A Baterista (Imagine Jenna Ortega)

Você topa?

POV. S/N MILLER

Depois de ajudar Jenna a limpar a casa inteira da DJ, nós finalmente fomos embora, as meninas ficaram lá, vomitando. Já no carro, o clima estava pesado, desconfortável. Jenna tinha uma carranca no rosto, pois a Dinah mentiu pra ela, nas costas dela só tem alguns arranhões fracos, eu não tenho costume de criar unha.

Eu não sei o que falar, se devo falar... Será que ela está arrependida da noite? Eu não me arrependo, foi uma ótima transa, na verdade.

- Está arrependida? - Resolvo perguntar.

- Por que eu estaria arrependida? - Ela parou no sinal vermelho - Foi uma ótima noite, só não sei sobre o que falar... - Suspirou - Eu lembro vagamente de algumas coisas, provavelmente Mya deve estar me odiando nesse momento.

- De onde... Vocês se conhecem? - Ela tocou minha coxa, acariciando de cima pra baixo.

- Da minha antiga escola, eu sempre fui uma daquelas pessoas excluídas e tudo mais, ai ela se aproximou de mim e enfim, somos amigas agora.

- Eu sempre soube que as quietinhas são as piores - Murmuro me lembrando do nosso primeiro encontro- Dentro da igreja ainda...

- Ei, não me julgue! Eu tenho certeza que sua calcinha ficou em um estado deplorável só me olhando tocar bateria - Corei violentamente, ela não está errada.

- Okay, mas eu estava quieta, você quem foi me provocar!

- Porque você estava me secando! Eu não podia perder a oportunidade!

- Você não presta...

- A propósito, eu li uma de suas fanfics - Arregalo os olhos - Gostaria de praticar um capítulo em específico...

- Não! Cala boca - Escondo meu rosto com minhas mãos. Ela gargalhou e eu senti meu coração acelerar.

- Tem um capítulo que rola um piquenique, entre amigas, claro - Suspiro aliviada - Eu gostaria de reproduzir, você acha que a Mya vai querer? - Sinto meu corpo queimar e fecho o pequeno sorriso que estava em meus lábios.

- Creio que sim, aparentemente ela gosta de você - Murmuro.

- Eu também acho que gosto... eu fico até tensa quando ela me toca, sobe um arrepio pela espinha, sabe? Ela é linda, tem um corpo lindo, a personalidade foda, se acha intocável, mas é totalmente o contrário, ela sente como qualquer outra pessoa. - reviro os olhos.

- Interessante...

- Obviamente não estou falando dela, e sim de você - Nesse momento eu quis beber gasolina para matar todas as borboletas em meu estômago.

- Jenna, eu não...

- É de romance, eu sei, eu sei. Mas então, topa um piquenique comigo qualquer dia desses? Como amigas!

- Jenna, esse "como amigas" nem cola mais, a última vez que fomos curtir algo entre amigas, saímos como se tivéssemos saido no soco - Eu estava me referindo a madrugada da festa.

- Foi o álcool, ela faz a gente falar a verdade.

- E agir como idiotas, né? - Ela gargalhou.

- É como dizem... O álcool, antes de matar, ele humilha - Ri alto disso, faz total sentido.

- Espera, então foi humilhante? - Pergunto indignada, vendo ela rir e negar com a cabeça.

- Lógico que não! Eu estaria sendo hipócrita se dissesse que foi, depois de passar praticamente a madrugada inteira dando pra você.

- Okay, vamos mudar de assunto. - Ela riu novamente

- Certo... Mas você ainda não respondeu se topa, você topa?

- Topo, chata!

[...]

Quando Finalmente chegamos em frente a minha casa, Jenna estacionou e logo estávamos entrando em casa, minha mãe e o pastor estavam esperando no sofá, ambos com feições raivosas. Sorri sem graça, poxa vida, parece que eles estão julgando minha alma.

- Onde vocês estavam?! - Minha mãe perguntou se levantando.

- Como eu disse ontem, teve uma festa na casa da Dinah e...

- Eu não quero mais você andando com essas garotas! - Minha mãe se exaltou, reviro os olhos. Parece que tenho 15 anos novamente, isso é estressante.

- Enfim, depois da festa, nós duas dormimos lá, no quarto de hóspedes, estava tarde pra voltar pra casa, depois nós ajudamos as garotas a arrumar tudo - Jenna disse e eu assenti.

- Vocês foram irresponsáveis! - Novamente minha mãe exaltada, quis dizer um palavrão, mas em respeito aos outros dois presentes, preferi ficar quieta.

- Querida, se acalme... Elas estão bem, estavam em amigas e estavam ajudando a arrumar por lá, querendo ou não elas fizeram parte da bagunça - Júlio disse, minha mãe olhou pra ele por alguns segundos. Ótimo, apaixonada ao ponto de mudar de opinião por ele, perfeito.

- Certo, eu espero que não se repita e eu tenho certeza que não vai, S/n vai se afastar dessa gente e vocês vão ficar de castigo! - Eu já sabia.

- Eu não vou me afastar das meninas pra satisfazer os seus caprichos, já basta ter que ir pra igreja todos os cultos porquê você insiste que eu vá.- Falo cruzando os braços, vi os dois mais velhos ficarem surpresos - Qual o castigo? Eu realmente quero só subir e descansar.

- Eu vou beber uma água... - Minha mãe saiu da sala e foi em direção a cozinha.

- Papai... - Jenna chamou a atenção do homem que me olhava fixamente, parecendo pensar no que fazer.

- O castigo de vocês vai ser limpar a igreja por uma semana, após os cultos. - Suspiro pesadamente, aquela igreja é enorme, e o povo porco nem limpa o pé antes de entrar, puta merda.

- Okay - Falo indo em direção a escada, subi lentamente ainda com os braços cruzados. Entrei em meu quarto e joguei meu celular em cima da cama, fui até o guarda-roupa e peguei uma roupa confortável.

- Okay? Fala sério, aquela igreja é enorme! - Jenna entrou no meu quarto indignada, trancando a porta atrás dela.

- Se quiser, peça outro castigo, eu limpo sozinha, não tem problema - Começo a retirar minha roupa, vendo a garota arregalar os olhos - O que foi? Você viu tudo isso ontem. - começo a vestir a roupa confortável.

- Sempre vai ser um choque ver tamanha beleza... - Ri fraco. Ela não perde uma.

- Se você não se importa, eu quero muito, tipo, muito mesmo dormir, por uns dois dias seguidos, então se quiser se retirar, eu agradeço muito - Engatinhei pela cama e deitei assim que cheguei no travesseiro.

- Não posso ficar contigo? - Nego com a cabeça, a vendo abaixar a cabeça - Certo, vou arrumar meu quarto - Destrancou a porta e saiu.

- Que grude... - Murmurei abraçando um de meus travesseiros - Mas é tão bom... Merda!