Capitulo 7

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Não vou mentir, quando eu o vi sair pelos portões primeira coisa que fiz, foi ligar pro Rodrigo.

Rodrigo
Chamado

- Olô?

-Sou eu, Sofia. Preciso falar com você.

- Ué achei que não queria fala comigo mais.

- Estou grávida, dois meses. Descobri hoje.

- Mas... como assim?

- Você sabe, eu tô casada só tem uma semana e nunca fiz nada com George,  você sabe que o bebê é seu.

- Ele casou com você, o problema agora é dele.

- Problema?

- Sim, não vou entrar nesse b.o

- Como assim Rodrigo? É nosso filho!

- Não mandei você embuchar, não tenho nada have com isso.

- Mas ... A gente ...

- Não tem a gente Sofia, me esquece.

Chorei a tarde toda, na verdade chorei todas as tardes durante uma semana, eu não reconhecia o Rodrigo mais. Ele sempre fez planos de ter filhos, sempre divagando sobre como eu ficaria linda gravida e agora correu da responsabilidade.

Os dias foram se passaram, comecei o acompanhamento, consultas, exames. Todo o cuidado era pouco.

Não demorou muito e a barriga já estava aparecendo. Eu ligava vez ou outra pro Rodrigo contando como estavam as coisas com o bebê, até que ele me bloqueou. Ele não queria saber, nem se envolver. Eu tentava não deixar a tristeza me dominar, mas as vezes era difícil, nunca fui de ter amigos, meus pais moram longe os vejo vez ou outra, sempre foi só o Rodrigo e agora nem ele.

Me sentei na grama jardim para tomar banho de sol alisando a barriga, já grande enquanto tomava um copo de suco de laranja geladinho. Amara tinha ido com George como "Cozinheira oficial" o que estava mais para extraconjugal.

A senhora que preparava as refeições pra mim agora era extremamente simpática, seguia a risca as orientações da médica.

-Senhora?

-Sim.

Tampo o sol com a mão para olhar o segurança engravatado.

-O senhor Gusmão ligou. Disse para preparar um quarto pra ele, que virá a negócios, passará três dias por aqui.

Faz cinco meses que ele saiu pela porta, cinco meses viajando com a Amara. Já estou no sétimo mês da gestação, esperava sua volta daqui a dois meses.

-Ok, ele disse algo mais?

Ele me olha meio sem graça, com pena, todos eles tem. Tudo o que veem e sabem, é que eu fui deixada por meu marido, cercada de seguranças por meses, gravida, enquanto ele viaja com a cozinheira da casa.

-Disse pra senhora ficar fora da vista dele.

-O que? Como assim?

Ele se encolhe, vou matar George com minhas próprias mãos.

-Só estou repassando o recado senhora.

-Não se preocupe, me ajuda a levantar por favor.

Ele estende a mão, seguro firme e me levanto, caminho para dentro de casa ja que mesmo longe George não me da paz.

-Amanda? Cida?

-Sim senhora?

As duas aparecem correndo na sala.

-Quero que arrumem o quarto de hóspedes pro senhor Gusmão, ele ficará três dias, deixem tudo impecável, e avisem a Carmelia na cozinha, que ele vira amanhã para ela adicionar um prato a mais a mesa.

-Sim senhora

As duas falam juntas e somem. Subo as escadas com extrema dificuldade, depois do que pareceu um ano chego no meu quarto, tiro a sandália de qualquer jeito e me deito, rezando para que esses três dias passem logo.

Seco algumas lágrimas que insistem em cair, eu amei tanto aquele imbecil, como ele pode fazer isso com nosso menino, quando descobri o sexo e liguei pra contar, ele gritou comigo, disse que já tinha avisado um milhão de vezes que ele não quer saber e então me bloqueou. Juro que não entendo, vai ver George tinha razão no final, já que quando precisei ele correu igual diabo foge da cruz.

Afasto esses pensamentos, do que adianta agora? As vezes fico imaginando o que seria de mim se George não tivesse aparecido, sempre achei que estaria tudo muito bem, mas pensando agora não tenho tanta certeza olho meu celular, são quatro e meia da tarde , me sinto sonolenta então acabo sendo vencida pelo sono e durmo.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora