Second

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Narradora Point Of View

O auditório era enorme, muito diferente daquele em que Anahí recebeu os seus novos residentes. Haviam cadeiras dispostas em forma de círculo, na frente delas uma mesa de madeira enorme por cima de um pequeno palco, uma cadeira de couro e um pequeno microfone, e também uma tela branca na lateral. O local era perfeitamente higienizado todos os dias e era possível sentir o cheiro de produtos de limpeza pairando no ar.

Anahí desceu a pequena escada até alcançar um lugar perto de Maite e Lexie. De onde elas estavam sentadas, era possível ver Ian conversando discretamente com Mark e os outros colegas de trabalho. Alguns residentes mais antigos, enfermeiros, técnicos, bem como auxiliares, também estavam ali, o que dava um total de quase quarenta pessoas. No pequeno palco Anahí pode ver o antigo Diretor Clínico, Dr. Webber, que sempre conseguiu acabar com toda sua paciência pelo jeito irritante, e Mane, que fazia parte do conselho administrativo do hospital. Na frente delas, sempre com a expressão desgostosa no rosto, estava Nina Dobrev chefe do sector de Fisioterapia. A morena era uma profissional de excelência, mas era reservada ao extremo, e por tanto preferia manter uma certa distância dos outros.

_ Estava aonde?.- A cardiologista perguntou assim que Anahí sentou do seu lado. A neurocirurgiã manteve o olhar fixo na frente, os cabelos agora soltos, caindo em um único lado do rosto.

_ Dando as boas vindas aos novos residentes.- Respondeu em voz baixa e Lexie riu ao identificar o deboche naquelas palavras.

_ Você quer dizer que estava assustando os pobres coitados, certo?.- A obstetra indagou divertida. Tanto ela, quanto Maite, usavam uniformes exatamente iguais ao de Anahí, e expressões tranquilas. 

Antes que Anahí conseguisse formular uma resposta, a porta na lateral esquerda foi aberta e por ela surgiu o todo poderoso. Usava um uniforme igual ao delas, jaleco branco e manteve as duas mãos dentro dos bolsos do mesmo até alcançar finalmente o palco. Os olhos eram de um verde que certamente escondia muitos segredos, os cabelos negros com alguns fios brancos, a barba rala por fazer e uma expressão concentrada que por poucos segundos despertou a curiosidade de Anahí.

_ Boa tarde à todos.- Ele cumprimentou assim que Webber entregou-lhe o microfone, a voz rouca ecoando por todo auditório.- Eu sou Alfonso Herrera, neurocirurgião e estou me apresentando hoje como Diretor Clínico do hospital.- Contou e a sala permaneceu em silêncio.- Bom, acredito que todos vocês estejam bem mais familiarizados com todas as dependências do hospital, em relação a mim, e eu não pretendo me demorar muito aqui por que temos vidas para salvar.- Ofereceu à eles um sorriso que sequer chegou aos olhos. Anahí percebeu, e inclinou a cabeça para o lado a fim de observa-lo melhor.- Eu sou a pessoa que vai tratar diretamente com todo conselho administrativo e até diretamente com o governo para fazer literalmente as coisas acontecerem aqui, além de claramente cuidar de pacientes.- Explicou enquanto tamborilava os dedos na mesa.- Todos os profissionais aqui foram admitidos pelo Diretor antigo, e a partir do momento em que soube que viria para aqui, analisei a ficha de cada um e quem tinha que ser demitido já foi.- Alguns cochichos foram ouvidos, mas logo cessaram quando ele pediu silêncio.- Aviso de antemão que eu não tolero atrasos, ausências injustificadas e maus tratos aos pacientes por qualquer motivo. Se eu ver alguém, independente da função que desempenhar aqui, destratar alguém, pode se considerar na rua.

_ Wow, ele é...Igual a você.- Maite sussurrou para Anahí que ignorou completamente o comentário. Estava muito interessada no discurso do novo membro para se importar com qualquer outra coisa.

_... Simplesmente façam tudo o que puder ser feito. Vão até as últimas consequências para salvarem os vossos pacientes, e caso falte alguma coisa eu irei providenciar. Minha sala fica no décimo sexto andar e estará sempre aberta para cada um de vocês. Confesso que não tenho o melhor humor do mundo, mas garanto que irei recebê-los e escutá-los sem ameaçar jogá-los para fora daqui.- Avisou e Ian, o único que não tinha medo de morrer gargalhou gostosamente. Mark beliscou a coxa dele, mas nada adiantou. Alfonso observou o ortopedista por longos segundos, mas resolveu ficar quieto. Teria tempo.- Milhares de pacientes estão internados nas dependências desse hospital, e centenas veem aqui diariamente em busca de algum tipo de ajuda. A partir do momento em que alguém atravessa aquelas portas, elas passam a estar sob a nossa responsabilidade, nossos cuidados. Então façam o impossível por eles. Se eles confiam em nós, vamos claramente retribuir essa confiança dando o melhor atendimento e usar todos os nossos recursos. Que fique claro, quanto isso vai custar é problema meu, e o que é meu problema, eu resolvo. Estamos todos alinhados?

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