Que tempos difíceis eram aqueles: ter a vontade
e a necessidade de viver, mas não a habilidade.
Narradora Point Of View
Anahí descansava em um dos quartos do hospital. Agora devidamente limpa e tratada, tinha um tubo de oxigênio no rosto, soro com medicamento no braço e um aparelho na ponta do dedo monitorizando-a. Seu roto estava pálido, mas parecia realmente em paz. Muito diferente de Alfonso que lhe observava agora atentamente. Haviam se passado horas desde que ela fora atendida rapidamente por um grupo de médicos, e ele mal havia se movido. Ficara ali o tempo inteiro, observando com os olhos sérios o quanto ela se debatia e implorava por ajuda.
Nos corredores do hospital, os tolos e menos informados especulavam que ela tentara se matar por culpa e quem sabe vergonha por ter "matado" uma pobre criança. Naquele meio tempo, Maite já havia ameaçado demitir em média dez enfermeiros se continuassem abrindo a boca para falarem merda e Lexie teve uma crise de nervos.
_ Ela vai ficar bem.- Hunt garantiu, olhando a colega atentamente.- Você poderia sei lá, sair para tomar um café, que tal?.- Sugeriu, os olhos fixos no rosto do neurocirurgião, que simplesmente negou com a cabeça.- Tudo bem, eu vou deixá-los por enquanto. Se ela acordar, por favor me avise.- Disse, e logo deu as costas, saindo do quarto.
_ Não vou a lado nenhum sem você, Ana.- Garantiu, a expressão séria, e se inclinou para lhe beijar na bochecha.- Vamos ficar bem.- Murmurou em voz baixa, os olhos fixos no rosto pálido.
Em um lugar um tanto longe dali, propriamente em um quarto de hotel luxuoso, ela andava de um lado para o outro completamente nervosa. O bico do salto colidia rapidamente contra o piso de madeira perfeitamente ilustrado, e vez ou outra levava as mãos até aos fios negros do cabelo, puxando-os com certa força. Sentia-se frustrada.
_ Você pode só parar com essa porra?.- Ele perguntou, oferecendo à ela um olhar irritado e lotado de impaciência. Estava frustrado, com raiva e tudo que menos queria era aturar uma louca qualquer.- Eu já disse que não tinha como imaginar que aquele cuzão do caralho fosse aparecer logo naquele momento!.- Repetiu pela enésima vez.
_ Era para você só ter arrastado ela de lá e levar para bem longe!.- Lembrou com desgosto.- Você achou o quê? Que poderia simplesmente se esfregar nela sem que ninguém aparecesse?.- Riu com escárnio.- Foi burrice da sua parte, e agora não vem dar uma de irritadinho para cima de mim. Eu abri o caminho e você simplesmente fodeu com tudo.
_ Diana, cala essa boca!.- Rosnou, dessa vez se colocando em pé, e se aproximou dela que recuou um passo.- Fora daqui.- Rosnou, raivoso.- Vá embora antes que eu perca totalmente a paciência e estrangule você aqui mesmo.- Avisou, frio.
_ Eu arrisquei o meu trabalho por você, então não me faça se arrepender disso.- Ela se afastou dele, indo até o sofá e recolhendo a bolsa que ficara largada ali.- Tenha uma boa noite.- Desejou, a voz carregada de deboche, e deu as costas saindo dali o mais rápido que conseguiu. Precisava pensar em alguma maneira de estar segura caso algo desse errado e descobrissem que ela estava envolvida em toda aquela merda.
Flashback On:
Ela se moveu com pressa, atravessando as portas de vidro até estar totalmente dentro do restaurante. Seus olhos se moveram até que enxergou o rosto maduro da sua progenitora. Respirou fundo, contando mentalmente até dez antes de recomeçar a caminhada em direção a mesa. Usava um vestido azul tomara que caia, justo até um palmo abaixo dos joelhos, saltos médios e tinham os fios negros presos em um coque no alto da cabeça. Apesar do seu gênio difícil e caráter um tanto duvidoso, era uma mulher extremamente vaidosa e que chamava a atenção de qualquer um.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Doctors
FanfictionAnahí Portilla teve uma infância dura e uma vida difícil. Por causa dos seus problemas, ela tornou-se emocionalmente reservada e uma garota problemática na escola. Quando conhece Miranda Bailey, ela enxerga a inteligência por trás da fachada de vale...