Três

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Sentia minhas vistas embaralharem, e minhas costas doerem, depois de ficar por várias horas na frente do meu notebook fazendo um trabalho para a aula de literatura

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Sentia minhas vistas embaralharem, e minhas costas doerem, depois de ficar por várias horas na frente do meu notebook fazendo um trabalho para a aula de literatura. Mesmo me dedicando tantas horas, mais apaguei as linhas que escrevi, do que escrevi de fato. Ainda é o primeiro dia de aula e eu já me sinto completamente sem inspiração para realizar aquele trabalho.

Conheço as obras de Shakespeare, já havia lido milhares de vezes, e mesmo que fosse um trabalho fácil, eu simplesmente não consigo me concentrar.

— Juzinha. — Rallyson entrou no meu quarto, eu me espreguicei, dando graças a Deus por ter uma desculpa para fazer uma pausa. — Preciso de um favor.

Quando analisei melhor meu amigo, vi que ele estava arrumado demais para quem iria ficar dentro de casa, e já comecei a me perguntar qual seria o grande favor que ele queria, mas obviamente, não demorou muito para que eu descobrisse.

— Lembra daquele cara que conheci no tinder? — ele questionou e eu ergui uma sobrancelha antes de assentir com a cabeça. — Ele quer se encontrar comigo hoje.

— E onde eu entro nessa história?

— Você ficou falando tanto da possibilidade dele ser um serial killer, que tô com medo de ir sozinho. Vamos comigo, por favor? — ele juntou as mãos, piscando os olhos várias vezes, tentando fazer charme.

— Não vou em um encontro com você, Rallyson. — defini, me levantando da cadeira e fazendo um coque nos meus cabelos.

— Por favor, amiga! — ele tornou a implorar. — Quero muito ficar com ele, mas tô com medo de ir sozinho, e sei que como minha melhor amiga, você nunca me deixaria ir sozinho.

Chantagista de merda.

Suspirei enquanto estalava as minhas costas, tendo certeza que eu me arrependeria disso mais tarde. Mas eu tinha um sério problema de não conseguir dizer "não" para as pessoas.

— Eu quero um milk shake bem grandão como recompensa. — apontei meu dedo para ele, que sorriu e deu pulinhos de alegria.

— Você é a melhor. — ele se levantou para me abraçar. — Troca de roupa e a gente vai. — ele pediu e eu fiz uma careta, olhando para o meu moletom cor de rosa, que já tinha alguns furinhos de tanto que eu o usava.

— Não posso só te levar lá e te esperar no carro? — questionei e ele negou com a cabeça.

— E se você precisar me socorrer? Como vai me resgatar assim?

— Rallyson, acho que se eu precisar te socorrer, a última coisa que vão olhar são minhas roupas.

— Ainda acho que deva se arrumar um pouquinho, quem sabe mude de ideia e resolva descer do carro, talvez encontre um gatinho, não pegaria bem que estivesse assim. — ele fez uma careta me olhando de cima a baixo.

Rolei os olhos, mas fiz o que ele pediu. Troquei meu moletom por uma saia jeans e uma camiseta lilás, calcei um tênis e prendi meus cabelos num rabo de cavalo.

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