Quando a vi em frente ao hotel, meu coração se desprendeu da parte racional que eu tinha orgulho de ter e se viu fascinado pela beleza daquele ser.
Não podia olhar pra Maine vestida daquele jeito em frente a um hotel, ela estava perigosa demais pra mim então fiz o que estive pensando o dia todo.
Eu a queria assim como ela, então talvez uma noite juntos poderia aliviar essa nossa tensão e quem sabe, diminuir todo o inferno que ela acendia no meu corpo toda vez que me olhava.Ledo engano, tudo piorou depois do jantar. Tenho vergonha de dizer que meu corpo estava ficando febril na sua presença, em especial uma parte específica.
Maine era linda demais e seus olhos brilhavam, não sabia se era pelo encontro ou a tequila.
Suspeitava que ambos."Não quero que essa noite acabe." Disse Maine depois que paguei a conta e seguimos para a porta.
"Conhece a praça local? Vamos caminhar um pouco."
Seu rosto se iluminou e ela acenou, concordando.
Deixei o carro próximo a um bar pouco movimentado que tinha em frente a praça e caminhamos até o topo onde haviam bancos e mesas de concreto e uma tapagem de madeira com trepadeiras acima.
As poucas pessoas que corriam e se exercitavam ali já estavam de saída e logo eu e Maine estávamos sozinhos. Andamos um pouco pelo gramado até que ela entrelaçou seus dedos nos meus e apertou minha mão, me fazendo parar a caminhada."O que?" Estava cada vez mais difícil de ignorar seus olhares.
"Sei que não foi fácil decidir vir hoje. Espero que saiba que eu nunca vou me esquecer dessa noite."
"Por Deus, Maine, não diga coisas desse tipo." Ela sorriu e tombou levemente a cabeça pro lado. "Como você é linda!"
"E você não faz ideia de como está nesse momento."
"Como eu estou?"
"Quente."
Por que perguntei?
Involuntariamente, passei a língua no meu lábio inferior e ela viu.
"Quer?"
Oh meu Deus, quero.
"Maine!"
"Só um beijo."
Não pensei muito e acenei. Maine me puxou para debaixo da tapagem onde a luz do poste não alcançava e ficou de frente pra mim, esperando.
Achei engraçado que ela quem ofereceu o beijo mas era ela quem aguardava na expectativa de ser beijada.
Ela me levaria a loucura com esse jeito de menina travessa.Eu tinha marcado de me confessar com o padre superior a mim nesta manhã, acho que um beijo a mais ou a menos não aliviaria nem um pouco a minha situação com ele amanhã.
E que Deus tivesse misericórdia deste pobre homem porque suspeitava que meu superior não teria, e com razão.Dei um pequeno passo para frente, acabando com a distância entre nós e aproximei meu rosto do dela, passando o nariz na lateral da sua bochecha.
Ah, por que eu estava nessa situação? Por que estava caído por uma menina dessa maneira? Por que o que eu era estava em risco assim?Como se respondesse as minhas dolorosas perguntas, ela deu um longo suspiro de olhos fechados.
Então minhas mãos buscaram fundir-se em seu cabelo, acariciando lentamente a sua profundidade enquanto iniciamos um beijo tímido até que tudo mudou quando nos mordemos. E a dor da mordida, ela era doce. Nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo do hálito, uma morte linda. Seus cabelos se enroscaram nos meus pulsos e seu cheiro é o da mais bela flor. Sua língua na minha tinha o gosto da melhor fruta e eu a sinto tremer contra mim como o reflexo da lua na água.

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Padre Nosso
RomanceOskar tem 30 anos, sendo padre desde os 20, um jovem em meio a tantos padres meia idade e já tendo o respeito de todos eles. Sua fé e bondade atraem o povo da pequena cidade de Santa Esperança, onde foi enviado apenas para ajudar a igreja por 1 mês...