A Baterista (Imagine Jenna Ortega)

Depois eu que sou tarada

POV. S/N MILLER

Acordei presa nos braços de Jenna, tentei não me mexer muito pra não acorda-la, ela dormia serenamente, com os lábios entreabertos e a respiração pesada. Eu estou de frente pra ela, com os braços dela em volta de mim e uma de minhas pernas em cima dela. Observei o rosto da garota, as bochechas levemente coradas, as sardas extremamente lindas e atraentes, o cabelo completamente esparramado no travesseiro.

- Para de ficar me encarando... - Ela sussurrou com a voz extremamente rouca, me arrepiando completamente.

- Como você sabe que estou te encarando?

- Eu abri os olhos e vi, você estava me encarando e não viu? - neguei com a cabeça - Estava viajando então, hum?

- Confesso que sim - Ela me soltou e virou o rosto para o outro lado, bocejando - Que educada, uuh!

- Acordei agora, acho que bocejar na sua cara não seria muito higiênico.

- Você tem um ponto - Ela sorriu fraco.

- Que horas são? - Se virou novamente pra mim. Estiquei o braço até o criado-mudo, pegando meu celular.

- 18:38... Dormimos bastante, hum? - Desbloqueio o celular.

- Sim, inclusive, acho que já deve estar na minha hora de ir - Mal desbloqueei o celular e já bloqueei novamente, o deixando na cama e puxando Jenna de volta. - Uh...

- Seu pai ainda deve estar aí, fica aqui comigo... - deito a cabeça no peito dela.

- Pra quem não gosta de romantismo, você anda sendo demais. - Na mesma a hora soltei ela, a empurrando da cama. - Aí!

- Já que você estava reclamando - Ela me encarou por alguns segundos e então levantou - Ei, você não ficou chateada, não e? - Negou com a cabeça - Onde você está indo?

- Vou ver se meu pai ainda está ai - sentou na beira da cama, calçando o tênis dela - Enfim, está se sentindo melhor da febre?

- Acho que sim... - A garota fez um pequeno som com a boca e se levantou, indo até o banheiro, pude ver ela molhando o rosto e secando em seguida.

- Certo, não beba nada gelado e não ande descalço - Pegou a mochila dela no chão e o celular. Saiu do quarto sem me deixar falar nada. Por que ela ficou assim? Suspiro pesadamente pegando meu celular, há diversas mensagens das garotas, mas eu não estou muito afim de ver agora.

Me levantei da cama e coloquei minha pantufa, fui até o guarda-roupa e peguei um moletom preto, está frio ainda. Fui até o banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto.

Saí do quarto e desci para a sala, encontrando somente minha mãe e o pastor no sofá, pareciam estar conversando. Assim que notaram minha presença, cortaram o assunto.

- Hey S/n, como está se sentindo? - O pastor perguntou.

- Estou melhor, obrigada por.... perguntar. Onde está a Jenna?

- Eu fico feliz que vocês estejam se dando bem, ela sempre fala muito bem de você - Arqueei uma sobrancelha - Ela foi pra casa, disse que não estava se sentindo muito bem, que logo voltaria.

- Uh... E-ela vai dormir aqui? - ambos assentem - E o senhor também?

- Não, ainda não posso - Arregalo os olhos com o rumo da conversa - Só depois do casamento.

- E quando vai rolar esse casamento? - Me sento no colo da minha mãe, que resmungou alguma coisa.

- Não sabemos ainda, mas não vai demorar muito, não é? - Minha mãe tocou a mão do pastor, que fez questão de segurar e levar até os lábios. Ew, héteros.

- Bom, sendo assim, fico feliz com a felicidade de vocês, mas eu preciso colocar algo no estômago - Me levanto e corro para a cozinha - Que nojinho... - sussurro pra mim mesma.

[...]

- Eu acho que ela está apaixonada - Dinah disse.

- Acho que não, por mim ainda, sem chances, DJ - Mudo o celular de orelha - Eu deixei claro que não sou de namorar e nós meio que vamos virar "irmãs" daqui a um tempo.

- Vocês estão grudadas uma na outra, não me admiro se ela estiver gostando de ti. Camila e Lauren gostam até hoje, ta ai a prova, Lauren sente ciúmes ainda e ambas ainda chamam você para transar.

- Elas gostam de mim somente no sexo, DJ, Lauren é um caso a parte, ela sente ciúmes até de uma mosca que pousa na Camila - Dinah gargalhou alto - Estou mentindo?

- Não, não está, Lauren sente ciúmes de qualquer coisa mesmo, é verdade, mas o foco aqui e você e a Jenna, ela passou o dia cuidando de ti na escola, depois aí na sua casa e dormiu contigo ainda, QUANDO que você deixou uma de nós dormir na sua cama? Você sempre nos joga no chão.

- É verdade... Eu fiz isso com ela e ela foi embora - Gargalhei baixo me lembrando da indignação dela - Eu não gosto de ter expectativas, Dinah...

- Então não tenha, somente viva o presente - Minha porta foi aberta pela minha mãe.

- O jantar está pronto - Sussurrou pra dentro do quarto.

- Tá bom, mãe, obrigada por avisar.

- Avisar o que?

- Que o jantar está pronto, vou lá comer, depois te ligo novamente - ela murmurou algo e desligou na minha cara, vadia.

Desci para jantar, vendo que Jenna já havia voltado, com uma roupa diferente, estava sentada no canto da mesa, bem longe de onde eu costumo sentar. Depois de toda aquela coisa de orar, começamos a comer. Algumas vezes olhava para Jenna, que apenas revirava o prato, depois levava um pouquinho até a boca. Quando minha mãe terminou de comer, foi acompanhar o pastor até a porta.

- Ei, o que você tem? - Jenna me olhou, sorrindo fraco.

- Nada, eu só... Acabei lembrando de uns momentos que me deixaram pra baixo - Olhou novamente para o prato.

- Se quiser conversar eu estou aqui, okay? - Ela assentiu. Suspirei me levantando, andei até a garota e me sentei ao lado dela. - Você quer dormir comigo está noite?

- Sua mãe arrumou o quarto de hóspedes pra mim... Disse que será meu em breve, então não quero fazer desfeita.

- Eu fiz algo que te deixou mal? Foi por que eu te joguei no chão? Eu não queria...- Ela me deu um selinho rápido pra me calar.

- Você não fez nada, são fantasmas do passado - Sorriu fraco. Olhei para a porta da cozinha, minha mãe não estava ali, então devolvi o selinho.

- Quando estiver pronta para me contar, sabe onde me encontrar, certo? - Assentiu - Coma direitinho, está gostoso. - Levanto e pego meu prato para deixar na pia.

- Pode deixar, mamãe - Olho pra ela por cima do ombro.

- Isso foi... Sexy - Sussurrei a última parte.

- Depois eu que sou tarada...