Capítulo dezessete

298 31 2
                                    

Estava na arena do acampamento pensando sobre o que havia acontecido na minha vida desde quando voltei para casa no ano anterior. No quanto eu senti saudades da minha avó, de como a morte do meu irmão era constantemente repassada em minha mente, e do meu "encontro" com minha mãe.

   - Vamos lá Carson - Este grito me trouxe de volta a realidade.

   Acontece que enquanto minha mente se perdia em minhas memórias e sentimentos, os meus olhos estava praticamente fixos na aula que Clarisse dava aos mais novos. O que resultou nela me chamando para uma "demonstração", digamos assim.

   Xinguei mentalmente, não estava nem um pouco pronta para uma luta naquele instante. E eu sabia que se tentasse negar, Clarisse não iria aceitar, me faria entrar naquela arena por bem ou por mal.

   Coloquei um helmo, uma couraça e e desativei meu bracelete, fezendo com que
Esperança surgisse em minha mão.

   -Estava no mundo da lua, Rose? - Perguntou minha oponente.

   -É, acho que podemos dizer assim. - Disse me colocando em posição de ataque.

   Devo dizer que La Rue luta muito bem, o único problema, é seu lado esquerdo, extremamente desprotegido.

   -Sabe, se eu fosse você, observaria mais minha postura durante certos momentos. - Como planejado, ela me olhou em plena confusão, o que me deu a oportunidade perfeita para atingi- la, com a lateral de minha espada, em suas costelas.

   O impacto foi o suficiente para que a garota se desequilibrasse e caísse sobre seus joelhos. A expressão de raiva era bem nítida em sua face, entretanto, a surpresa pelo que havia acontecido a deixou dispersa, novamente me dando tempo o bastante para posicionar Esperança em frente ao seu coração, declarando assim minha vitória.

   Aqueles que assistiam nosso treino ficaram chocados, eu acho, suas expressões eram meio complicadas de se decifrar. Clarisse é uma filha de Ares, boa lutadora, e é durona, provavelmente não devia ter mais de dez batalhas perdidas.

   O que me chocou fou quando em meio aquele momento, ela abriu um pequeno sorriso de lado para mim.

   - O que acha de me ajudar com esses pirralhos, Carson?

   - Não está brava? - Perguntei chocada.

   -Pra caralho. Mas, não possuo um pingo de paciência para esses aí, e talvez sua presença deixe as aula mais "fáceis" para mim. - Apesar de não entendido muito bem o que ela quiz dizer, aceitei sua proposta. - Ótimo. Trê vezes por semana, das quatro as seis da tarde, aqui mesmo. Te vejo amanhã, Pequena Lutadora.

   Torci o nariz com o novo apelido, "Pequena Lutadora", isso se refere ao meu tamanho perto dela, ou ao fato de que não faz "tanto tempo" que luto, ao conhecimento dela ao menos. E o que ela quis dizer com "faceis"?

The Daughter of Aphrodite - Luke CastellanOnde histórias criam vida. Descubra agora