Eternidade

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Eu não reconhecia minha voz. Minhas palavras estavam embaralhadas em minha cabeça. Eu era uma confusão de desejo, arrependimento, saudade e rendição. A última havia ganhado. Maine havia ganhado e estava em cima de mim, assumindo o controle enquanto me levava a loucura ao se esfregar em mim. Meu sangue entrava em combustão sempre que ela gemia e roçava em mim como uma gata ao me provocar. Por Deus, isso era demais pra mim.

Ao deixa-la assumir o controle, pensava que eu dava a ela o direito de traçar um limite ou voltar atrás, mas ela não recuava e seguia em frente tirando minha camisa lentamente enquanto eu só conseguia pensar em arrancar aquele projeto de calcinha que nada mais era que um pequeno pedaço de pano que não servia ao propósito de cobrir o necessário.

"Ainda podemos parar por aqui, Maine..."

Eu a queria, muito, mas também queria que ela soubesse que era ela quem determinava até onde iriámos.
Como resposta ela retirou o sutiã me presenteando com a visão do paraíso. Voltei a beija-la, descendo para seu pescoço e traçando até seu ombro e colo, até chegar ao seus seios onde me senti febril ao beija-los.

"Assim...oh..."

Maine merecia algo melhor, um homem melhor, que a amasse num lugar melhor e que desse a ela um futuro. Mas ela me queria e hoje, eu daria tudo de mim a ela.

"Maine, eu...obviamente não tenho camisinha. Você confia em mim?"

"Sim."

Continuei beijando seus seios, tendo como incentivo seus gemidos. Deslizei minha mão por seu corpo até o coz de sua calcinha, parando para olhar em seus olhos. Quando tive o consentimento que precisava, continuei e adentrei fazendo círculos com o dedo por todo o caminho, então ela empurrou o quadril no meu dedo, a penetrando com meu indicador. Ela arquejou e eu voltei a beijar e chupar seus seios enquanto pressionava meu dedo nela até que com com um grito ela se libertou e caiu em cima de mim.

Com ela saciada, eu devia perguntar mais uma vez, só mais uma vez se não devíamos parar. Eu estava com o coração a mil mas eu devia ser responsável por ela.

"Maine." beijei o topo de sua cabeça e ela me olhou ainda em topor. "Não precisamos continuar se não quiser."

"Eu te amo."

Depois disso eu percebi que ela sempre confiou e me amou, eu era quem não confiava nela o suficiente, não até agora. A coloquei de lado e tirei minha calça que já estava me matando tamanho o desconforto e me coloquei sobre ela, nu. Seu olhar me avaliava com admiração e não pude deixar de me sentir orgulhoso, eu era virgem mas faria o meu melhor. Assim que tirei sua única peça de roupa restante, me movi em direção a ela e, devagar, a penetrei. Ela era quente e molhada e tive que me segurar pra não obedecer ao chamado urgente do meu corpo que me pedia para me movimentar naquele aperto inebriante o mais rápido possível.

"Ah...Maine."

Eu começava a suar mas conseguir esperar que ela se acostumasse a mim para só então começar a me movimentar. Logo que ela também se movimentava, encontramos um mesmo ritmo juntos e a sensação era incrível. Maine era incrível.

Quando nossos gemidos aumentaram, nossos movimentos acompanharam e então Maine se agarrou a mim e pela segunda vez gozou, enquanto só me permitir alcançar o prazer quando estava fora dela.
Completamente satisfeito, eu me virei pra ela e a abracei, recebendo um sorriso genuinamente feliz em troca.

"Você era virgem o caramba!"

Além de me proporcionar o momento mais feliz da minha vida, me satisfazendo de uma maneira que eu nunca sequer havia sonhado, ela ainda me fazia rir.

"Maine, eu te amo." Dizer isso finalmente em voz alta era extraordinário. "Eu amo você."

"Eu sei. Mas é muito bom ouvir."

"Você está bem?" Não era sua primeira vez, eu vi que ela sabia o que estava fazendo, mas mesmo assim eu queria ter certeza que ela estava confortável. "Maine?"

Olhei pra ela deitada no meu ombro, ronronando e não pude deixar de sorrir. Não me preocupava com o amanhã, ela dormindo nos meus braços, essa era a eternidade pra mim.

Acordei com sua mão me provocando e nos tornamos um mais uma vez. Mais duas vezes, na verdade. Fiquei impressionado em como eu sentia que nós sempre estivemos juntos, em como parecia certo. Era tudo fácil na cama, com apenas um beijo ou apenas um toque, um simples toque, nos levava a uma sincronia, as vezes calma, outras parecia urgente, mas sempre em sincronia. Era como se os nossos corpos estivessem interligados e o que um pedia, o outro dava, o que um sentia, o outro também sentia. Eu rapidamente peguei o jeito e parecia que eu sempre soube o que fazer, ou talvez Maine me guiasse de uma tal maneira que eu nem percebia, tamanha sutileza.

Olhei os primeiros raios de sol entrando por debaixo da porta e tive medo do que me esperava atrás dela. Minhas malas estavam prontas e eu já tinha um destino em mente mas pela primeira vez em dez anos eu não queria partir. Maine afundou o rosto em meu pescoço enquanto dormia profundamente, provavelmente cansada das atividades noturnas e eu apenas lamentei o pouco que dormir. Queria ter observado mais ela, queria ter acariciado mais seu corpo, queria ter a beijado por mais tempo, queria fazê-la alcançar o ápice do prazer mais uma vez, só mais uma vez eu queria que ela implorasse por mim enquanto eu a fizesse minha.

Mas o que eu fiz foi me desvencilhar dela, me vestir, pegar minhas coisas e partir, não sem antes dar uma última olhada nela. Ah.

Maine parecia ter saído de um quadro renascentista, enrolada nos lençóis, cabelos espalhados no travesseiro e a boca vermelha dos últimos resquícios de uma notável noite. Eu estava deixando o céu para ir para o limbo.

Por mais que eu a quisesse, não era isso que ela merecia, não assim. Eu ainda era um padre e ainda amava ser um, apesar de provavelmente ter quebrado um dos votos mais importantes. Outro voto que fiz foi o de pobreza mas me pegava querendo dar a Maine o mundo. O que eu podia oferecer? O que eu deveria fazer? Eu só sabia ser padre e fazia isso com maestria. O que eu deveria pensar? Como encarar as pessoas que confiaram em mim como padre? Eu sabia o que queria mas não sabia como chegar lá. Esperava que ela continuasse confiando em mim e me amando mas sabia também que podia perde-la a deixando. Era um risco que eu tinha que correr até colocar tudo em ordem, inclusive meus sentimentos e minha mente.

Mesmo assim, ao deixá-la, sentir que era um adeus.

Parabéns ao leitor(a) _QUEEN_HIDALGO_ Muitos anos de vida, felicidade, saúde e dinheiro!!! haha 🌻

Padre NossoOnde histórias criam vida. Descubra agora