com o animal, meio a meio, o que acha?

Meu pai perde a fala, eu também.

- Ele aceita, né pai?

Minha mãe fica o olhando ansiosa por sua resposta, George estende a mão, vejo meu pai receoso mas aperta.

- Maravilha, amanhã venha a meu escritório, vamos bater um contrato, fazer tudo como manda o figurino e da inicio a isso o mais rápido possível, porque terra por aqui não falta.

Olho ele dizer aquelas coisas, meu peito arde, mas não posso gostar desse godzila , ele é temperamental demais, até pra mim.

Comemos bolos e biscoitos a vontade, a janta foi melhor ainda, galinha caipira arroz e feijãozinho, um belo pirão e salada. A eras não comia tão bem, hora ou outra pegava George me observando, mas eu estava leve demais, feliz. Victor comeu que faltou passar mal, e quando minha mãe gritou sobremesa, tive certeza que ele não ia sair do banheiro tão cedo.

Victor dormiu no meu antigo quarto e George e eu ficamos no de hóspedes. Uma Cama de casal e uma cômoda, mais que suficiente. Coloco minhas roupas na cômoda e arrumo algumas de papai emprestadas pra ele que não trouxe.

Logo me deito e ele vem depois, fico olhando o teto como se fosse algo muito interessante e ele me imita.

- Gostei desse lugar.

Olho para ele depois volto a atenção ao teto.

- Fico feliz George.

- E eu fico feliz que esteja feliz.

Sorriu de canto.

- E melhor não começarmos com essas conversas agora vamos evitar isso.

Aponto para nos dois.

- Você é a pessoa mais confusa que já conheci.

Sua voz carrega mágoa.

- Não acho, sempre deixei meu ponto bem claro.

Acabo soltando e me arrependo logo depois quando olho para ele. Seu olhar se mantém no teto da casa, observo o movimento do seu pomo de Adão. Sua expressão é sofrida.

- Repita isso com mais frequência, a parte de me odiar também, assim, talvez, eu consiga me convencer de que você não é pra mim.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora