Corro ouvindo os barulhos de gritos e tiros. Caio no chão em pânico mas continuo a me arrastar até estar em baixo do balcão do bar, tampo meus ouvidos me balançando para frente e para trás.
"Já vai acabar, tem que acabar".
Me mantenho encolhida quando sinto uma mão em meu ombro, grito apavorada me debatendo.
-Sou eu... sihhh... Tá tudo bem. Eu estou com você agora.
Me viro e o agarro, como se fosse todo o ar que respiro.
-Está tudo bem, estou cuidando de você, como sempre.
Ele se levanta me puxando junto, olho para o lado e a cena é a pior que já vi em toda minha existência. Começo a soluçar.
Céus o que alguém faz para merecer esse fim?
-Sihhh, não olha. Estou cuidando de você, ele mereceu você sabe.
Enfio meu rosto em seu pescoço e fecho os olhos deixando que me guie para fora do inferno que ele mesmo criou.
Pisco algumas vezes, preciso ter certeza que isso é real. Toco o lugar aonde está o acesso da agulha com força.
- Aí droga!
Isso é real, mais aquilo também foi. Outra lembrança dos anos de terror disfarçados de proteção.
- Algum problema princesa?
Está sentado, me observando como se eu fosse seu mundo todo.
É assustador.
- Estou bem. Quando posso ir embora?
-O médico quer te observar por mais algumas horas, por causa das memórias.
Claro, minha memórias. Agora sei porque me esqueci delas, ou melhor dele. Estar com ele, era estar com medo sempre.
- Certo.
Dou um meio sorriso e isso é tudo, não me esforço durante o resto do dia para manter uma conversa, por mais que ele tente.
O médico resolve me dar alta depois de concluir que meu bebe está fora de risco, me aconselhando a procurar um neurologista.
A caminho de casa me mantenho em silêncio, só preciso ver meu filho e descansar.
-Sabe eu realmente mudei... Eu estou tentando mesmo.
Já vi esse filme duas ou três vezes.
- Isso é bom docinho.
Sua mão segura a minha levando aos lábios deixando um beijo casto sobre ela.
-Voce teve um filho, que crio como se fosse meu. E agora... Eu sei que não nos damos bem, não mais, mas eu vou cuidar de você e desse bebe também mesmo que não seja meu, só peço que me de uma chance, uma chance de verdade.
Analiso seu rosto por um instante. De fato, ate agora eu não disse que o bebê é dele e mesmo assim, sem explosões. Talvez eu deva dar essa chance só para jogar na cara dele quando ele cagar com tudo, DE NOVO.
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Como posso te amar?
RomanceSofia se vê em um casamento que não quer, com um homem que odeia, e fará de tudo para acabar com ele. George gosta dela, de exibi-la, usou tudo que podia para tê-la e não deixará ir tão fácil. Poderia Sofia entender como poderia amar, quando seu co...