capítulo 16

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O dia seguinte veio mais rápido do que o eu queria, victor já estava em casa, correndo e alegrando a todos já George não apareceu, nem para almoçar.

- O papai foi embora?

Olho seus olhinhos, cheios de lágrimas.

- É claro que não, ele está trabalhando, mas logo ele aparece tabom?

- Tabom!

Ele grita eufórico e corre pra brincar, como crianças esquecem fácil as coisas.

Estava sentada na minha cama, alisando a barra do vestido azul. Estaria ele com aquela mulher que veio aqui pela madrugada? Ou talvez, não isso seria demais, eu não suportaria se ele estivesse com Amara, ela não! Há mas o que estou dizendo? Não temos nada! Pelo menos, nada que seja verdadeiro. Tudo que temos é tesão acumulado, pelo menos da minha parte, já que ele, bem, sempre acha distrações e claro, uma grossa aliança no dedo, o lembrete constante do que ele fez comigo.

Talvez eu só devesse ir embora, e começar a usar o diploma de pedagogia. Não seria uma vida como essa, mas ainda sim, digna.

Encontrar um lugar longe o suficiente para que ele nunca me encontre de novo. Se bem que ele me procuraria até no inferno, não duvido disso! Mas, não seria uma má ideia tentar, claro, caso ele esteja com ela, ou qualquer outra. Sinto algo queimar por ele dentro de mim, não sei se superaria isso, não agora, não desse jeito, depois das promessas, do que me fez sentir.

Balanço a cabeça como se de fato fosse o suficiente para afasta-lo dos meus pensamentos. Foram anos pensando o que seria se não estivesse presa a ele, e agora, tudo que eu quero é saber como será quando estivermos juntos, juntos de verdade. Ouço meu celular tocar no criado mudo, ando sem vontade ate ele vendo o nome da minha mãe estampado na tela. CELINE

- Alo?

- Oi querida? Como você esta ?

- Estou bem mãe, e por ai, o papai ?

-Esta tudo bem querida. Devia vim passar uns dias aqui, você quase nunca liga, muito menos nos visita, sei que seu marido é bem ocupado, mas estou sentindo falta do meu neto.

- Sabe, parece que leu meus pensamentos, estava mesmo querendo ir até ai.

- Otimo, quando vem ?

- Hoje mesmo, George está meio ocupado, mas Victor irá amar a ideia.

- Perfeito querida, estamos te aguardando, te amo muito, estou morrendo de saudades.

- Eu tambem mãe, eu tambem.

Desligo o celular pensativa, seria otimo respirar novos ares, rever antigas amizades, quem sabe essa viagem não me trás o que mais anseio no momento, LIBERDADE.

Não penso muito, pego uma mala arrumo tudo que vou precisar, por um tempo indeterminado, vou até o quarto de Victor e faço o mesmo, depois ligo para a escola e converso com eles.

Rapidamente organizo tudo e chamo meu pequeno príncipe, explico a ele que faremos uma surpresa á vovó por isso temos que sair sem fazer barulho, ele fica bem empolgado abro a porta do meu carro o coloco no asseto passando o cinto de segurança , fecho a porta e coloco as malas no bagageiro.

- Senhora Gusmão? Está indo viajar?

Droga!

- Ah isso! Não, só dar uma volta mesmo, nada de mais Jean.

Ando desinteressada até a porta, sem movimentos que denunciem minha pressa.

- E o senhor Gusmão sabe?

- Mas é claro! Porque não saberia. Mas se te deixa mais tranquilo pergunte a ele.

Digo já me sentando no banco do motorista fechando a porta e abaixo o vidro, tentando ao máximo sair daquela situação sem George no meu pé.

- Me perdoe senhora, mas preciso confirmar.

- É claro eu entendo perfeitamente.

Ele pega o celular e quando coloca no ouvido, arranco com o carro. Ouço seus gritos para fechar o portão, acelero mais um pouco , vamos, vamos, eu tenho que conseguir! Acabo freando bruscamente com um carro entrando pelo portão me impedindo de prosseguir. Droga! Bato as mãos frustrada no volante.

- O que foi mamãe?

- Nada meu bem, esta tudo bem.

Olho para frente e George faz um sinal dando voltas com o dedo ele quer que eu manobre o carro e volte com ele para o estacionamento, merda!

Dou ré, manobro o carro e entro na garagem novamente, já prevendo o problema que me meti.

Desço do carro e George já está abrindo a porta tirando Victor que o abraça, os dois conversam e riem entrando novamente em casa, a cozinheira logo aparece com um bolo vulcão e Victor salta do colo de George indo com ela, aproveito para tentar sair de fininho.

- Você não!

Ele segura meu braço firme.

- Me larga, seu... seu...

- O que? Fala?

Seu olhar é furioso , sua mão puxa meu braço para perto.

- Acha que vou ficar aqui enquanto se diverte com quem bem entende?

- Vem.

Me puxa escada a cima, entramos no quarto e ele fecha a porta trancando.

- O que quer babaca, imbecil!

- Me de uma razão boa o suficiente, e quem sabe eu iguinoro o que tentou fazer.

- Me deu vontade.

- Te deu vontade? Vou te falar o que me deu vontade. Te jogar naquela cama ali, e te fuder até que entenda que seu lugar é comigo, e que não vou abrir mão de você, nunca. Você ouviu? Nunca!

Ele se aproxima até que eu esteja com as costas na parede, com a ponta dos dedos ergue meu queixo me fazendo o encarar.

- Você não pode fugir de mim.

Sua testa encosta na minha, seu peito sobe e desce rapidamente, ele está fora de si, desesperado. Como se me perder fosse a pior coisa que poderia acontecer.

- Não custava tentar né?

Falo com um tom de deboche.
Seus olhos brilham, ele sente o desafio. Rapidamente estou de costas para ele. Com uma mão ele prende meu corpo na parede já a outra sobe meu vestido. Mal tenho tempo de protestar quando sinto o primeiro tapa.

- Repete.

-Eu ....

Outro tapa, ele alisa o local antes de apertar. Ele está claramente se aproveitando da situação, sem tirar a mão da minha bunda ele solta a mão que me mantinha parada a levando para meu cabelo o puxando com força. Um gemido de dor me escapa e entao levo outro tapa. Sua barba por fazer roçou no meu pescoço me trazendo arrepios.

- Me diz docinho, o que você queria fugindo de mim?

Com a mão vagando da minha bunda para minha intimidade ele deixa ali outro tapa, arde mas me deixar exitada.

- Eu...

Me calo com o puxão mais forte em meus cabelos, enquanto sua boca me mantém bem próxima a minha orelha.

- Não estava fugindo com ele, estava?

- Não.

- Espero que seja verdade docinho, odeio mentirosos e ainda mais traidores.

Ele me solta.

- Eu só estava indo ver meus pais.

Resmungo irritada.

- Vamos então.

- Aonde?

- Não estava indo ver seus pais? Vou levar vocês.

Ele sai na frente, com seu humor ácido prefiro não contraria-lo corro para o alcançar.

Como posso te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora