capítulo 23

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Analiso a rua pelo vidro do carro. Estou totalmente imersa na minha tristeza quando passa um casal de mãos dadas, estão rindo, felizes, nos olhares é nítido que se amam, hoje eu percebo isso é tudo que eu desejo. Mas o que George me oferece é um amor distorcido .
Pego o celular, é melhor eu avisar que irei buscar Victor antes do horário.

-Olo?

-Oi, Flávia sou eu Sofia, estou ligando porque daqui a alguns minutos passo aí pra buscar Victor.

- Aconteceu alguma coisa ?

- Não só... Ele vai passar uns dias com o pai.

- Assim, vou organizar as coisas dele então.

- Obrigada, até daqui a pouco.

- Até.

Desligo a chamada, não demora e George entra como um louco dentro do carro.

-Aquele desgraçado, eu vou acabar com ele!

Aperta o volante com força, e eu só consigo me perguntar aonde está o motorista porque do jeito que está, vai acabar nos matando no caminho.

-Não deveria dirigir.

Sussurro, mais para mim que para ele.

- E você não deveria fugir, e mesmo assim, aqui estamos.

Arranca me fazendo ir para trás de uma vez.

- O que fez a ele?

- Tá preocupada com aquele desgraçado?

- Não eu só.. eu só queria saber.

Me analisando por alguns segundos, desvia o olhar para a estrada.

- Posso dizer que ele foi avisado, nunca mais vai se aproximar de você.

- Hum entendi.

Será que ele o matou?

- Ele está vivo, só deve precisar de um hospital por uns dias.

-Temos que...

- Pegar Victor, eu sei.

- Ela mora...

- Sei onde ela mora, quantos filhos tem, quanto dinheiro o marido dá para a amante.

Ele tem amante? Claro a cara dele não nega, o jeito de olhar...

- Você é um maldito controlador.

- Docinho, em casa, eu vou te mostrar o quão controlador eu posso ser. E eu te garanto, você vai gostar.

Me calo, só de pensar nele me tocando de novo.

- Chegamos.

Olho pela janela e estamos em frente ao apartamento, quando dou por mim, George já está entrando lá, então espero.

- Mamãe !!

Me assusto  com Victor se jogando em cima de mim.

- Oi meu amor.

O abraço forte, nunca vou me cansar disso.

- O pai disse que veio levar a gente pra casa.

Está eufórico, eu também, mas não de um jeito bom.

- Vamos passar uns dias lá com o papai só.

- ah entendi.

Sua empolgação vai embora, em troca recebo um olhar feroz de George.

Me sento no banco de trás com Victor, é um pouco longe, algumas horas de carro então me permito tirar minha última soneca em paz.

- Bem vinda de volta.

Ouço uma voz rouca e animada, reviro os olhos.

- Que ótimo .

Sou o mais irônica possível ainda meio sonolenta, me viro para Victor.

- Ei meu amor acorda, vamos já chegamos.

Está de madrugada, meu bebê acorda mas está sonolento mal fica em pé.

- Me da ele aqui.

George o pega no colo e o sigo, entramos na casa e está escura e mais vazia que nunca, subimos os degraus abro a porta e ele deposita Victor na cama. Pego uma coberta e o cubro. Saio de lá em direção ao quarto de hóspedes, tiro minha roupa e entro no banho. Um bom banho quente, é tudo de que preciso.

Me seco mantendo meu cabelo em um coque bagunçado.
Saio do banheiro enrolada em uma toalha, dando de cara com lindos olhos cor de mel, seu corpo fazendo uma enorme barreira de músculos, desço meu olhar pelo seu peitoral, é difícil, não sou cega, ele é perfeito, estou tentada a entender o que tanto ele quer comigo.

- George eu...

Sua boca se choca com a minha, não tenho tempo de processar eu só... só consigo pensar nas suas duas mãos grandes segurando meu cabelo prensando seu corpo contra o meu.
Mas infelizmente tão rápido quanto fui agarrada, ele me solta, deixando minha cabeça zonza e completamente apaixonada... quero dizer desnorteada.

- Você o que?

Ele se aproxima novamente, mordendo minha boca, óh céus,  o que esse homem quer de mim. Sua mão acaricia meu rosto com carinho, fecho os olhos e me permito sentir, pelo menos uma vez.

- Isso não está certo, eu não devia estar aqui. Por favor George vá embora.

Tento dar a volta, mas seus braços se posicionam um de cada lado do meu corpo me prensando na parede respirando fundo no meu pescoço, impossível evitar os arrepios.

- Eu te avisei, se fosse te buscar seria pior. Você tem se comportado tão mal.

Suas mãos passam pelo meu cabelo longo descendo pela lateral do meu corpo.

- Não, não vou ceder de novo.

- Você já cedeu naquela noite lembra? Eu te disse, nao tem volta, você é minha. Faço de tudo por você, mas se quer me transformar no lobo mal, vai ser minha chapeuzinho.

Me assusto quando me puxa com violência pelo cabelo sussurrando no meu ouvido.

- Eu vou te devorar.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora