capítulo um

1K 76 1
                                    

27/ 4 /2005


   -Vovó! Vovó! Olha meu desenho!

   -Tão lindo quanto você meu amor!

  
   -Eu fiz cookies!

   -EBAAAAAA!

   -Olha a minha dançarina. Tão perfeita! As habilidades de dança dela evoluiram não acha Carlos?

   -Totalmente!

   -Vovó, onde meu irmão 'tá agora?

   -...Ele está se divertindo no céu. Esperando o dia em que vai ver você de novo.

   -Podemos ir até lá?!

   -Um dia.


   -Você sabe tocar violão! Me ensina vovó, por favorrrrrr!

   -Lê uma história pra mim dormir?

  
   -Ela não pode ter um cachorro ainda!

   -Claro que ela pode! É um presente meu.

   -Eu vou chamar ele de Frajola!

   -PARADA CARDÍACA! - Essa foi a fala que mais me doeu, me trazendo de volta dos meu pensamentos.

   Vários enfermeiros chegaram junto de uns dois médico. Eles tiraram eu e meu pai dalí. Tentaram ressuscitar ela, mas tiveram que levá-la para uma cirurgia de emergência.

   Depois de umas três horas, a médica veio até nós.

   -O que aconteceu com a minha avó?

   -É melhor se sentarem.

---------------------------------------------------------------------

   Foi um funeral para a família e os mais próximos. Eu, meu pai, uma tia, que eu nem lembrava da existência, seus dois filhos, um irmão dela, e umas quatro amigas da minha avó.

   Foi a primeira vez que chorei daquele jeito. Até tentava colocar musicas animadas, mas também não adiantava de nada. Tristeza e saudades juntas. Por anos minha avó foi minha melhor amiga, eu a contava tudo, conversávamos sobre tudo, faziamos de tudo. Eu, ela, e meu pai.

   Passei quase duas semanas saindo do meu quarto apenas para ver meu pai, e ter minhas refeições.

   A campainha tocou, e ouvi me chamarem. Quando desci a escada Luke estava ali conversando com meu pai.

   -Rose querida, convidei Luke para te fazer companhia. - Eu havia falado sobre minha alma gêmea para meu pai, mas nunca imaginei que ele o convidaria aqui para casa.

   -Oi Luke. - Abracei ele, e o mesmo retribuiu, acariciando minhas costas. - Obrigada pai. - Fui até ele e lhe dei um beijo na bochecha.

   -Qualquer coisa por você. - Ele saiu, e nos deixou a sós.

   -Quer conversar sobre o que aconteceu? - eu balencei a cabeça negativamente, levando ele até a sala de cinema. - Então que filme vamos assistir?

   -Tem que ser um de comédia! Minha mãe é uma peça?

   -Nunca ouvi falar.

   -É um filme brasileiro. -Nós concordarmos.

   Luke passou a semana lá em casa, até ter que voltar ao Acampamento, por causa dos riscos de aprecerem monstros. Mas foi uma semana "divertida", na medida do passível.

   Ele me convenceu a ir na piscina, ficar andando pelas ruas, praticar esgrima. Me fez bem esse tempo com ele.

   -Pai! - Ele tirou os olhos da papelada da empresa, e me olhou. - Obrigada por chamar Luke. Como se sente?

   -Vou ficar melhor. Mas só de ver você fora do quarto por vontade própria, já me ajuda.

   -Acho que ela gostaria de ter o conhecido.

   -Tá brincando? Ela teria amado!

   Fui até ele,  e o abracei, tendo meu gesto retribuido imediatamente.  -Eu te amo pai!

   -Também te amo, minha princesa.

The Daughter of Aphrodite - Luke CastellanOnde histórias criam vida. Descubra agora