Capitulo 6

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Depois do jantar subi pro quarto, escovei os dentes, coloquei um pijama bem confortável e me deitei, mas George não apareceu. Estranho, não que eu goste dele aqui, mas é estranho.
Me levanto, vou até a porta, olho o corredor vazio e escuro. Com o celular vou iluminando passando por todos os quartos no andar de cima e nada.

Desço a escada. Vou até a cozinha biblioteca enfim saio no jardim, e ando até a casa da piscina. Giro a maçaneta lentamente e entro. Aqui não é muito grande, uma cozinha americana dois quartos sendo um suíte e banheiro. Mas tudo muito bem mobiliado e organizado.

Com a lanterna Ilumino o lugar escutando alguns gemidos baixos. Ando na ponta dos pés, em direção a suíte, a luz está ligada então olho pela porta que está entre aberta. E lá está, George e a cozinheira, Amara. Agora sim entendi o comportamento dela. Ela estava de quatro gritando e pedindo pra ele ir mais forte. Meu estômago embrulhou, me senti zonza, saio dali o mais rápido possível.

Corro pelo jardim, mas não dá tempo e vômito toda a janta, estou de joelhos na grama e minha cabeça está rodando.

-Senhora? A senhora está bem?

Um dos seguranças aparece.

-Não, acho que vou desmaiar.

Ele corre pra me segurar mas apago.

Abro os olhos e sinto uma forte dor de cabeça, estou em uma maca, tomando soro, meu corpo todo dói, estou tão cansada.

-Bom dia senhora Gusmão. Como se sente?

Um homem baixo entra com uma prancheta na mão.

-Bem, eu acho.

-Ótimo. Porque tenho algumas perguntas.

-Perguntas?

-Sim. Na sua situação atual todo cuidado e pouco, você está tomando vitaminas? Você está anêmica e isso não é nada bom.

-Que situação?

-A senhora está gestante de 2 meses, com anemia, todo cuidado é pouco.

Não consigo evitar o espanto, grávida? O Meu Deus, o que George vai fazer quando souber que carrego um filho do Rodrigo.

-Tem certeza?

-Sim todos os exames foram feitos, agora a pouco conversei com seu marido, e indiquei uma ótima obstetra.

-Você contou pra ele?

-Sim. Agora deite, tem que descansar um pouco, deve estar se sentindo muito fraca, mas vai melhorar e logo terá alta.

Me deito ainda com uma expressão assustada, e agora? O que ele fará comigo e com esse bebê?Instintivamente abraço minha barriga, não permitirei que ele te faça mal, eu prometo.

O médico sai da sala e fico imersa em meus pensamentos, quando George entra. Ele parece desesperado, anda de um canto para o outro por fim, se senta na poltrona.

-Sofia... você tá carregando um bebê dele? Como você pode?

-É claro que estou, nos éramos namorados, vivíamos juntos, íamos nos casar, qual o seu problema? Não haja como se fosse uma traição, porque não foi. Não temos nada, eu e você não existe.

Ele levanta com raiva e soca a parede, pulo de susto.

-Em casa nos conversamos.

E sai batendo a porta.

Depois de uns 40 min o médico me deu alta. Fomos para casa em silêncio. Entrei no quarto e só queria dormir um pouco mais.

-Vem aqui Sofia.

Ele me puxa pelo braço.

-Se você machucar meu filho nunca vou te perdoar.

Ele franze a testa como se eu o tivesse insultado.

-Ei... fica calma. Se acalma, sei o que deve estar passando por essa sua cabecinha. Fugir com Rodrigo, e criar essa criança.

Empurro ele.

-Me Poupe do seu papo furado.

Ele me puxa de novo.

-Me escuta. Ele não te ama, não como eu, ele é só um traficante de merda, você sabe, por ele você está aqui, vivendo com quem não queria, olha, eu posso cuidar de você e dessa criança se for preciso.

-E como você vai fazer isso? Fudendo a cozinheira na casa da piscina? Se ele não me ama, você muito menos.

A essa hora eu já estava chorando.

-Não é bem desse jeito, é só passatempo , por que você não quer nada comigo.

-E nunca vou querer.

Me viro e vou pra cama, ele sai furioso e bate a porta. Me deito e apago.

Acordo de manhã está tudo tão claro, vejo George mechendo no closet com várias malas, o que está acontecendo?

-O que você está fazendo?

-Arrumando minhas roupas.

-Vai viajar?

-sim, por um bom tempo, 7 meses para ser exato.

-Vai voltar só quando a criança tiver nascido?

-Exato.

-Mas...

-Não queria se livrar de mim? Pois bem, não vai me ver por um bom tempo, vai lá, liga para ele, vamos ver quem tem razão nessa merda. Quando entender que não sou só sua melhor opção mais a única, me liga.

Ele fecha as malas e sai carregando. Mas que droga! O que ele está pensando? Rodrigo não me abandonaria carregando um filho dele, não, o Rodrigo que conheço me ama demais para isso. Me recuso a deixar ser envenenada por George.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora