Capítulo sete

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Depois de falar com Quíron, eu precisava ir à enfermaria. Meu punho continuava dolorido e também estava começando a ficar meio roxo.

   -O que aconteceu?

   -Fui descuidada enquanto fazia um golpe. - Andrew não pareceu acreditar muito em mim, mas acho que ele deixou pra lá. - Posso ir?

   -Pode. Mas, toma mais cuidado, não vai poder lutar com essa mão nem hoje nem amanhã.

   Agradeci a ele e como não tinha nada para fazer, fui olhar os campistas jogando vôlei.

   Já tiveram a sensação de estar só, mesmo quando está rodeado de pessoas? É uma sensação que não se dá para explicar, como raios isso pode acontecer. Não faz sentido.

   Eu devia estár treinando, me divertindo, conversando, fazendo algo bom. Mas ao invés disso, eu estou sentada em um banco observando um jogo, e com a mente sendo constantemente martelada com pensamentos ruins.
  
  

   -Olá querida!

   -Olá? Quem é você?

   -Faz tanto tempo. Da última vez que te assim, você era recém-nascida. Uma das crianças mais bonitas que já tive.

   -Mãe. - Eu estava chocada. - Mas... por quê?

   -Porque você é minha filha. Eu não poder interferir em sua criação, não significa que simplesmente me esqueci de sua existência. Sabe, a maioria de seus irmãos tendem a forçar algo que não precisam. Beleza é uma coisa natural.

   -Não estou entendendo o ponto.

   -Temos tempo. Podemos conversar. Continuando, você não se esfoça para ser bonita. É tão bom que saiba que não precisa de melhorias, apenas peças que te realcem.

   -Eu só não sou a maior fã de chamar atenção.

   -Mas você chama. O fato de você não se entupir de maquiagens pesadas, ou roupas que não são nem um pouco o seu estilo, já te exalta.

   -Obrigada eu acho... Onde estamos?

   -Está dormindo. Mas trouxe seu subconsciente para cá.

   -Um shopping? Esse é o melhor lugar para conversarmos?

   -Claro que sim. É um lugar descontraído. Vejo que gosta bastante desse bracelete. Mandei fazer à alguns anos, antes de você chegar ao Acampamento Meio Sangue.

   -Realmente gosto. Não é desconfortável, nem pesado demais, se encaixa perfeitamente. Obrigada.

   -Não há de quê! Mas como já sabe, não te trouxe aqui para falarmos sobre isso. - Ela suspirou, se aproximou e colocou suas mãos sobre meus ombros. - Essa angústia que sente Rose, não te faz bem. Sei que nenhuma conversa vai fazer você deixa-la de lado. Você se preocupa mais do que deveria, e isso ainda vai te fazer sofrer tanto. Infelizmente, não é algo que posso mudar.

   -Por que falar sobre isso? - Eu estava começando a ficar bem desconfortável com o assunto.

   -Acho que ainda não entendeu. Rose, você é minha filha, não quero te ver mal. Sei que não sou a mãe do ano, e me desculpa por isso, não é como se eu não quisesse vê-los crescer... Você anda preocupada com Luke. E tudo bem, ele é sua alma gêmea, mas não viva por ele.

   -Okay... o quer dizer? Qual é o ponto da conversa?

   -...Decepções são inevitáveis Rose. Não seja feliz por conta de alguém. Tem aprender a ser feliz consigo, para depois com outra pessoa. - Suas mãos foram de meus ombros, para meu rosto. - Sempre há mais de um caminho querida. Não se esqueça disso.

   -...Como sabe o que sinto? - Lágrimas se formavam em meus olhos, e por mais que tentasse, não podia segura-las.

   -Não leio pensamentos Rose. Mas, é nítido para uma mãe, quando sua filha não está bem. Não preciso ser uma adivinha para saber o que anda te deixando tão mal. - Ela limpou uma de minhas lágrimas, e voltou a falar. - Não se esqueça que nenhum caminho é só de ida. Sempre terão retornos.

The Daughter of Aphrodite - Luke CastellanOnde histórias criam vida. Descubra agora