Doctors

Thirteenth

Narradora Point Of View

O que vai ser descrito agora não será bonito e nem tampouco agradável. É necessário que eu volte no tempo para que você, caro leitor, perceba como aconteceu. Infelizmente é uma história real e que pode acontecer com cada um de nós. Uma realidade triste, que nos cerca. Com isso, eu quero fazê-lo entender que até a alma mais bonita, animada e mais viva, pode ser reduzida a nada.

_ Jesus, você é chata!.- Ela resmungou, o ombro se chocando contra o corpo da amiga, que gargalhou, os olhos divertidos.

Nina Dobrev era o nome dela, filha única, pais já falecidos desde os seus tão sonhados quinze anos. Não tinha parentes consanguíneos, sendo as únicas pessoas próximas de si os pais da sua melhor amiga, Nicole Reed, a quem tratava por tios, e que a acolheram quando Aurora e Miguel, seu país, faleceram em um acidente de barco. Apesar das perdas e de todos os momentos difíceis que viveu, era feliz. Tão feliz, que seus olhos brilhavam, seus lábios não deixavam nunca de sorrir, e sua alma gravitava em cada amanhecer. Uma alma leve; sonhadora e extremamente apaixonada pela vida.

_ Nossa, como você está linda.- Disse, sorrindo bonitinho. Os braços longos rodearam a cintura dela, que sorriu, se encolhendo dentro do abraço.

_ Ora, muito obrigada.- Murmurou, voltando a caminhar com ele ao seu lado. Nicole vinha atrás deles, de mãos dadas com o namorado.

Eram quase cinco horas da tarde, e estavam caminhando para fora da universidade, indo em direção aos dormitórios depois de um dia realmente estressante. Ela estava cursando o terceiro ano de medicina na Rice University- Houston, Texas. Dera no duro para conseguir uma bolsa de estudos em uma das universidades mais bem qualificadas da cidade, e quando recebeu o resultado positivo, foi como se todas as noites de sono que perdeu, e todos os convites que recusou apenas para estudar, tivessem realmente valido a pena.

Estudava em período integral, e quando desse umas sete horas da noite, corria para o trabalho. Era garçonete em uma pizzaria e pastelaria que ficava quase a uma hora da sua casa, e vez ou outra ajudava na cozinha porque gostava realmente de fazer e decorar bolos. Não era claramente o emprego dos sonhos, mas gostava do lugar por ser tranquilo, muito bem frequentado e ganhava o suficiente para conseguir cobrir todos os gastos com a alimentação e transporte. E fora exatamente ali, servindo café e oferecendo sorrisos gentis aos clientes, que ela o conheceu. Alto, moreno, olhos verdes, sorriso contagiante e um jeito gentil e despreocupado que apaixonaria qualquer uma.

Como ela mesma gostava de dizer: foi amor a primeira vista.

...

_ Casa comigo?

Era sábado de manhã, um dia antes do Natal e lá fora nevava. Estavam no apartamento dele, largados no tapete da sala, os corpos grudados depois de uma transa deliciosa. Ela tinha as mexas escuras e longas, que tanto amava, espalhadas no tapete, o rosto quebrado de sono.

_ Como?.- Perguntou, parecendo incrédula.

_ Eu terminei a minha formação, estou trabalhando naquilo que gosto e ganhando muito bem.- Lembrou, os dedos passeando pela barriga dela.- Daqui a pouquinho você irá começar com a residência e eu estou vendo um futuro promissor aqui.- Sorriu, galante.

_ Você nos vê realmente fazendo isso, Rob?.- Ele assentiu, os olhos fixos no rosto dela, venerando-a como sempre fazia.- Então eu caso com você.- Ela riu, passando para cima dele, as mexas longas caindo pelos ombros e alcançando o início da bunda.

_ Garota, eu te amo!.- Murmurou, risonho, puxando o rosto dela para beijá-la lentamente, apaixonado.

Foi um casamento simples, no jardim da casa dos pais dele. Com cadeiras brancas, e flores... Muitas flores, desde orquídeas à rosas vermelhas. Haviam poucos convidados, apenas alguns colegas dele do trabalho, os pais dele e as poucas amizades que ela fizera em todos aqueles anos de universidade.