A primeira coisa que vi foi a figura alta e forte sentada com a cabeça entre as mãos.
Está frustrado?
Preocupado?
Fechos os olhos.
Não, com certeza isso é apenas culpa.
Não por maxin, mas pelo que me causou, afinal se esse quarto branco não for um hospital, não sei o que é.
Abro os olhos novamente, sinto como uma pancada na cabeça, doi!
Doi como o inferno.
-Sofia?
A voz é calma e aveludada, me faz querer parar, ficar com ele. Mas a dor, a dor é forte demais.
-Doi muito, faz parar! Faz parar!
Segurando minha cabeça, balanço para frente é para trás, meus braços estão tremendo, ceus eu vou morrer?
O Bipe dos aparelhos enche o quarto.
Ouço alguém me chamar mas não tenho certeza, parece longe.
- Ela parecia bem, estava dormindo, derrepente começou a gritar.
-Se acalma senhor, vamos cuidar dela.
Está tudo escuro, mal vejo minha própria mão.
Parece um sonho, caminho pela escuridão sem direção por um tempo, até que vejo o que parece uma porta toda dourada.
Levanto minha mão em direção a ela, pulo de susto quando percebo segurar a maçaneta da mesma. Eu estava longe e agora ...
Respiro fundo, é um sonho, não é como se devesse fazer sentido.
Giro lentamente ouvindo o click, uma luz cegante me cobre pisco repetidamente quando sinto minha visão se ajustar, George?
-Docinho? Você acordou.
Beija minha mão, acompanho seu movimento voltando para seus olhos. O mel se derrete sobre eles daquela forma que sempre me fascinou.
Respiro fundo, levanto minha mão é acaricio seu cabelo para direita, sempre me pareceu melhor assim.
-Sofia?
- Aonde está Victor?
- Em casa, tem pessoas cuidando dele, não se preocupe.
-Certo.
Ao lado vejo o soro entrando em minha veia e uma máquina que bipa irritantemente.
Estou enjoada.
-Vou vomitar.
No segundo seguinte, há uma sacola na minha frente aonde coloco tudo para fora.
-O que eu tenho? É grave?
Seu rosto se contorce em desgosto antes de jogar o saco com vômito na lixeira
- Depende.
Tanto entender o que ele quer dizer com isso quando a porta se abre, revelando um homem de meia idade.
- Como você está Sofia?
- Enjoada.
Respondo me sentando melhor na cama.
- Bem, isso deve passar em dois a três meses. Enquanto isso pode tomar alguns medicamentos que são eficazes na sua situação. Aconselho a procurar uma obstetra o mais rápido possível e iniciar o acompanhamento.
Acompanhamento?
Obstetra?
-Desculpe doutor. Acho que não compreendi.
Ele olha de mim para George, como se dividissem um segredo.
-Darei privacidade para vocês.
Quando o homem pomposo de jaleco sai, cruzo os braços .
- Desenbucha.
Resmungo.
- Voce teve um começo de aborto. Segundo o médico provavelmente por causa do alto nível de estresse que você estava.
-Provavelmente? Você tem alguma dúvida? Merda! E desde quando estou buchuda?
Ele me olha por alguns segundos, como se eu fosse uma estranha, bem agora eu tenho uma vantagem.
- Quatro semanas.
Isso torna impossível ser de maxin. Eu rompi todos meus encontros com ele assim que George voltou.
- Certo.
Repondo e ele começa a caminhar de um lado para o outro coçando a cabeça.
- Certo. Certo? Porra! Nada está certo. Você está grávida outra vez, de outro cara, caralho! Inferno!
Chuta todo que vê pela frente e eu sorrio. Vou deixar que se atormente um pouco.
Só mais um pouco.- Você está sorrindo? Porra! Você não presta, pelo menos aquela desgraça tá de baixo de sete palmos agora, se não eu o mataria por isso eu...
Suas mãos estão cerradas em punho, sorrio ainda mais.
-Se acalma docinho.
Digo a ele esperando por sua reação. E lá está, os olhos arragalados, a boca aberta. Sempre o chamei assim o que o irritava muito.
Quando acabei com tudo, foi a primeira vez que o chamei pelo nome.E agora, parece que ele passou a me chamar assim, como se isso fosse me trazer de volta memórias perdidas, nossas memórias.
- É... é você princesa?
Sempre foi assim, eu era sua princesa sempre guardada a sete chaves do mundo para me proteger, pelo menos, era o que ele dizia, mas estou inclinada a achar que ele só me queria para si mesmo.
- Não era o que queria docinho? Se bem que você não estava conseguindo segurar a fachada de bom moço mais. Foram anos, mas voltou a ser quem era.
Vejo quando ele enruga a testa e caminha até mim. Posso ver seus pensamentos maquinando a todo vapor.
Com ele é sempre assim, ah apenas três opções.1° A culpa é minha.
2° As circunstâncias.
3° Eu vou mudar.
Acho que ele vai de número 3 hoje, já que acabo de recuperar a memória, é cedo demais para me culpar.
- Princesa eu juro que vou mudar, estou em tratamento desde que me deixou, eu fiz progresso. Agora que se lembra pode comparar. O tempo em que estamos casados, eu tenho sido o melhor possível.
Encaro por alguns segundo, merda eu tinha que ficar grávida dele?
- É claro docinho, está tudo bem.
Eu tenho que pensar, organizar minha vida de uma vez.
Estar com George é como andar numa montanha russa, o frio na barriga não compensa o medo.
Aprendi isso muito jovem e não pretendo esquecer.
Não mesmo.
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Como posso te amar?
RomanceSofia se vê em um casamento que não quer, com um homem que odeia, e fará de tudo para acabar com ele. George gosta dela, de exibi-la, usou tudo que podia para tê-la e não deixará ir tão fácil. Poderia Sofia entender como poderia amar, quando seu co...